Capítulo 26 Parte: I

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P.O.V. ANABELLA

Abro a porta de meu apartamento e entro. De imediato chego e sento no sofá tirando aqueles tênis novos que apertavam meu pé. Acho que tenha sido má ideia recusar a oferta de carona de Flash no fim das aulas. Eu podia ter aceitado e meus pezinhos não estariam vermelhos de dor. Tirando o fato que eu quase fui parar no Brooklyn. Eu definitivamente não sei andar de metrô em Nova Iorque, me perco com todas aqueles lugares e entradas. Está um pouquinho difícil sem o Peter e meu Deus, mal completou um dia desde a nossa discussão naquele shopping e eu já estou aqui desnorteada sem saber o que fazer. Talvez eu devesse realmente conversar com ele e seguir o conselho de Michie, porque ele não é apenas o cara que eu gosto, é o meu melhor amigo, meu confidente. O que torna tudo mais doloroso, porque ele poderia ter confiado em mim, ou o que fosse, poderia ter me dito. Não digo que precisasse ser na primeira vez que trocamos uma palavra, mas depois que ele percebesse que as coisas entre nós haviam mudado, em pouco tempo, mas mudaram muito. Será que tudo aquilo foi real e sincero? Por algum período ele apenas mentiu para mim, isso não é admissível. Como saber quando ele dizia a verdade e quando ele a omitia? Caraca, até o Tony Stark mentiu para mim, e o pior, em baixo do meu nariz. Eu necessito ir para uma clínica de relaxamento e voltar depois de um mês quando tudo estiver calmo e resolvido.

"Mãe, cheguei." Digo depois de quase cinco minutos que já estava lá dentro.

"Filha, nem te vi entrando. Seu pai saiu para comprar um carro." Diz ela vindo da área de serviço com algumas roupas em um cesto.

"Nossa. Assim, de repente? Tipo, 'querida estou saindo para comprar um carro' ?" Pergunto bastante surpresa imitando o timbre de voz do meu pai.

"Ele disse que se cansou de ficar andando de táxi por todos os lados e é muito melhor ter o próprio carro. Só concordei, você sabe que quando ele tem algo na cabeça nada o faz mudar." Ela dizia para mim enquanto eu me levantava para ir a cozinha tomar um copo de água.

"É. Eu sei, sim." Concordo. "Acho que vou tomar um banho."

"Ei, espera!" Mamãe chama minha atenção fazendo-me parar na rota da sala para o banheiro. "Está acontecendo alguma coisa entre você e o Peter?"

"Elisa Clarke, sua raposa astuta!" Digo em meu subconsciente.

"Você fala nele o dia inteiro, e desde ontem nem soltou um único pio." Mamãe coloca o cesto de roupas limpas em cima do sofá.

"Eu nunca falo dele." Me defendo.

"Nunca?" Ela me olha de canto de olho com desdém.

"Quer dizer, algumas vezes eu falo dele." Me corrijo.

"Algumas vezes?"

"Tudo bem, à todo momento eu falo dele." Impossível me defender diante de Mamãe. "Peter e eu discutimos." Digo por fim.

"Quer conversar sobre isso?" Ela oferece sentando-se no sofá.

"Não... não. Está tudo bem." Não tem como eu conversar com ela sem dizer literalmente tudo desde os primórdios até as partes que eu quase morri e ele me salvou. "O que a senhora faria se descobrisse que uma pessoa não é o que você pensa?" Pergunto, mas fica evidente que fazia jus a Peter.

"O que você descobriu é bom ou ruim?" Agora ela me fazia a pergunta.

"Depende do ponto de vista." Respondo e vou para o banheiro, com a sensação de que deixei minha mãe um pouco atordoada.

Depois de tomar aquele tão desejado banho vou para meu quarto para procurar um hotel bom para meus pais sem que eles descubram. Só contarei cedo durante o café da manhã. Quero que seja um presente de minha parte (que eu por acaso não vou pagar), mas eu meio que estou fazendo isso para eles irem a um hotel legal e descansarem um pouco, se eu não fizesse eles iriam trocar um presentinho e ficar aqui em casa. Que sem graça! Acho que precisam de um momento. Ugh!

The New Avenger || Spider-Man #Wattys2020 #WriteTogheterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora