doze.

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- Querida, estás bem? - a minha mãe perguntou enquanto jantavamos.

- Sim. Porquê? - perguntei confusa e ela olhou para mim preocupada.

- Não sei, estás pálida e mais magrinha. Pareces mais em baixo. Não sentes dores? Nada? - tornou a perguntar e eu sorri fraco com a sua preocupação.

- Eu estou bem, mãe. Não se preocupe. - sorri-lhe e vi que ela não tinha ficado muito convencida.

- Não queres ir ao hospital? - olhou para mim expectante e não hesitei em negar.

- Não, claro que não. Eles provavelmente vão dizer que é stress. São os exames finais da faculdade, são as provas para ingressar no mestrado, é o Rúben que já está em Oeiras e daqui a uns dias embarca para a Rússia.. É apenas ansiedade e cansaço. - não dei importância à dor física que, por vezes, sentia no coração. Não era nada.

- Não estás grávida, pois não? - Nic perguntou e dei graças a Deus por já ter pousado o copo de água na mesa.

- Claro que não! Eu e o Rúben sempre nos protegemos. - afirmei rapidamente e quando olhei para eles, dei de contas acerca daquilo que tinha dito.

Eu e a minha boca grande. Quer dizer, eles deviam ter a noção que iria a acontecer, mas também não precisava de o ter dito assim.
Os meus irmãos olhavam-me demasiado sérios, enquanto o meu pai decidira que o prato da comida à sua frente neste momento era a atração maior da sala. A minha mãe, por sua vez, não escondia o riso devido aos disparates do meu irmão.

- O que foi? - perguntei calma, olhando os gémeos. - Não vão fazer uma tempestade num copo de água, pois não? Vocês já deveriam saber que duas pessoas que se amam, confiam uma na outra e se sentem à vontade, acaba por acontecer. É a coisa mais natural do mundo. Não sei porque anda o tratam como um assunto tabu. - disse naturalmente e vi-os revirar os olhos.

- Nós já sabíamos, apenas ignoravamos este facto mas tu a dizê-lo em voz alta, torna tudo mais real. - Alejandro resmungou, fazendo uma careta e eu ri.

Olhei para o meu pai, oferecendo-lhe um sorriso fraco que transparecia a culpa que eu sentia. Apesar de tudo, não gostava de desiludir os meus pais fosse da maneira que fosse.

Vi-o sorrir e uma onde de alívio percorreu o meu corpo. Sentia-me bem com a compreensão e confiança que facilmente depositavam em mim.
Era sinal de que estava a dar os passos certos.

- Estás a pensar ir à Rússia acompanhar o Rúben? - o mais velho da família perguntou e acenei.

- O Mundial inicia-se a quatorze de Junho mas não vou poder assistir aos primeiros jogos porque vou estar a estudar para os exames mas, quando as provas terminarem, gostava de acompanhar o seu percurso e o de toda a equipa de mais perto. Sei que a sua família vai lá estar portanto não estaria sozinha. - expliquei e vi-os concordar.

- Nós também vamos. - Nic fez-se ouvir e eu sorri, adorando a ideia.

- Isso era uma ótima ideia! - respondi animada e eles riram.

- Por mim, pode ser. Também estamos a terminar os exames e depois ficamos livres. Além de acompanharmos o percurso de Portugal, podemos apoiar também o México! - Alejandro acrescentou e eles fizeram um cumprimento com as mãos estranho entre eles que nos levou a rir.

- A final ainda vai ser entre Portugal e México! Isso era demais! - Nic gritou eufórico e eu ri com as parvoíces dos meus irmãos mais velhos.

- Vocês não podem ir, pois não? - perguntei aos meus pais e vi-os negar, o que me fez suspirar triste.

Girls Like You | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora