Prisões Emocionais

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"A pior prisão não é a que aprisiona o corpo,

mas a que asfixia a mente e subjuga as emoções.Sem liberdade, as mulheres retraem o seu prazer,os homens tornam-se máquinas de trabalhar.Ser livre é não ser servo das culpas do passado,

nem escravo das preocupações do amanhã.Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama,é abraçar, dar-se, sonhar, recomeçar.É desenvolver a arte de pensar e proteger as emoções.Mas acima de tudo...

ser livre é ter uma relação de amor com a própria vida".

-Augusto Cury

Assim como qualquer pessoa no mundo,eu também tive meus problemas. Problemas que ao meu ver eram enormes demais e impossíveis de serem suportados. Mas aos olhos de Deus já estavam todos resolvidos.

Eu nasci e cresci na igreja, me batizei nas águas aos 10 anos e com 14/15 eu me afastei do evangelho por mudanças que ocorreram ao meu redor e dentro de mim.

A primeira prisão emocional que eu tive,ou seja,o primeiro trauma que eu tive ocorreu por volta dos meus 6 anos,quando em uma noite na minha casa,um namorado da minha mãe me molestou [encostou suas partes íntimas em mim]. Nada além de só encostar,mas aos meus 6 anos foi o bastante pra começar uma destruição dentro de mim. Eu me lembro que a bermuda a qual ele usava era de velcro, então conforme ele abriu fez barulho e minha mãe ouviu. Eu disse a ela que ele não havia feito nada,mas minha mãe não era burra a ponto de acreditar no que eu disse. Eu nunca mais vi aquele homem na minha vida. E eu nunca falei com absolutamente ninguém sobre o ocorrido,nem mesmo com Deus.

Eu sempre fui uma criança animada,bem vista aos olhos adultos,educada, um pouco birrenta quando o assunto era banho [risos] porém educada. Não sei dizer se depois de tal ocorrido eu mudei algo na minha personalidade, eu só me lembro que aos 10 anos eu comecei a sentir uma atração por uma professora da quarta série. Homossexualidade era um tabu enorme ,e pra uma criança criada na igreja, sentir aquilo era horrível, não poder [por medo da reação] chegar pra sua mãe,ou seu líder da igreja e contar o que estava rolando ,nossa,um verdadeiro pesadelo.
E daí veio a minha vontade de me batizar, eu simplesmente achava que o batismo tiraria aquilo de mim. O que eu não sabia é que o batismo não é nada milagroso,e que pra ser liberto de algum pecado, é necessário querer ser liberto e no atual momento eu não queria. Após o meu batismo,minha mãe se mudou , eu não cheguei a tomar minha 1ª ceia na igreja em que me batizei.

Minha mãe se mudou pois ela resolveu casar. Essa mudança mexeu comigo,e esse casamento tornou a minha vida um verdadeiro inferno. Eu falarei mais sobre isso nos próximos capítulos.

O meu batismo não me livrou do meu pecado,porque eu não queria ser liberta dele. Aliás,o meu batismo foi minha segunda prisão emocional,pois a partir do momento que eu declarasse minha fé em público,eu seria bem mais cobrada em questão as coisas de Deus;o batismo NÃO É para ser uma prisão,o batismo é um ato lindo de amor a Deus,mas quando feito fora do tempo certo do Senhor as coisas podem ser bem mais difíceis em relação a ele.

Um ano depois que nos mudamos,eu comecei a nomorar com um menino de uma igreja que eu passei a freqüentar, namorei ele só pra esconder quem eu 'realmente era', ou quem eu achava que eu era. Ele me traiu bastante, e eu só descobri depois de 2 anos de namoro,quando comecei a estudar na mesma escola que ele. Sofri com essas traições é claro,pois embora eu namorasse ele pra me esconder de mim mesma ,eu criei sentimentos por ele,e com essas traições dele eu ganhei mais um motivo para não querer gostar de homens.
Como se mulheres fossem santas.
Namorei mais três anos com ele ,mesmo sabendo de tudo, até o término de nosso namoro,que foi uma coisa horrível. Hoje nós somos amigos sem rancor nenhum,mas durante um bom tempo ele foi minha terceira cadeia. Porque eu me sentia obrigada a ficar com ele,pois se não todos descobririam quem eu 'era',e tudo daria errado pra mim. A minha família nunca foi muito com a minha cara, e cada coisa ruim que acontecesse comigo era um prato cheio pra eles. [Meu ex nunca me obrigou a ficar com ele,alias ele deixava bem claro que mulher é o que não faltava,ele ser uma prisão emocional pra mim era simplesmente pelo fato de eu me obrigar a ficar com ele por medo do que as pessoas falariam a meu respeito].

E aí veio minha quarta prisão. Aos 12 anos,o atual marido de minha mãe,que na época ainda não era marido começou a 'me olhar com outros olhos'; ou quem sabe,ele sempre me olhou com outros olhos e só estava esperando o momento de agir.

[Queria deixar claro que eu não sou preconceituosa. Eu sou cristã,acredito na Bíblia e acho o homossexualismo uma prática errada. Mas se você é homossexual,e vive bem com isso,quem sou eu pra te julgar? Por um bom tempo eu vivi acreditando que eu era homossexual,quando na verdade eu só tinha traumas. Reparem bem,EU tinha traumas, não tô falando dos outros estou falando de mim mesma. Eu sou o tipo de pessoa que gosta de mostrar o que acho certo e expôr minhas opiniões. Você não é obrigado a concordar comigo,mas é obrigado a respeitar minha crença,e assim,respeitarei TUDO que você desejar ser,muita luz pra todos nós]

Em Busca de Cura Emocional [A Forma Como Deus Está Trabalhando Em Mim]Where stories live. Discover now