Encantada por Peeta, Nas batidas do Amor, 2

Capítulo 5

Peeta

Tínhamos um show marcado em Havana e eu queria muito que Alicia fosse comigo, mas ela não atendia o telefone há horas e eu estava ficando cada vez mais preocupado.

Ela não fazia essas coisas.

Quando se perdia no seu mundo colorido, costumava voltar e ligar pra mim em questão de minutos, nunca horas, pelo menos, nos últimos meses, não em horas.

— E aí? – Miles perguntou, me olhando preocupada.

Emmett logo atrás dela, com as mãos protetoramente na sua cintura, esperando também uma resposta.

Dei de ombros, sem querer parecer mais preocupado do que estava.

— Ela deve estar fazendo alguma coisa, relaxa.

Até poderia ser, mas sentia que seu silêncio não tinha uma história boa por trás.

— Deve ser, só precisava saber se ela queria nos acompanhar, mas já que está ocupada, nem vou esquentar com isso.

— Certo!

Olhei para meus amigos, esperando o voo, e pela primeira vez me vi desejando ter algo igual. Eles eram doidos, como astros do rock poderiam ser, mas tinham uma sintonia inegável. Quando estavam juntos era praticamente uma canção em cada segundo, nós que ficávamos por perto percebíamos isso e eles nem se ligavam do quanto pareciam melosos.

Sendo que Miles era a pessoa mais avessa à sentimentos que eu conheci.

O amor mudava mesmo o mundo.

Essa constatação era tão clara quanto água.

— Claro que não, Sophie! – Kellan se aproximou da gente, discutindo acaloradamente com a garota, que gesticulava brava com ele, praguejando alto que tinha razão.

Seu cabelo agora rosa, balançava com seus movimentos bruscos, ao tentar provar o seu ponto, enquanto o semblante do Kel não conotava nenhum traço de falta de paciência; pelo contrário, ele parecia mais feliz do que eu costumava me lembrar. Sempre perdido em pensamentos, sempre guardando para si as opiniões, o que pelo visto, Sophie mudara em um piscar de olhos.

Emmett, eu e Miles olhamos estranho para aquela situação.

Ambos pareciam estar interessados demais no assunto para nos ignorar completamente.

— É um clássico!

— É, mas não é o melhor!

— Com certeza é!

— O que estão discutindo? – Emmett perguntou e por pouco eu não fizera o mesmo, a curiosidade me tomando por completo.

— Clássicos! Sophie acha que o maior clássico do rock é Smoke on the Water, eu acho que é Stairway to Heaven! Com certeza, Led Zeppelin é bem melhor! Temos Immigrant Song pra provar isso!

— Não acho!

— Pra mim não é nenhum dos dois, e sim Sweet Child O'mine. – Ryan comentou se sentando ao meu lado, sem a menor cerimônia de se colocar no meio da conversa.

Seu cabelo dessa vez em uma tonalidade azul claro em cima e nos lados cor de petróleo, preto como costumava ser a aura da banda, antes da Miles se contrabandear para a luz.

— Por causa do solo do caralho! – Kellan falou e todos gargalhamos.

Era a verdade.

Ryan amava os solos, assim como nós gostávamos de outros pontos da música. Era maior que a gente e quando percebíamos já estávamos gesticulando no ar, os movimentos para fazer o som, para torna-lo real. Conseguia até mesmo ouvir a música na minha cabeça antes que meus dedos tocassem nas cordas, deveria ser assim com Kellan e assim com Ryan também, sem dúvidas.