Capítulo 8

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Por causa do ferimento eu tive que passar o dia de repouso, o que acabou nos atrasando.Lúcia cuidou do ferimento na minha perna, que literalmente passou quase um dia pra passar a dor, durante esse tempo, descobri que meus pais estão bem e seguros e também soube que eles comandaram uma busca por de mim, cartazes com minha imagem estavam espalhados por todo lado. Agora eu tenho que me esconder deles, caso eles me encontre serei obrigada a retornar ao castelo. Uma tropa pequena chegou perto das casas que ficavam perto dos riachos, os homens perguntaram se as pessoas haviam me visto e todas responderam que não. Quando eu retornar ao castelo vou ajudar esse pequeno povo, dando tudo que eles precisam.
Uriel havia partido atrás de comida, ele rapidamente retornou e trouxe alguns pássaros pra nós comermos e Lúcia imediatamente foi preparar-los, dava pra ver a felicidade estampada no rosto daquela família.
Pérola mais uma vez estava chateada, pois ela queria algas, porém o mar agora estava ainda mais distante, ela não ia conseguir comer algas tão cedo e o mar só ia ficando mais distante.
-- A comida realmente está maravilhosa, obrigado Uriel. -- Nicolas agradeceu com um enorme sorriso no rosto, com a boca melada.
-- Meu filho tem razão, nós agradecemos muito Uriel, se não fosse você íamos comer sopa mais uma vez. -- Lúcia disse, colocando um pedaço do pássaro bem cozido e temperado na boca. Realmente está delicioso, Lúcia era uma ótima cozinheira.
Quando a noite caiu, ficamos todos dentro de casa, conversando sobre como eram suas vidas com magia e como suas vidas estão agora, Pérola vivia dizendo que não aguentava mais as pernas, que só serviam para causar dor.
-- Os guardas estão a sua procura, Melanie. É melhor tomar cuidado, se não Vossa Alteza será obrigada a voltar para o castelo. Uriel e Pérola, notícias se espalharam que as sereias e os anjos estão a procura de vocês. -- Lúcia nos avisou, com um tom de preocupação.
-- Se eles nos encontrarem juntos, nem sei o que são capazes de fazer conosco. -- Uriel disse, segurando a mão de Pérola e levando até a boca, dando um demorado beijo. Vi o desespero e a preocupação no olhar dos dois.
-- Eu só quero continuar com você. -- Pérola estava com um ar tristonho. -- A gente diz que nos encontramos sem querer, que brigamos o caminho todo e que nós nos odiamos seriamente. -- Uma lágrima caiu. -- Uriel, eu te amo tanto. -- Ela o beijou.
-- Ei casalzinho, confiem, ninguém vai separar vocês. -- Lúcia disse, batendo palma rápidas para que eles parassem o beijo.
-- Nós já passamos por muita coisa, não é agora que vamos nos separar. -- Uriel, olhou para mim, um olhar hipnotizante. -- Nenhum de nós. -- Ele riu e continuou sua fala. -- Nós vamos conseguir nossa magia de volta. -- Eu apenas concordei, pois todos tínhamos essa esperança.
Ao amanhecer, a luz do sol invadiu a casa, Uriel saiu novamente atrás de comida, dessa vez para o café da manhã, com certeza ele ia trazer frutas. Com muita preguiça, consegui me levantar do sofá, a dor na perna havia aliviado um pouco, dava para permanecer de pé. Depois que tomamos café, nos preparamos e nos despedimos daquela família adorável, Pérola foi na frente e abriu a porta, mas fechou rapidamente e apoiou a costa nas madeiras gastas da porta.

-- O que foi? -- Perguntei, seguindo em direção a janela para ver o que estava acontecendo.

-- Guardas. -- Pérola me puxou para longe da janela e o resto que estava dentro da casa se pôs em alerta. -- Eles estão perto. -- Quando ela terminou de falar, bateram na porta. Eu me arrepiei, ficando nervosa.

-- O que nós vamos fazer? -- Pérola cochichou, saindo de perto da porta. Mais uma vez bateram na porta.

-- Já estou indo! -- Lúcia gritou, fingindo estar longe. -- Vão se esconder. -- Lúcia disse entre dentes, indo até a porta. Imediatamente nós corremos até o quarto e ficamos em silêncio.

-- Desculpe incomodar, só queremos saber se a senhora viu a princesa Melanie. -- Uma voz grave adentrou a casa. Fomos olhar pelas pequenas brechas, eram dois homens, com uniformes do exército do castelo, eu os conhecia, um se chamava Eliesio, Ser da floresta e o outro se chamava Benjamin, era um Ser da Noite, agora eles podiam sair durante o dia, pois são Seres Normais agora, todos nós.

-- Sinto muito, mas não vi ninguém. -- Lúcia disse, com uma voz trêmula, mas os homens não perceberam.

-- Temos que fazer uma pequena revista na casa, só para confirmar.

-- Vocês tem a autorização da realeza para fazer isso nas casas dos outros. -- Lúcia perguntou e Eliesio respondeu que sim. Droga!

O olhar de Lúcia se encontrou com o meu pela brecha e ela mexeu a boca, nos mandando ir embora, depois ela deu um breve sorriso e voltou a ficar séria. Nós obedecemos, abri a janela com cuidado, para não fazer barulho e todos pulamos, seguramos nossas coisas com força e corremos, eu ia sentir saudade daquela povo, espero conseguir a magia para retribuir a ajuda que eles me ofereceram.

Olhamos para frente, se preparando para a caminhada, vamos continuar nossa jornada, estamos bem perto, em um dia chegamos as Montanhas do Sul.

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