The Fabric Is about to Fray

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_ Quero fazer logo esse ensaio para ir tomar sorvete.

Taylor ri. _Ela é um pouco louca por sorvete.

_ Eu não julgo. Eu também sou. Qual seu sabor preferido?

Ela franze as sobrancelhas enquanto pensa, exatamente como Taylor faz. _ Cookies e caramelo.

_ Não acredito! É o meu também! - e é mesmo.

Jane sorri com seus dentinhos que parecem canjicas e estende a mãozinha para um high-five. Me sinto um pouco apaixonada por ela.

Ouvimos a voz da cerimonialista se aproximando. _ Oi, Taylor! Será que posso roubar a pequena Jane um pouquinho?

Ele se abaixa e explica para a menina que ela deve ir com a moça e que logo eles estarão ensaiando juntos. Jane, que parece ter perdido a timidez, aceita sem reclamar e sai de mãos dadas com a assessora.

Perto da sombra de uma árvore, foi montada uma mesa com alguns refrescos e andamos os dois para lá. Não quero me atrasar para o ensaio, mas preciso de dois minutos com ele. Sinto a urgência crescer dentro de mim. Quero tanto resolver tudo. Quero dizer que eu o amo, sem que haja nenhuma barreira entre nós. Quero me entregar àquele amor, sem reservas. Me sirvo de água com hortelã e minha mão treme segurando o copo plástico. Respiro fundo e olho para ele.

_ Será que a gente pode se encontrar hoje à tarde?

Ele está sério, mas tem uma expressão um pouco divertida nos olhos quando tira os óculos escuros e puxa os cabelos para trás com as hastes. _ A gente vai conversar?

_ Sim. - balanço a cabeça. - Vamos conversar.

_ Ok, então.

Deixo o copo na mesa ao meu lado e seguro a mão de dele. Seus dedos se apertam contra a minha pele.

_ Eu sinto muito.

Ele parece entender o sentindo global que eu tento dar à expressão. Sempre fomos bons em falar por meias palavras. _ Não. Eu que sinto.

Antes que eu consiga pensar, já estou perto dele o suficiente para sentir o calor emanando da sua pele.

_ Taylor. - eu engulo em seco. - Eu vou ter que te contar algumas coisas. Estou morta de medo. Elas não são legais.

Taylor ignora tudo o que eu falo. Ele parece ter visto além do pavor da minha voz. Ele se inclina pra frente e sinto seus lábios muito leves nos meus. Quero ficar ali pra sempre. _ Eu te amo. - murmuro na sua boca.

_ Eu também, Lay. Não tenha medo.

Nos afastamos. É impossível manter a compostura perto dele. Quando percebo, estou nos seus braços, de um jeito ou de outro.

_ A gente vai dar um jeito, não vai?

Ele olha pra mim e sorri. _ Você voltou.

É isso. Eu finalmente voltei. E eu voltei pra ele. Mordo o lábio inferior e olho para o lado, pensando em como tudo vai dar certo. O amor encontra seus caminhos, não é?

Porém, é como se o céu tivesse ficado negro de uma hora para outra. Nuvens. Trovões. Trevas. Eu não consigo nem raciocinar ao ver aquele vulto se aproximando. Não é possível. Não. É. Possível.

_ Layla!

Paul aperta os passos e chega ao nosso lado quase correndo.

_ Oi, amor! Que saudade. - ele me beija rapidamente na boca e me abraça pela cintura.

Estou imóvel. Paul está horas adiantado. Horas! O que ele está fazendo ali? Não tenho coragem de olhar para Taylor. Não quero ver que ele me odeia. Eu já sei que ele me odeia. Paul estende a mão para Taylor. Sinto como se fosse vomitar. Estou olhando para baixo e vejo o aperto dos dois. A conversa que ouço parece abafada, mas está muito clara.

_ Prazer. Eu sou Paul.

_ Taylor.

_ O ensaio já começou? - ele se dirige a nós dois, mas é Taylor quem responde.

_ Já vai começar.

_ Ah! Ótimo. Quis fazer uma surpresa para Layla, chegando antes.

Por que ele não cala a boca? Estou tão gelada que, se alguém tocar em mim, me parto ao meio. Olho através de Taylor, mas eu sei que seus olhos estão me rasgando quando ele fala.

_ Há quanto tempo vocês estão juntos?

Eu vou morrer.

_ Vamos nos casar no ano que vem.

Ou eu vou matar Paul.

A Tempo [completa]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora