Epílogo

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"Quando você acredita durante toda a vida em alguma coisa e de repente descobre que tudo isto não é nada, você se pergunta porque viveu sua vida."
A nossos amores

Dias se passaram após a morte de Dom e Lorenzo. Durante todos eles permaneci em casa, colocando todos meus pensamentos no lugar. Ainda era difícil acreditar que Lorenzo havia morrido e sempre que lembrava de sua pessoa sentia um extrema dor. Seu enterro já havia sido realizado e para isso tive a ajuda de Pietro que esteve sempre comigo, além de Alana e Arthur.

Apesar de toda a dor que isso me causava, hoje será minha volta para a agência. Pensar em voltar para aquele lugar sem haver a chance de encontrá-lo pelos corredores ou reuniões, aumentava ainda mais o vazio que sentia. Mas eu sabia que era necessário, minha vida não pode parar agora. Tenho certeza que ele iria se orgulhar ao me ver fazendo aquilo que amava.

Chego na CIE e percebo os olhares de todos sobre mim. Entretanto eles logo chegam até mim, mostrando estarem felizes por minha chegada, mas ao mesmo tempo envergonhados por saberem tudo que passei. Decido ir para a sala de Alana para ver como ela estava.

- Oi, Luna! Que bom que você voltou - ela diz me abraçando.

Retribuo o abraço e logo em seguida digo sorrindo:

- É bom te ver, Alana. 

- Como você está? - diz se afastando um pouco.

- Eu estou bem. Ainda é meio difícil, mas estou superando - digo.

- Bom perceber que está melhor. Logo essa tristeza vai passar - ela diz.

- Eu espero - respondo tentando sorrir - Mas me diga, como andam as coisas por aqui?

- Até então tranquilas, acabou de chegar a avaliação da perícia no acidente de Dom - ela diz  - Teremos que avaliar para finalmente concluir a investigação.

- Certo! - digo - Faremos isso.

- Luna, você só me espera um minuto? - ela diz - Preciso muito beber uma água.

- Claro! Espero sim - digo.

Era bom ver minha amiga novamente e esta fazia de tudo para que esquecesse o que se passou. Alana rapidamente sai da sala me deixando sozinha no local. Olhando em volta logo percebo que há várias pastas em cima de sua mesa, resolvo me aproximar.

Ali estava documentos com toda a descrição do acidente de meu pai: fotos, exames, provas do crime, entre outros. Começo analisar cada uma das imagens até que uma me chama atenção, esta mostrava uma passagem para a floresta ao lado da estrada, sua folhagem se mostrava totalmente amassada, gotas de sangue se espalhavam pelo início da trilha e pareciam que continuavam ao longo da mesma. Observando ainda mais é possível ver em um galho de uma das árvores um pequeno pedaço de tecido da cor vinho.

- Não é possível! -  digo surpresa - Isso não pode estar acontecendo de novo.

Era a mesma cor da roupa que Dom usava naquele dia, uma camisa da cor vinho. Rapidamente muitos outros detalhes vem em minha mente, detalhes estes que não havia percebido. O seu carro possuía os vidros totalmente pretos e era impossível olhar quem estava dentro, agora faz sentido este ter saído tão rápido e ter tanta certeza que tudo sairia bem ao final. Em momento algum o vi entrando pela porta do motorista...

- Tinha alguém ali dentro com ele - digo para mim mesma.

Ele não havia imaginado o acidente e provavelmente estaria bem machucado, porém, o corpo carbonizado só podia ser de outra pessoa. Ele conseguiu enganar a todos novamente, mais uma vez ele havia conseguido sair livre de tudo o que fez.

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