Guerreira escarlate

Capítulo 15

"Olho em volta. Eu estava no céu. Admirava as nuvens, as estrelas e os pássaros. Era como se eu tivesse asas e me tornasse parte daquela imensidão azul. O sol era bonito e majestoso e a lua serena e misteriosa.

Eu despenco de tal cenário e de repente fico em volta de chamas, lava e gritos. Uma voz entra na minha cabeça e sussurra: Angel.... Angel.... você não merece esse nome.... filha de Lúcifer, cabelos cor de sangue, reencarnação do ódio... você não tem nada de angelical "

-NÃO!-grito ofegante antes de acordar

Minha visão estava turva e eu sentia as gotículas de suor descerem pelo meu rosto.
Meu corpo não me obedecia e minhas mãos estavam trêmulas. Eu estava em uma pequena crise de pânico.

Fecho os olhos e tento me concentrar, mas em troca minha respiração não volta ao normal e eu agarro o lugar que dormia com força.

Olho em volta. Eu não estava na minha tenda?!

Muito menos no meu quarto no forte. Onde diabos eu... ah, esse divã.... estou na sala de Dylan

Acho que isso aumenta minha crise de pânico, mas que inferno! Opa... acho que acabei de piorar a situação. Péssima mania de usar essa palavra como xingamento.

Está legal, Haylock, isso é ridículo. Se acalme e respire.

Respire...respire...

Por favor corpo, faça o que eu mando! Por favor...

Sinto meus olhos cheios de lágrimas e me amaldiçoo de todos os nomes existentes

A porta é aberta abruptamente e um Dylan de pijama adentra a sala totalmente afobado

-Você gritou? O que houve?-indaga se aproximando

O encaro com desespero. Minha voz não saía.

Respiro fundo e fecho os olhos tentando recobrar o controle, mas a essa altura eu tinha medo de que minhas lágrima caíssem ou de que eu desmoronasse

-Ei-diz colocando a mão no meu ombro

Seu toque me acalma e melhora minha respiração que ainda estava irregular

-Foi um pesadelo?-sua voz era suave e eu uso todo meu autocontrole para afirmar com a cabeça- Está tudo bem....

Ele, sem saber o que fazer, me puxa para um abraço. Sentia que o homem estava me tratando como uma boneca de porcelana que pudesse quebrar a qualquer momento

E quer saber? Nesse momento, nesse exato momento, talvez eu pudesse quebrar em qualquer instante

Luto contra todas minhas emoções e como se rebobinasse um filme, impeço as lágrimas de caírem.

Sinto suas mãos em minhas costas e sua respiração quente em meus cabelos e me acalmo aos poucos, sentindo a tremedeira passar e o medo sumir com lentidão. Minha respiração por fim se acalma e eu consigo agir normalmente

Ele separa o abraço e me encara como se esperasse por uma explicação

-Pesadelo-digo passando uma madeixa de meus cabelos para trás de uma das orelhas e ele parecia frustrado com minha resposta

-Sobre o que?

-Meu...-começo insegura e ele me olha de modo acolhedor- sobre meu nome -respondo com sorriso triste

-Seu nome?- indaga com um sorriso e ato me faz franzir o cenho-Angel? -questiona rindo

O olho abismada. Como assim? Não via a graça e não entendia