Quase Sem Querer

Capítulo Seis

    Sentia seus lábios colados aos meus enquanto suas mãos percorriam meu corpo sem vergonha nenhuma. Mal havíamos entrando no taxi que nos levaria para o hotel e meu corpo já estava completamente entregue a ela, minha respiração estava entrecortada e a única coisa que passava pela minha cabeça era no encontro de nossos corpos. Suas mãos seguraram minha cintura com força, seus dedos me pressionavam ditando o movimento de meu corpo contra o seu me fazendo gemer entre o beijo. Merda, por que o hotel tinha que ser tão longe?!

Acordei completamente ofegante com meu celular tocando ao meu lado. Caralho, se apenas lembrar dessa noite já me deixa nesse estado imagine repeti-la. Sorri com esse pensamento idiota e peguei meu celular que ainda tocava. Era minha mãe.

Eu – Fala. – Disse assim que atendi a ligação.

Mariana – Já esta em casa, meu amor? – Olhei para o relógio que marcava 12h13m.

Eu – Acabei de chegar. – Menti na cara de pau mesmo.

Mariana – E como foi o primeiro dia?

Eu – A mesma merda de sempre.

Mariana – Ótimo. Falou com a Julinha? – Revirei os olhos.

Eu – Falei.

Mariana – E o que aconteceu?

Eu – Mandei ela a merda!

Mariana – Ótimo! Não gostava mesmo dela!

Eu – MÃE! – Acabei rindo.

Mariana – Ta, mudando de assunto, esqueci de deixar almoço pra você, mas teu pai deixou um dinheiro no balcão pra que você coma algo na rua.

Eu – Ta bom. Era só isso?

Mariana – Sim. Beijos amor.

Eu – Beijos mãe. – Mal terminei e ela desligou. Ingrata. Aproveitei que já estava com o celular na mão e fui olhar se tinha alguma coisa importante alem do grupo da família. Seria exagero dizer que meu coração acelerou ao ver que a Gadu tinha respondido minha mensagem?

Gadu – "Vai ter o que você quiser morena!" – Eita cuzão! Vontade de mandar que o que eu quero é ela. Fiquei pensando alguns segundos antes de responder.

Eu – "Onde?" – Sé é pra se molhar vou me tacar de vez na piscina mesmo. Não tenho certeza se o ditado é assim mesmo, mas foda-se! O importante é que em segundos já recebo sua resposta.

Gadu – "Você tem como vir até a minha casa?" – E eu achando que estava indo muito rápido.

Eu – "Sim! Que horas?"

Gadu – "Se você quiser, agora mesmo!"

Eu – "Me manda o endereço que vou apenas comer algo e vou praí!" – Sorri ao enviar a resposta. Está tudo tão bom, tão fácil. Estou falando com essa mulher maravilhosa, sem problema nenhum, tudo as mil maravilhas, nem parece que somos lesbicas. Sorri ao sentir me celular vibrar, abrindo rapidamente a janela do whatsapp esperando ver sua mensagem, mas para a minha surpresa a mensagem era de Julia. Respirei fundo pensando se eu realmente queria ler aquilo, já que sabia que poderia acabar com a minha felicidade em alguns instantes, mas o amor é algo tão foda que antes mesmo de eu perceber já havia aberto a conversa e sorria enquanto olhava sua nova foto de perfil.

Julia – "Eu preciso de você! Não sei se comecei isso certo, tanto esse texto quanto o que nós temos, ou tínhamos, mas eu não sei viver sem você, sem sua voz, seus carinhos, seus olhares, seus toques, seu cheiro, seu amor... Você é tudo aquilo que eu desejo, tudo o que pedi, e eu não sei lidar com isso, na verdade nunca soube. Desde o inicio eu sempre soube que você era maravilhosa demais pra mim, mas porra, como parar? Crescemos juntas, nos apaixonamos juntas, mas eu nunca estive pronta pra você e seu amor, eu não sei quem eu sou, ou melhor, o que eu sou. Talvez você não entenda isso já que sempre teve certeza de quem era, mas para mim é tudo tão confuso. O que eu sou? Acho que sou como aquela garota da serie que você gosta, Laurassexual. Não sei o que fazer, mas sei que quero você do meu lado, e sim, sei que isso é extremamente egoísta pois acabo te machucando com essa minha indecisão e ainda te prendendo, por que por mais que você jurasse de pé junto que não tinha problema ainda "se manter no armário" por minha causa eu via nos seus olhos a vontade de gritar naquela escola "Sou sapata caralho" e que só não fez isso ainda por minha culpa, e porra eu me sinto tão mal por isso. A única coisa que eu quero é você, e saiba que eu nunca senti nojo ou vergonha do que nós temos, apenas nunca soube como reagir com essa situação, até porque nunca me senti atraída por alguma outra garota, apenas por você, meu amor. Eu fiz uma confusão nesse texto, mas acho que ele reflete como esta minha cabeça nesse momento, desde que vi você essa manhã com aquelas marcas no pescoço e percebi que eu poderia perder você e eu não estou sabendo o que fazer da minha vida nesse momento. Estou completamente perdida sem você, volta pra mim? Ou pelo menos me perdoa?"

Ao terminar essa merda já estava novamente aos prantos, por que ela tinha que me mandar isso agora? Será que ela não entendeu o que disse pra ela ainda nessa manhã?! Eu preciso ficar longe dela, longe de seu sorriso, sua voz, suas mensagens, longe de qualquer indicio de sua existência. Sequei minhas lagrimas com a coberta e bloqueei seu contato em toda e qualquer rede social, fechei a conversa e abri a de Gadu que havia me mandado seu endereço. Por sorte não era tão longe e tinha um Mc Donalds no caminho. Levantei da cama, fui até o banheiro onde lavei a cara pra ver se tirava a aparência de choro, tirei a camiseta do uniforme e vesti uma preta qualquer, calcei meus all stars novamente, me despedi das minhas cachorras, peguei meu skate e fui em direção ao Mc com meus fones de ouvido me acompanhando.

Gadu:

Já fazia uma hora que havia mandado meu endereço para a Laura e ela não me respondeu. Não sabia se ela viria ou não, mas esperava muito que sim. Ela era exatamente o que estava precisando depois que Lua me traiu. Era linda, carismática, estava passando pelo mesmo que eu, e o melhor de tudo, era extremamente gostosa.

Ouvi a campainha e corri até a entrada do apartamento para abrir a porta e lá estava ela, pude observar sua cara de choro, mas não iria me preocupar com isso no momento. A única coisa que importava era ela nua em minha cama pronta para mim, depois eu veria o que iria fazer com ela.

Continua...