𝗗𝗲 𝗣𝗲𝗿𝗻𝗮𝘀 𝗣𝗿𝗼 𝗔𝗿

5_Sai, rã!

Sydney

Após organizar meu material escolar, eu me olhei no espelho pela quinta vez naquela manhã. Fazia um pouco de frio e eu tinha escolhido uma calça jeans um pouco larga rasgada nos joelhos e por baixo do moletom cinza que eu havia escolhido, usava uma regata branca e curta de alcinhas.

Nos pés um coturno preto e meus cabelos presos em um coque baixo e frouxo com apenas um cacho caindo sobre meu rosto limpo de maquiagem, apenas meus olhos destacados por um delineado de gatinho.

Foda-se, eu estava uma tremenda gostosa.

Após pegar minha mochila, desço para a cozinha onde estavam todos reunidas. Eles me olham.

— Nossa, irmãzinha. — Will me olha de cima a baixo — Até que fim você parou de esbanjar seu look mendiga.

— Look mendiga quem usa é a sua avó! — me irrito, e ouço o senhor Black pigarrear.

— Não fale assim, Will! — meu tutor bate em sua cabeça — Eu não te dei educação, moleque?

— Calma, Pai. É brincadeira, que violência. — ele alisa a cabeça com uma careta. Era pra ter decapitado.

Me sento a mesa e varro meus olhos pela cozinha, meu olhos parando sobre Damon que me encarava intensamente.

Sustento seu olhar e o encaro da mesma forma, porque comigo o bagulho era louco. Eu contenho a vontade de desviar meus olhos do seu, não iria dar esse gostinho a ele. Me recusava.

Para minha surpresa, é Damon quem desvia os olhos e balança sua cabeça como se estivesse em transe.

— Tudo bem para você, Sydney? — viro o meu olhar para o senhor Black, confusa.

— Ah..o que? — coço a cabeça envergonhada — Não entendi.

— Você vai pra escola com o Damon, tudo bem? — ele pergunta sorrindo.

Arregalo os olhos e o olho para o Damon que sorria travesso. Merda.

— M-Mas..por quê ele? — sorrio nervosa — Outro não pode me levar?

Passo meus olhos pela mesa e jogo que todos já tinham se mandado. Como eu não tinha percebido?

— Não precisa ter medo, irmãzinha. Eu não mordo. — Damon sorri ladino e coloca os cotovelos sobre a mesa, me olhando.

— Eu não estou com medo. — sorrio falsamente e me levanto — Vamos.

— Feliz primeiro dia de aula, Sydney! — meu tutor sorri e faz um joinha.

— Obrigada, senhor Black. — lhe devolvo o sorriso e saio da cozinha.

Senhor Black era alguém muito amável, não sei como pude achar que ele era traficante de órgãos, não sei mesmo.

Não demora muito até que eu sinto logo atrás de mim. Era Damon, ele mantinha uma distância de um metro. Qual foi, porra, eu tô fedendo?

— Meu carro é o vermelho. — ele gira a chaves enquanto passa por mim e vai em direção a uma ferrari. A olhei boquiaberta.

Qual a probabilidade dele me deixar tirar uma foto no capô do carro e postar na internet? Ia ser o terror das inimigas que deixei no orfanato do Brasil.

— Vai ficar aí parada ou vai entrar? — Damon é direto, a voz carregada de ríspidez.

— Ah, obrigada pelo pedido tão carinhoso, Damon. — dou um sorriso sarcástico e entro no carro, quase gemendo ao sentir o banco macio abaixo da minha bunda.