Dor

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SEXTA-FEIRA, 09HRS20MIN. CASA DA JULIENE



Eu estava sem chão.

Eu sabia que algo havia acontecido quando os olhos dos meus pais se encheram de lágrimas quando me encontraram na lanchonete e mamãe correu para me abraçar. De longe, pude ver a garçonete nos encarando, enquanto mamãe só sabia chorar e me aperta forte.

Era algo realmente sério. Eu queria perguntar o que havia acontecido para que eles ficassem desse jeito, mas um sopro frio no meu estomago me fez desejar o contrário e minha mente, em segundo imaginou mil coisas, mas não aquilo. Nunca imaginaria aquilo.

Com as mãos frias de mamãe me puxando para fora da lanchonete apressadamente, olho sobre o ombro para trás e a garota continuava parada no mesmo lugar, como se soubesse exatamente o que aconteceria e se lamentava por isso.

No carro, mamãe se sentou no banco de trás ao meu lado e seus braços rodearam o meu corpo, me apertando contra ela. Minha língua queria perguntar o que de tão grave tinha acontecido, mas meu coração não estava pronto para saber.

Agora, neste instante, com os olhos perdidos e cheios de lágrimas, sinto a mão de mamãe alisar meu cabelo, quando papai continua sentado a minha frente, depois de ter explodido a bomba no meu colo.

— Nós estamos felizes por você está aqui! Não sei o que seria da gente sem você, minha filha!

Levanto meus olhos e vejo papai secar suas lágrimas.

Eu não sei quanto tempo eu fiquei o encarando, esperando que ele admitisse que isso é uma brincadeira de mal gosto.

Meu corpo e meu coração estão pesados e doloridos internamente e minha mente estar um furacão.

Eu não conseguia pensar em mais nada. Não ouvi mais nada do que papai e mamãe falavam, eu apenas continuei encarando o rosto de papai e vejo sua faca mudar rapidamente, enquanto ele tenta desesperadamente se comunicar comigo.

Minha mente não estava ali, ela voava para Ema e Davi me perguntando se eles conseguiram escapar. Imaginando eles no meio daquela tragédia ou se eles estão vivos. Corria o risco de nunca mais ver nenhum deles.

Sou atacada por uma forte dor no peito, que faz com que eu me encolha em cima do sofá e coloque minhas mãos sobre a dor, a batida do meu coração acelera e parece que a qualquer momento estar preste a pular para fora do meu corpo. Não sinto mais as mãos de mamãe alisando meu cabelo. Papai se ajoelha diante de mim, com seus olhos desesperados, ele grita alguma coisa que eu não consigo entender, apenas continuo encarando papai, até que seu desespero parece aumentar e ele se senta ao meu lado, me abraçando como se estivesse me protegendo com toda a sua vida.

Entardecer- Para Salvar Uma VidaWhere stories live. Discover now