capítulo 5: Distante que eu quero mais distante ainda

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Aquele puto carneiro negro pulguento do Vitor estava me carregando feito um saco de arroz.

- Me coloca no chão seu Canadense nojento.

Sinto que não devia ter falado isso tão alto, porque as pessoas na rua me olharam ameaçadoramente, tipo, o-que-você-tem-contra-o-Canadá?

- Não acredito que você fez aquilo.

- O que? Você devia me agradecer, eu só estava tentando deixar o lugar mais animado para você e sua namoradinha.

- Eu não passei nem 24 horas com você e eu já quero te matar, você e o capeta em forma de gente.

Vitor tira o celular do bolso e eu fico com medo dele estar ligando para a tia Saula, se ela contar para a minha mãe, ela me interna em um colégio interno na Suíça.

- Pra quem você está ligando?

- Para um amigo meu vim buscar a gente, não quero ter que recorrer aos seus "métodos" de conseguir um táxi.

Logo um Porche preto para perto da calçada.

- Alguém ai precisa de uma carona? - pergunta o menino dentro do carro.

- Não babaca, a gente tá esperando o Natal pra ver se rouba o trenó do gordoel! - digo já entrando dentro do carro.

- Gordo quem?

- Não liga para ela, essa anã diabólica e minha prima distante que eu quero mais distante ainda. - diz Vitor para o menino loiro atrás do volante.

- Ela é gostosa.

Dou um tapa tão forte na cabeça do loiro abusado que se ele não viu estrelinha e porque a cabeça dele estava nublada.

- Como foi seu jantar com a Izabella?

Começo a rir descontroladamente e Vitor fica vermelho de raiva. Ele conta para o loiro tudo que aconteceu, e toda vez que precisa falar meu nome ele o substitui por algo ofencivo. Mas eu rio tanto que não tenho nem forças para retribuir ou socar a cara de carneiro dele.

Quando saltamos do carro o amigo loiro dele me entrega um papel com o número dele escrito.

- Uhhm, me liga, caso o Vitor esteja te enchendo de mais, ou sei lá, se quiser sair para... - ele não termina de dizer porque o Vitor pega no meu braço e me arrasta para dentro do prédio.

- Ei! qual é o seu problema?

- Nesse momento? Você é meu maior problema. Você estragou meu jantar com a Izabella e eu estrague sua conversa com o Jered, estamos quites.

- Eu tenho o número dele - digo mostrando língua e balançando o cartãozinho no ar.

Vitor sai andando para dentro do quarto totalmente me ignorando. NINGUÉM me ignora em uma discussão. Sigo ele, eu tenho que monstrar para esse idiota quem é que manda.

- Escuta, eu não queria estar aqui, muito menos queria estar tendo que olhar para essa sua cara canadense nojenta.

- O que você tem contra o Canadá?

- Não e dá sua conta.

Vitor tira a camisa e entra dentro do banheiro que tem no quarto. Eu até ia brigar com ele para tomar banho primeiro, mas estou muito cansada.

- Ótimo - diz ele batendo a porta na minha cara.

- Ótimo - repito só para dar a palavra final.

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