"Ela só quer, só pensa em namorar. Ela só quer, só pensa em namorar" Luiz Gonzaga - Xote das Meninas
Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Esperava Sn sair do carro, nesse momento ele encarava a casa grande e bem iluminada, mas modesta, não havia nada de requintado em sua fachada simples de branco e verde. As janelas de madeira azuis abertas deixando o som da música sair e atrair as pessoas. Sn logo apareceu do lado dele, enrolando o braço no dele, Antoine estava nervoso ele não negava, ambos namoravam à 2 anos e seria a primeira vez que ele conheceria a família de Sn.
A mulher olhou pra ele, esperando alguma reação.
-Você tem certeza amor? - perguntou em espanhol a ele.
-Claro que tenho, seu pai deve achar que eu sou um canalha por não ter vindo falar com ele. - Antoine disse num "portunhol" muito arrastado. As aulas com Filipe não tinham adiantado de muita coisa, Sn pensou.
-É, ele acha mesmo. - a moça respondeu e riu da cara que ele fez.
-Se esse é o seu jeito de me animar, sinto muito, tenta de novo.
Sn passou a mão nos cachos escuros e sorriu o tranquilizando.
-Griez relaxa, meu pai não vai te matar.
Ele assentiu, não confiando muito no que ela disse, Filipe tinha falado que nordestinos eram bravos, ele não queria comprovar isso pessoalmente. Não que tivesse medo, mas de qualquer maneira era bom evitar. Griezmann se deixou levar pela mulher, Sn estava confortável naquele lugar, na cidade dela. Ela ainda tinha muito daqui bem enterrado em si, como o sotaque engraçado na hora de falar espanhol ou francês, ou como ela soltava umas frases estranhas. Mas tinha sido desse jeito que rir havia gostado dela, a simplicidade dela o deixava encantado, claro que ela fazia jus às raízes e quando estava brava ele preferia deixar ela aplacar sua fúria quieta, ele não era louco de cutucar a onça com vara curta, como ela mesma dizia. Conforme entravam na casa a música aumentava e a sua frente Sn andava em passos ritmados como se dançasse, na verdade ela dançava mesmo. A saia longa dela balançava e Antoine se esforçava bastante para não olhar ela dançar como um idiota. Logo os dois chegaram a um quintal amplo, aberto e cheio de gente, no canto um homem tocava uma sanfona e cantava enquanto o resto das pessoas dançava animado. Forró ele supôs, Sn vivia o arrastando para dançar isso dizendo que ele precisava aprender se quisesse namorar uma nordestina como ela. Ele claro não se fez de rogado e aprendeu certinho como ela ensinava. Foi um bom aluno, lembrava dela dizendo.
-Oi pessoal! - Sn gritou atraindo a atenção da pequena multidao.
Logo uma mulher muito parecida com ela surgiu no meio daquele monte de gente e a abraçou. Sn soltou a mão dele e abraçou a mulher, que seria mãe dela, pela semelhança.
-Mainha. - Sn falou, a música já tinha parado e tinha um tanto de gente querendo falar com a moça - Senti tanta saudade.
Antoine agradeceu as aulas ruins de português que Filipe havia lhe dado, pelo menos ele entendia um pouco do que era falado, e claro que o espanhol ajudava.
-Sn - a mulher passou as mãos no rosto da namorada dele, os olhos brilhantes pelas lágrimas - Tu tá tão linda, minha tampinha.
-A bênção mainha.
A mãe abençoou a menina que foi abraçar o pai e os avós. A mãe dela olhava Griezmann com curiosidade.
-Tu fala português? - perguntou fazendo uns sinais pra ajudar na comunicação.
-Um pouco - falou e estendeu a mão, gentil - Sou Antoine, namorado de Sn, muito prazer Srª. - o português arrastado e cheio de sotaque foi bem compreendido pela mulher.
-Me chame de Paula, galego. - puxou-o pra um abraço, que ele deu sem reservas - Maria tu vem dar uma olhada no galego de Sn. Um homão bonito ele né não mulher?
Antoine riu, sendo rodeado pelas mulheres da família, uma a uma se apresentando. Eram tias, primas, duas avós e uma infinidade de primas, ele não percebeu quando a namorada apareceu ali no meio o salvando das perguntas, levando-o onde o pai estaria.
-Painho. - ela falou pedindo a bênção do homem que não tirava os olhos de Griezmann.
-Ninha - ele a chamou pelo apelido familiar e abraçou a filha por longos minutos, enquanto isso Antoine falava com o único irmão dela.
-Griezmann não é?
-O proprio - respondeu apertando a mão do cunhado - Você é Renato, o irmão de Sn?
-Exatamente. - Renato falou examinando o atacante dos pés a cabeça. Ah pronto - Seja bem vindo Griezmann, espero que goste daqui.
-Obrigado.
Sn viu o pai encarar Antoine, Francisco reparava em cada pormenor detalhe do francês, conseguindo o deixar constrangido.
-Ele entende o português, Ninha?
-Um pouco. - respondeu segurando a mão de Griezmann. Francisco reparou nisso também.
-Tudo bem menino? - estendeu a mão para Antoine que apertou sem hesitar.
-Sim Sr. Francisco, e o senhor?
-Eu vou ficar bem, ainda mais depois de descobrir porque tu demorou tanto pra vir.
Se Griez ficou abalado com a pergunta, não demonstrou.
-Infelizmente tivemos pouquíssimas pausas nesses últimos dois anos, tanto Sn no jornal quanto eu no Atlético. - seu português saiu pior do que nunca. O pai de Sn fez um enorme esforço para entender.
-Certo... Mas agora vocês estão aqui - Griezmann assentiu, Francisco parecia querer avalia-lo o tempo todo. Saber o que o deixava nervoso. Mas pra sua sorte ele disfarçava bem. - Vamos conversar lá fora, menino.
E guiou Antoine pra fora da casa, logo a música recomeçou.
···
Cerca de 40 minutos depois ele voltava para o quintal, conversando com Francisco, este tinha a mão sobre o ombro do atacante, Sn levou aquilo com um sinal de confiança. Seu pai tinha gostado de Griez. Amém.
-Sobre o que vocês falaram? - perguntou pra ele.
-Coisa de homem.
-Antoine!
-Vem Ninha, vamos dançar. - ele riu do bico dela e a puxou pro meio da "pista" e dança.
