Capítulo 10

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Chantal

Chantal

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Decidimos fazer o trajeto até o hospital a pé e conversar por mais tempo. Henri fala dos afazeres da fazenda e como seu pai está cada vez mais exigente com todos, com cobranças absurdas sobre prazo de entrega dos produtos que cultivam, não levando muitas vezes em consideração o clima da região.

Ouço distante o que ele diz, pois continuo lembrando da intensidade que o semblante de Pierre, cada vez que olho para ele fico mais interessada em saber porque ele está em Lores e o que aconteceu com ele.

— O que você acha? Acho que no feriado será um bom dia, todos podem vir. — Ele toca meu braço e me faz voltar a ouvi-lo.

— O quê? — pergunto. Não sei a que sua pergunta se refere, a última coisa que ouvi da conversa foi que teve um terço da plantação queimada pelo frio.

— Você não me ouviu? Estou falando faz um tempão — rezinga.

— Desculpa, estava distraída.

Ele franze os lábios e diz:

— A festa na fazenda, quero fazer no feriado, assim todos podem ir.

Ah!

— Sim, perfeito — falo.

— Você vai, não é? — investiga, com um olhar um tanto aflito e eu começo a sorrir.

— Se nesse dia alguém ficar com a minha avó, eu vou. Mas não por muito tempo, não estou no clima para festas, passo só para falar um oi para o pessoal.

— Posso pagar para uma das funcionárias da fazenda ficar com sua avó — diz, parando de andar. Eu ainda dou alguns passos a frente e paro também, virando-me para trás para dizer:

— Não precisa, Henri. Eu vejo com algumas das amigas dela, pode ficar tranquilo, eu vou a festa nem que seja por dez minutos.

Henri volta a andar e estica o braço, passando-o por cima dos meus ombros e puxa meu corpo para perto do dele.

— Você é a amiga que mais prezo em Lores, por favor, não me deixe só nessa festa.

Começo a rir em alto som.

— Como você ficaria sozinho em sua festa, Henri? Para de drama, e eu agradeço por ser a amiga que mais preza, mas sei que você tem uma infinidade de amigos da faculdade que virão e não te deixarão sozinho, nem por um minuto.

— Eles não contam, estou falando de você.

Solto-me de seu abraço e ajusto meu casaco e cachecol no lugar, e continuo a caminhar.

SEM CAMINHO (Amazon e Físico no daniassis.com.br)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora