Nicholas & Olívia

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Nicholas entrou na biblioteca, completamente ansioso. Ele e Olívia tinham discutido na noite anterior, e ela havia cortado volta dele a manhã toda. Então, receber uma mensagem dela foi um alívio tremendo.

Me encontre na biblioteca em 10 min.

Curto e grosso, claro, mas ainda assim era algo. Nunca tinham ficado sem se falar, e resolveram "estrear" bem na véspera do dia dos namorados. Genial.

E tinham discutido por um motivo tão besta! Ela ia dormir na casa dele, para estudarem juntos para a prova de física, já que Olívia, sempre boa aluna, estava para tomar pau na matéria. Nunca tinham dormido na casa do outro, mas como moravam razoavelmente longe e estudariam até mais tarde, os pais concordaram.

Foi então que ela saiu do banho, já vestida, mas com a toalha em mãos. E deixou na cama dele. E ele reclamou. E ela disse que ele era mimado. E quando viu, já estavam com a voz exaltada e ela pegava as coisas para ir embora. Antes das 19h.

Agora, além de tudo, se sentia culpado. Viu que ela estava dispersa durante a prova de física, na qual ela precisava MUITO ir bem. E se ela bombasse, realmente, a culpa seria toda dele!

─ Grande presente de dia dos namorados, Nicholas Mercante. ─ resmungou para si mesmo, olhando pelas prateleiras em busca de Olívia. E então, algo lhe ocorreu ─ Claro... Dom Casmurro!

Procurou o corredor dos clássicos, onde tinham se esbarrado no ano anterior. E lá estava ela, com o exemplar que ele havia lhe dado de Dom Casmurro.

A encarou com um sorriso, mas tímido. Não sabia se ela queria discutir, fazer as pazes ou se já estavam de bem. Ela era sua primeira namorada, afinal, e sempre se sentia perdido quando viviam algo novo.

─ Foi aqui que a gente se encontrou, ano passado. ─ Nicholas tentou quebrar o gelo.

─ Foi aqui que você me perseguiu, você quer dizer. ─ lembrou Olívia.

─ Você respondeu minha indireta no Twitter, lembra? No seu cartão.

─ Não sei aonde eu estava com a cabeça de dar trela para engomadinho mimado. ─ ela revirou os olhos, fazendo Nicholas se encolher ─ Mas estou feliz de ter dado.

─ É sério? ─ Nicholas praticamente pulou a distância entre eles ao menos sinal positivo, assustando Olívia ─ Eu... Me desculpe pelo chilique, Oli.

─ Desculpa por ter revidado também, Nic. Eu estava tensa com a prova e com a história de dormir na sua casa. ─ ela baixou os olhos, envergonhada.

─ Mas... Você ia dormir no quarto de hóspedes!

─ Mesmo assim, eu ia dormir na casa do meu namorado. ─ Olívia revirou os olhos novamente, fazendo Nicholas rir.

─ Sendo bem honesto, eu também estava tenso com a ideia de você dormir em casa. ─ o loiro fez carinho na bochecha da garota ─ Acho que somos dois crianções, hã?

─ Você acha? ─ Olívia arqueou a sobrancelha ─ Conseguimos ter a nossa primeira briga, completamente besta, na véspera do nosso primeiro dia dos namorados, barra, aniversário de namoro.

─ Cadê o troféu de casal lesado?

─ Eu vou entregar para vocês se continuarem nesse lenga-lenga e não se beijarem logo. ─ pularam ao ouvir a voz de Valentina, os encarando descrente com Gabriel ao lado ─ Pelo amor de Deus, quanto drama desnecessário.

─ Vem logo, gatinha, vamos assinar a ficha do livro e deixar os dois se resolverem. ─ Gabriel puxou a namorada, deixando o outro casal novamente à sós.

Nicholas encarou Olívia, que estava da cor de um pimentão, na certa querendo afundar a cara no chão como um avestruz. A relação da namorada e de Valentina ainda não era das melhores, e a sinceridade bruta de sua melhor amiga às vezes a deixava sem graça.

─ Quando chega o ponto de tomar esporro da Tina, é porque eu to dando mancada. ─ comentou de forma casual, para descontrair.

─ Então você dá mancada todos os dias, Nicholas... Porque eu só vejo a Valentina te dando esporro.

─ Olha, eu queria te deixar com menos vergonha, mas já me arrependi. ─ ele começou a se afastar, quando Olívia o puxou pelo suéter ─ Não, não quero conversa.

─ Jura que vai continuar emburrado no nosso aniversário de namoro?

─ Agora que eu percebi que nosso aniversário de namoro é junto com o dia dos namorados, então eu só preciso te dar um presente. ─ ele apontou, a abraçando pela cintura.

─ O maior riquinho do colégio, regulando presente? ─ ela passou os braços ao redor do pescoço dele ─ Será que dá tempo de eu pular fora?

─ Teve um ano para isso, linda... Agora não pode mais largar. ─ Nicholas roçou o nariz no dela ─ Feliz dia dos namorados, amor.

─ Feliz dia dos namorados, lindo... E obrigada por esse um ano incrível.

─ O mais incrível! Mesmo você tendo medo de dormir na minha casa. ─ ele deu uma piscadela, que fez Olívia rir.

─ Cala a boca e escuta a Tina uma vez na vida.

E sem dar chance de Nicholas retrucar, Olívia o beijou. 

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Amor aos 17 - Coletânea de Contos Baseados em "Amor aos 16"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora