quinze.

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- Tu estás bem? - Nic perguntou pela milésima vez, fazendo-me revirar os olhos.

- Vai fazer isso para a Rússia que não vais dar nas vistas, nem nada! - fui irónica e eles bufaram.

- Desculpa lá se nós estamos preocupados contigo! - Alejandro ripostou, também, irónico e eu ri.

- Eu sei que não fazem de propósito e é natural da vossa parte mas isso só me lembra do facto de que eu tenho uma doença quando eu não quero fazer disso o meu principal pensamento, entendem? Eu não quero fazer desse facto o meu dia a dia. Quero viver normalmente. Sim, eu sei que tenho que ter mais cuidados, nomeadamente quando iniciar os tratamentos mas isso ainda não aconteceu. Portanto, podemos ir aproveitar a Rússia e o Mundial? Eu não quero mesmo que o Rúben desconfie de algo. Ele precisa de estar focado na competição a 100%. - vi-os acenar e sorri em forma de agradecimento.

- Mas estás mesmo bem, não estás? - Alejandro perguntou e eu ri.

- Melhor impossível. - respondi e eles sorriram.

As portas do autocarro abriram e seguimos para o interior do avião, cumprimentando a crew da companhia que se encontrava à porta, saudando os passageiros.

- Boa viagem e obrigado pela sua preferência. - a aeromoça agradeceu e ofereci-lhe um sorriso.

- Como se nós tivéssemos escolha. Era o único voo disponível. - Nic comentou baixinho e virei-me para ele, lançando-lhe um olhar de morte.

- Calado és poeta, Nicolas Molina. - atirei e o mais velho olhou-me com uma expressão ofendida.

- Eish, que má Eva! Isso é maneira de tratar o teu irmão favorito? - levou a mão ao peito, fingindo dor e eu ri.

- Que eu saiba não te chamas Alejandro, portanto não és o irmão favorito dela. - Al interviu e eu ri quando iniciaram uma discussão entre eles.

- Quando terminarem o vosso bate-boca parvo, há pessoas que querem passar no corredor e vocês estão a impedir a passagem. - apontei para a multidão atrás deles que ria das suas figuras.

Não evitei uma gargalhada ao ver as suas expressões constrangidas e depois de estes se desculparem, nos sentamos, apertando os cintos de segurança.

Depois de toda a gente estar acomodada, prestamos atenção às instruções da aeromoça acerca dos procedimentos de segurança e iniciámos a nossa viagem rumo à Rússia.

***

- Chegámos! Acordem! - abanei o corpo dos rapazes que se encontravam a dormir.

- Eish, meu! Que criança, Eve! - Nic resmungou do meu entusiasmo e eu ri, batendo-lhe no braço.

- Se vieste para a Rússia dormir, tinhas ficado em Portugal! - resmunguei e ele bufou.

- Toma que já levaste! - Alejandro gozou com o irmão gémeo e eu ri. Retirámos as nossas mochilas e esperamos na fila para abandonar o avião. Assim que o fizemos, fomos em direção aos tapetes rolantes onde recolhemos as nossas bagagens, que não eram muitas devido aos poucos dias que ficaríamos por solo russo.

Quando saímos, não foi preciso procurar pela família de Rúben pois Carolina e Beatriz correram na nossa direção, envolvendo-me num abraço.

- Finalmente! - disseram em uníssono e eu ri, retribuindo o aperto.

- Nem me digas nada! Estava a ver que nunca mais chegava este dia. - reclamei e elas riram.

Girls Like You | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora