Capítulo 2.

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Depois que Natasha me obrigou a ajuda-la com a faxina vou até a geladeira e pego uma lata de cerveja,como naquela hora ela assista TV provavelmente não iria me ver fazendo isso...mas estava enganado.

— Aqui nós bebemos água para matar a sede senhor Eric.

Levo um susto ao ver Natasha parada me olhando na porta da cozinha com os braços cruzados.

— É...é...não é o que parece. — Digo ganguejando. — Só uma,eu prometo.

— Uma? uma a cada três horas?. — Diz ela de forma séria.

Natasha vem em minha direção e rapidamente pega a lata de cerveja que eu segurava em uma das mãos,ela joga bebida no lixo sem se importar.

— As vezes eu tenho vontade de matar você. — Disse ela de uma maneira engraçada sem perder a expressão séria.

— Você acha que sou um caso perdido?. — Falo encarando seus belos olhos negros — Se a resposta for sim então me deixe fazer isso.

— Eu ainda quero te matar. — Natasha mantém a pose — Não vou desistir de você tão facilmente,vai ser difícil se livrar de mim querido.

Olho o vazio por um instante,mesmo não querendo acabei virando um peso na vida de Natasha,eu jamais iria me perdoar se ela desistisse dos seus sonhos por minha causa.

— Espera aqui Eric.

Natasha nota meu breve momento de silêncio e sai da cozinha me deixando curioso.

...

Alguns minutos se passaram e ela retorna com um caderno,provavelmente para me mostrar uma história que eu havia feito alguns meses atrás.

— Está perfeita,poucos conseguem imaginar e produzir uma realidade tão complexa como essa,quem pensaria em algo assim?. — Fala ela sorridente.

"O mundo das almas perdidas"...esse livro fala de uma pessoa que sofre um acidente e fica em estado de coma...nada que seja tão interessante.

— Por qual motivo ainda não enviou para a editora?...eles iriam amar. — Natasha sorri de forma contagiante.

Eu ainda não me recuperei totalmente quando eles recusaram meu primeiro livro chamado "Renascido das cinzas",a história sobre um garoto órfão,ou como gosto de falar,o primeiro fracasso da minha vida.

— Nat,eu acho que essa história não está preparada para viver no mundo que conhecemos.

— Do que você está falando?. — Natasha me olha de forma curiosa.

— Não quero ver ninguém ferindo os sentimentos dos meus personagens. — Digo em um tom sério,mas logo sorrio com a minhas próprias palavras.

Natasha folheia algumas páginas do caderno e deixa alguns desenhos cair,ela cuidadosamente os pega e começa analisar de um por um.

— Eu achei eles soltos por aqui,são lindos,você poderia ganhar um bom dinheiro com eles. — Diz ela.

— Eu havia me esquecido que tinha colocados eles ai. — Falo me referindo aos desenhos de paisagens aleatórias feito a lápis.

— Tem um jovem talentoso de 27 anos parado aqui bem na minha frente que não coloca fé em si mesmo. — Natasha da uma breve pausa — O que você acha que devo fazer?.

— Não sei,você é um ano mais nova que eu e a mais inteligente,com certeza ainda está pensando em me matar. — Falo com um sorriso bobo.

— É,sim,eu ainda quero...

...

15:00 horas da tarde,Natasha e eu já estávamos prontos para trabalhar,ela andava por todo o apartamento a procura das chaves do seu carro...

— Não fica parado ai Eric,me ajuda a procurar.

— O carro nem é meu,a responsabilidade pela chaves deve ser sua. — Respondo revirando os olhos.

— Quem é sua canora para o trabalho?...sou eu,então tecnicamente você também ira se atrasar junto comigo.

— Não sei você,mas eu vou de metrô.

Levanto do sofá e rapidamente Natasha me olha furiosa...

— Elas estavam de baixo de você esse tempo todo?. — Ela alterou a voz.

— Eu não sabia.

Se Natasha tivesse olhar flamejante nesse exato momento eu estaria pegando fogo de tão zangada que ela está.

— Esquece isso,vamos,já estamos alguns minutos atrasados. — Diz ela tentando se acalmar.

E juntos saímos do nosso apartamento sem dizer mais nada...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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