Capítulo 10 - Ajuda "mútua"

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Cruzou os braços e se apoiou no na parede. Sasuke estava deitado no chão com os olhos fechados, a respiração ainda tentando se acalmar e ensopado de suor. Do jeito que estava, parecia que não se mexeria tão cedo nem se quisesse, e isso fazia Madara ter que cerrar os punhos e contar até vinte para não se meter. Sasuke não sabia mesmo a definição de "pegar leve", e isso o tirava do sério! Estava a mais um metro de distância e via as micro fasciculações dos músculos das pernas dele. E depois Hashirama lhe dizia que estava exagerando, Mito falava que era assim mesmo...

Desligou o celular e o jogou de leve sobre a barriga do sobrinho antes de ir para a cozinha.

— Vai tomar um banho — mandou, irritado, Sasuke sabia que não poderia levá-lo à faculdade naquele dia e, ainda assim, abusava nos exercícios. — Vou fazer o café, e hoje você come o que eu servir — decidiu ao abrir as portas do armário fazendo mais barulho do que deveria.

Sasuke emitiu algum som concordando, difícil ter certeza, e virou-se de lado no chão porque sabia que não conseguiria se levantar sem apoio. Cambaleou até o banheiro, deixou a roupa suja no chão e ligou o chuveiro enquanto o corpo deslizava pela parede até sentar-se no chão frio.

Não devia se demorar ali, tinha que sair mais cedo para pegar o metrô, mas os músculos exigiam o descanso que ele não podia dar naquele momento. A água quente ajudava, livrava-os dos tremores causados pela exaustão, e ele fez uma nota mental para não se esquecer de levar algumas frutas para comer na faculdade, não queria outra câimbra durante os ensaios.

Encostou a cabeça no azulejo frio e fechou os olhos, abrindo-os somente quando o susto pelas batidas na porta o fizeram despertar. Tinha dormido? Nem sabia dizer.

— Já to saindo! — gritou, antes que Madara arrombasse a porta achando que tinha morrido.

Tomou um banho rápido e saiu, xingando alto ao ver o horário no celular. Vestiu-se com a primeira roupa que encontrou e correu para se sentar à mesa.

Leite, café, salada de frutas, pão com frios e requeijão. Levou os olhos da comida ao tio duas vezes até revirá-los e decidir que não valia a pena discutir: Madara enfiaria aquela comida em sua garganta se fosse preciso. Comeu, sob atenta observação e um som claro de aborrecimento do tio.

— Mito vem te buscar — Madara falou após checar o celular, e Sasuke arqueou a sobrancelha. — Não adianta me olhar assim, também fiquei sabendo agora.

Sasuke relaxou o corpo na cadeira e comeu mais devagar. Mito foi pontual, como sempre, e ele recolheu o material e entrou no carro dela desconfiado.

— Bom dia. — Ela sorriu.

— Bom dia. O que aconteceu? — ele perguntou de imediato, não gostava de ser enrolado.

— Como assim? — Ela franziu o cenho. — Passei para te dar uma carona e para falarmos do médico.

— Médico?

— Joelho, lembra? Você me mandou uma mensagem já faz mais de uma semana para vermos isso. — Ela riu, e Sasuke enfim compreendeu. — Pensei em te dar uma carona e aproveitar para te perguntar por que quer a consulta. Se machucou?

— Não tenho certeza, mas você sabe como Madara é... se eu pedir a carteira do convênio para marcar uma consulta, vai achar que estou morrendo.

Mito sorriu e concordou.

— Eu dou um jeito de pegar a carteira, não se preocupe. Mas está tudo bem? Está doendo?

— Não muito, só quando forço demais.

— O que é todo dia. — Ela fez uma careta de desgosto.

— Mito... — ele pediu, cansado daquele assunto.

Não pare a MúsicaWhere stories live. Discover now