II | Bubblegum Bitch

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Morei em Miami com meu pai até os 20 quando decidi que queria algo mais para a minha vida

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Morei em Miami com meu pai até os 20 quando decidi que queria algo mais para a minha vida. Eu tinha por volta de 12 anos quando minha paixão pela música aflorou, e percebendo que eu poderia ser muito boa, ou muito ruim, meu pai me matriculou em uma prestigiada escola de música, onde fiquei até os 17, antes de começar a procurar algo que me proporcionasse nível profissional na minha ainda incerta carreira de pianista. Manhattan não era minha primeira opção, mas se mostrou extremamente auspiciosa quando me vi desejando tentar uma audição na Juilliard.

Então, me mudei assim que convenci meu pai de que seria uma empreitada segura e que se não desse em nada, ao menos eu teria tido a experiência de morar em NY por alguns meses. No fundo eu realmente achava que não daria em nada mas, incrivelmente, depois de três semanas de angustia por uma resposta da escola enquanto morava provisoriamente em um hotel barato, fui aceita para uma pré-seleção que indicaria os 8 mais promissores a se tornarem alunos do curso intensivo de verão de 2014 da Juilliard.

Enquanto estava jogada de lado entre centenas de candidatos feito uma boneca de pano velha que havia sido trocada por uma Barbie bailarina, esperei e esperei por dias, até que espanei em uma noite quente que me lembrava o clima constante de minha casa na Florida e decidi que qualquer lugar seria melhor do que aquele quarto pequeno que me sufocava, e eu como uma nata preguiçosa que estava acabada por ter que acordar cedo a semana toda a fim de pegar uma fila decente para os testes, coloquei a primeira boa roupa que me cobrisse e desatei a passear pela cidade. Debati me jogar na Broadway e assistir a algum musical que nunca tinha visto ou invadir a lanchonete mais próxima em busca de gordura trans, mas antes que pudesse comprar os ingressos ou pensar no que gostaria de comer, uma legião furiosa de turistas passou por mim reclamando em espanhol algo sobre os tickets para a sessão das 20h de Wicked e todas as outras apresentações do mesmo horário estarem esgotadas. Meu espanhol do colegial nunca foi grande coisa, mas eu tinha certeza absoluta de que tinha entendido pelo menos 90% da situação. Irritados, os turistas se afastaram e entraram em uma lanchonete lotada, cessando as reclamações em seguida.

Como já estava por ali, fui até a bilheteria tentar a sorte.

— Hey! — Alguém segurou meu braço de repente antes que eu me aproximasse de um dos teatros. — Você, que horas são?

Observei a garota trabalhada em rosa bebê e pisquei confusa por um momento antes de sacar o celular.

— Hã... Dez para as oito. — Respondi e voltei minha atenção para ela.

Era ridiculamente bonita e usava saltos que provavelmente custavam todo o meu guarda roupa e mais um pouco, além de um bonito par de brincos de gatinho e um uma tiara branca prendendo a franja. Embora fosse quase oito da noite, aparentemente a necessidade de exibir óculos escuros caros não se limitava somente aos adolescentes irritantes do meu estado, a julgar pelo tamanho dos da garota.

— Droga. — Murmurou enquanto bufava baixo.

Encarei-a por mais um segundo antes de rir baixinho e me virar de novo para a fila, mas mais uma vez fui interrompida pela voz graciosa e o cheiro de perfume caro.

A Lei de Murphy (HIATUS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora