92| A paixão me descostura

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As moldáveis cerdas

riscam o céu do teu corpo,

coloridas são as tuas memórias,

inverna o amor nos teus olhos,

o verão passa e a primavera floresce,

camélias sorriem na tua alma,

se a vida fosse de cravo e canela,

aromatizaria a nossa saudade,

que brota, dá folhas e frutos,

ríspidos são os teus labirintos,

me perco nas ruas da tua beleza,

dedilho a tua silhueta na escuridão

do meu olhar, as estrelas brilham,

os cometas queimam, alastram e

incendeiam no mais íntimo de mim,

jardins revivem a cada dia, você é chuva

calma que me rega, a terra está úmida,

o voo ligeiro das sensações sobe e

desce pelo meu corpo de papel,

roa cada parte de mim, as majestosas

tempestades do amor me despedaçam,

grita no meu interior a mistura agridoce

de sentimentos, estamos em sincronia,

e eu me derreto, o meu rosto se desfaz,

a minha alma voa, perdi a forma de ser,

sinto-me sem controle, a ponto de me

perder nas vãs curvas do universo.

A vida se resume em poesiasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora