23.06.18 - Sábado

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De: nico.rafa.belson@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Eu é que estou em dívida com você


Vou aproveitar para escrever um pouco, já que essa tarde você foi dar uma volta com minha irmã...

De vez em quanto tenho visto você fazer o mesmo (refiro-me às suas escritas frequentes). Você pega seu note, coloca-o sobre a bandeja, e fica digitando tão absorto que nem percebe o que acontece ao seu redor. Fico espiando você morder a ponta do polegar enquanto pensa o que vai digitar... Já notou isso em si mesmo? Gosto da forma como fica... Seus cabelos quase cobrem o seu rosto, e você vira a cabeça de lado, tão gracioso... Também gosto de ver você e o Lucas juntos. E foi exatamente isso: a maneira como vocês se dão bem, a forma como você abraçou o papel de "titio responsável", que fez eu compreender, cada vez mais, que queria você ao meu lado.

Te ver assim, tão inocente, me desperta coisas que me faz sentir vergonha de mim mesmo. Como se eu estivesse violando algo puro só de olhar, só de imaginar... E a forma como você me encara, com esses orbes azuis, sempre faz eu me sentir analisado. Gostaria de saber o que se passa em sua cabeça, em determinados momentos. Tipo aquele dia em que você chupou meu polegar... Ah, Zak... Tem ideia de como aquilo me provocou? Tem noção do que eu tive vontade de fazer naquela hora? Será que você fez aquilo sabendo que me deixaria com tesão?

Se não fossem seus pontos, eu teria te levado para meu quarto...

Confesso: estou ansioso pela derrota da Dinamarca (eles que me perdoem... você que inventou de fazer sorteio em sua aposta). Quero ver você, com todo esse acanhamento que você sempre demonstra, se despindo para mim, com uma música que eu vou escolher. E pelo que vi hoje com a Alemanha, pode ir se preparando, meu namorado gostoso...

Ah, sim. Eu te acho gostoso, e amo ver suas coxas apertadas por sua calça moletom. Tenho um fetiche por pernas, e as suas me parecem muito interessantes por debaixo das roupas...

Ontem, quando fui pegar meu carro em seu quintal (e por causa dessa gentileza, você já fez demais para agradecer) fiquei parado lá, um tempo. De onde eu estava dava para ver os fundos onde ficamos durante aquela faxina botânica. Lembra como foi divertido brincar no córrego? Aquele dia foi uma revelação para mim, e em vários sentidos... Para começar, fazia tempo que eu não ria como criança, apenas por uma brincadeira boba.

E então nós nos desequilibramos, e você caiu sobre mim. Quando notei como você estava, me assustei um pouco... E então percebi que você ficou constrangido.

Mas, no mesmo dia, você me beijou...

Naquela noite eu não dormi. Absolutamente, não preguei os olhos. Pense comigo: um rapaz cai "duro" em cima de mim, e umas horas depois ele me beija... E se tratava justo do mesmo cara em quem eu vinha pensando há um tempo, mesmo sem perceber.

Sim, porque você tem um "quê" admirável. É agradável olhar para você, como se eu estivesse olhando a obra que retrata um ser divino. Foi estranho para mim perceber que eu estava sentindo atração por um garoto, e eu demorei um tempo para que a ficha caísse. Mas como convivo com a Jaqueline (mente escancarada), fui levando isso de boa.

De início era uma curiosidade. Eu tive vontade de te beijar uma segunda vez, só para ter certeza se eu não estava louco (e fiz isso naquele dia, quando você conheceu o Lucas). E, mais uma vez, gostei...

Naquela madrugada, você enlouqueceu e quase se matou. A Jaqueline pediu para que eu me afastasse de você... Mas isso só fez eu querer ficar ainda mais próximo. E então, alguns dias depois, nosso terceiro beijo. Não me esqueço de como foi excelente...

E no dia seguinte, o ataque.

Tive medo, Isaac. E ainda tenho... Parecia que sempre que eu dava um passo em sua direção, algo te acontecia. Mas olhe para nós, agora... Estamos namorando, e a minha certeza só aumentou. Qual certeza? A certeza de que eu te quero.

Mas não quero invadir seu espaço a ponto de você perdê-lo. Não passo de um namorado, e não tenho direito de usar um terreno que é seu. Entende, Zak? É que você me surpreendeu na quinta-feira, quando ofereceu sua casa para usarmos para as plantas. Eu não posso aceitar uma oferta dessas... É maravilhoso de sua parte, mas não posso...

Foi doloroso para mim ver como ficou triste, mas você deve entender: não posso simplesmente aceitar invadir seu espaço. É sua casa, Zak. Eu não queria que você tivesse ficado chateado daquele jeito.

Queria que você entendesse que: não é que eu não aceite suas formas de gratidão... É que eu não preciso de nada em troca do que estou fazendo por você. Eu e a Jack te trouxemos aqui para que pudéssemos ficar de olho em nosso amigo (e meu namorado), e fazemos isso de bom grado, sem querermos um tostão em troca.

Você é tão especial para nós (para mim) que no fim das contas eu é que me sinto endividado (e, como comentei acima, já fui a causa de suas quase mortes duas vezes... duas!). Eu não suportaria a culpa de utilizar todo aquele espaço para proveito próprio. É sua casa, o seu "Pântano", como você chama o casarão.

Não sei por que estou explicando essas coisas aqui, sendo que já te expliquei na quinta à noite. É que dá a impressão de que colocar tudo em palavras organiza minhas ideias. Sei que você não vai ler isso, e sei que não chegou a ler os e-mails anteriores (pelo pouco que te conheço, você teria dito algo... e eu falei coisas bem reveladoras), mas escrever para você me faz bem.

Naquela noite você se fechou em meu quarto, sem querer papo... E na sexta, antes de eu viajar, estava tão quieto... A Jack ficou brava comigo, pra variar...

Espero que ao menos a conversa de vocês dois esteja sendo proveitosa. Que seja um bom passeio... Minha irmã parece que tem o dom de te convencer, então espero que ela alcance sua cabecinha teimosa e faça você entender que expandir um negócio em terreno alheio não é assim tão simples.

... Bom, dei uma pausa na escrita para receber o Lucas. A Sônia acabou de ir embora, deixando ele comigo. Que bom que você não está aqui, porque não gostei do que ela falou da última vez. Não querer "o filho DELA" perto de você só porque ela não gosta da forma como você a olha. Eu não sei o que deu na cabeça daquela mulher.

Acho melhor terminar o e-mail por aqui antes que o terrorzinho da casa mexa nas gavetas da Jack (e aí eu é que pago o pato).

Quero que volte logo. Estou ansioso por mais uma "festinha do pijama" com você e o Lucas.



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