Trinta e quatro - Painful Memories

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I could fall, or I could fly
Here in your aeroplane
And I could live, I could die
Hanging on the words you say
And I've been known to give my all
And jumping in harder than
Ten thousand rocks on the lake

- Dive, Ed Sheeran.

Ashton Irwin P.O.V.:

Domingo, 12 de abril de 2015, 2h45min.

- Você não deveria ter feito isso, Ashton. - Judy disse visivelmente alterada.

- Eu não tô acreditando que você ta defendendo ele. - eu ri sem humor.

Só podia ser brincadeira com minha cara, depois de tudo que ela já contou sobre esse idiota, ela ainda tem coragem de defender ele?

- Eu não tô defendendo ele, Ashton - a morena bufou me empurrando pra dentro de sua casa e depois fechando a porta.

Eu passei a mão no rosto e senti a ardência em meu supercílio, olhei minha mão e havia sangue ali, pelo visto aquele idiota conseguiu me acertar em algum momento.

- Você é um idiota. - ela reclamou entrando em algum lugar pela cozinha e eu a segui.

- Ah, eu sou um idiota? - ri mais uma vez.

- Sim, você não tinha que ter se metido em briga nenhuma com aquele babaca, agora você ta machucado e a culpa é minha. - a ouvi bufar.

Judy entrou em uma porta e depois voltou com uma caixa preta na mão, me sentou em uma cadeira e se sentou a minha frente.

- Você deveria ter visto o outro cara. - tentei descontrair e Judy revirou os olhos, não conseguindo segurar o riso.

- Você não tinha que ter feito isso, Ash. - ela respirou fundo e abriu a caixa, pegando algo que eu não vi.

- Ele teve coragem de encostar em você, eu deveria ter feito isso sim. - revirei os olhos e ela deu um tapa em meu ombro.

- Vai doer. - pôs um algodão com algo em minha sobrancelha, eu soltei um palavrão e cheguei para trás - Fica quieto. - ela reclamou segurando meu braço e passando o algodão novamente.

- Você nunca me contou tudo, eu só sei o que você quer que eu saiba. - fiz uma careta pela dor que me atingiu ao sentir o algodão novamente.

Ouvi a morena respirar fundo e olhei em seus olhos, eles estavam mais escuros e vermelhos essa noite, tinha algo neles além das lágrimas que ela havia derramado.

- Ele foi meu primeiro e único namorado. - ela soltou, relaxando seu ombro - No início tudo foi maravilhoso, ele era fofo e carinhoso, queria sempre estar por perto e me fazia sentir bem. - seu olhar desceu para o chão - As coisas foram acontecendo rápido, então um dia as coisas esquentaram e eu disse que não me sentia pronta pra fazer aquilo ainda, ele disse que eu havia deixado ele, - ela engoliu seco e fez uma careta - duro, e que eu tinha que ajudar ele a se livrar daquilo, disse que eu não podia provoca-lo e depois fugir, que eu era namorada dele e tudo bem fazermos aquilo, porque era natural e minha obrigação satisfazer ele. Então eu cedi, nós transamos e eu chorei por uma semana. Depois disso as coisas começaram a acontecer, ele ficava pondo a culpa de tudo e de todas as nossas brigas em mim, dizia que eu era muito difícil de ser gostada, que eu era gorda, e que eu deveria agradecê-lo por ele gostar de mim e por me aguentar. - ela respirou fundo, e eu segurei sua mão, como se a incentivasse, aquele cara simplesmente era mais babaca do que eu pensei, e eu não estava nem um pouco arrependido. - Eu comecei a ficar com um complexo com meu corpo que não era normal, eu vomitava depois de cada refeição, e passei de sessenta e cinco quilos pra cinquenta em um mês. Foi aí que meus pais começaram a desconfiar de algo. Um dia eu me recusei a transar com ele, disse que não queria, não estava com a mínima vontade, e aí ele me bateu, me deu um soco, se levantou e foi embora. Eu fiquei lá parada, olhando pra parede do meu quarto e chorando, eu não podia acreditar que aquele menino era o mesmo que eu conheci e me apaixonei sabe, eu fiquei pensando no porque, se a culpa era minha realmente, se eu não deveria ter recusado sabe. - uma lágrima escorreu por sua bochecha e eu a sequei e a abracei logo em seguida.

The Last Song | 5SOSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora