Capitulo IV

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Ele vinha aí...Ou agora ou nunca! Segurei com força o colar que pertencera à minha mãe. Esta a acontecer. Colar ficou automaticamente roxo. Seria um sinal. Arranquei-o do pescoço e desatei a correr. Ele ia-me seguir. Eu só tinha de largar o colar na taça e fugir. A taça tava perto e eu tinha o colar...Ia acontecer...Uma andorinha passou-me à frente...Uma andorinha? O piar dos pássaros fez a minha mente voltar à realidade. Acordei exaltada. Era de manhã e o sol entrava pela janela vindo-me bater na cara. Eu estava molhada e com o coração acelarado. Olhei para o lado. Ele não estava lá. Que horas seriam? Levantei-me devagar e fui até ao espelho. Olhei para o colar. Estava normal, nada de roxo... Tinha sido só um sonho, não havia motivos para estar preocupada. Ouvia-se loiça lá em baixo, logo ele tava em casa. Desci as escadas a correr.

-Bom Dia! - disse ele - Acordas-te cedo!

-Que horas são - perguntei

-7:45

-Quando acordas-te?

-Ás 7:00...Não tava a conseguir dormir.Tive um sonho estranho e...Ai deixa tar...

-Calma lá! Tiveste um sonho estranho? Uau, junta-te ao clube. O meu foi muito estranho mesmo.

-Decerto não foi mais que o meu. Senta-te. No meu sonho o teu fio tava roxo.

-Roxo?

-Sim, tava a brilhar roxo. E tu tavas a fugir de um homem...Eu somente queria conseguir a justiça e arranjei problemas.

-Calma..O meu sonho foi esse mesmo...Acho que nós sonhamos a mesma coisa só que cada um na sua pele. Tu viste-me fugir de um homem e eu vi-me a fugir de um homem.

-Achas que isso é possivel? Sonharmos a mesma coisa?

E se não for um sonho? - perguntei eu, comendo uma torrada e bebendo o café.

-Não percebi a pergunta...Querias que fosse o quê?

-E se for um presságio?

-Um presságio? Achas que pode ser um presságio?

-Sim, quer dizer...Vá lá...Sonhamos a mesma coisa.

-Achas que tem algo a ver com a rainha e com a princesa.

-Nem desconfio... - disse, levantando-me da mesa. - Não sei mesmo...

-Olha, uma pergunta, tu vais cá ficar?

-Como assim?

-Nós estamos juntos nisto...Podias, sei lá, ficar aqui comigo.

-A viver?

-Isso- disse ele, arrumando a cozinha.

-Por mim tudo bem. Mas não vendo a minha casa.

Dei-lhe a chave da minha casa para a mão.

-Podes ir lá buscar as malas que tão à porta? - perguntei eu

-Malas à porta?

-Sim, se não me tivesses convidado provavelmente teria ido embora.

-Para onde?

-Não sei.

-Okay, eu vou lá.

-Olha, uma coisa, eu esta noite vou tar ocupada. Devo chegar tarde, muito tarde.

-Está bem. Assim também vou dar uma volta, estou a precisar.

Agarrei-lhe na mão. Aquele cheiro...Aqueles olhos. Eu não me apixonava à muito tempo. Eu não me lembrava qual era a sensação de estar apaixonada. Seria esta? Estaria eu apaixonada. Cheguei-me mais perto. Ele sorriu. Não sei de onde uma música começou a tocar. Amava aquela música. "Give me Love" de Ed Sheeran. Ele olhou-me nós olhos e depois ajoelhou-se. Tirou do casaco uma caixa furrada a veludo e olhou-me nós olhos.

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