6. lute por atenção

2.1K 355 96
                                    

n o t a  d a  a u t o r a:

OLÁÁÁ! Me digam: como passaram o carnaval de vocês? Ainda vão comemorar?

Eu fui pra praia, torrei meu corpinho e consegui ficar com marquinha da alça do biquíni só de um lado. Não sei como. hahahah

Então, queria saber, antes do capítulo, vocês gostariam que as atualizações mudassem de dia? Me respondam, assim eu vou ver que dia ficaria melhor.

E vamos para o resto!


6. lute por atenção

Minha cama era pequena. Uma de solteiro onde meus pés ficavam para fora e, por mais que tivesse sido difícil lidar com a altura que eu vim a ter, me acostumei com a falta de colchão. O meu lençol era fino e há muito tempo não era mais branco. Tinha aquelas bolinhas que roçavam na pele e faziam eu ficar com alergias se eu me mexesse muitas vezes de noite.

Naquele início de tarde eu ainda estava meio dormindo, e naquela cama minúscula para mim, meus irmãos encontravam um lugar para se encaixar. Nosso horário de sono era completamente o oposto do que as pessoas diziam ser ideal.

Devido as lutas... Dormir no outro dia até tarde era um prêmio que eu mesmo dava. E devido o dia anterior, eles dormiram tão tarde quanto eu depois de comer os bolinhos malditos que Iara insistiu que nós trouxéssemos. O pote estava escondido na minha mochila, e o dinheiro estava dentro do fundo da geladeira. O último era uma medida que estava acostumado a tomar.

E no início, os pequenos aparecerem assim, virem se deitar comigo para me acordar ou tentarem dormir mais um pouco era algo normal. Era costume. Ali o idiota do pai deles não aparecia. Era um espaço minúsculo, mas era meu quarto.

Mas não era como uma rotina. Não estava normal.

Eles estavam com as mãos geladas, balançando a minha perna e quietos demais, até que eu escutei Martina fungando. Em outras vezes eu esperaria eles tentarem fazer eu rir, mas algo no ar fez eu me assustar assim que percebi os dois pequenos ali.

— O que aconteceu? — Perguntei logo que minha cabeça saiu do travesseiro quase sem enchimento. Minha voz quebrou, e olhando para eles dois, pelos meus olhos inchados de cansaço, meu coração bateu mais do que quando eu estava na adrenalina de uma luta.

Os olhos de Martina estava vermelhos de choro. Vinícius segurava uma das suas mãos enquanto a outra ficava espalhada no seu próprio peito e eu sabia, tinha certeza, que ele estava tentando controlar seus batimentos. Tentando se acalmar para não agitar mais a sua irmã.

Minhas mãos foram direto para os rostos deles. Tentando encontrar algum machucado nas bochechas, no lábio, algo que remetesse à última vez que eu acordei com pequenos choros da Martina quando eu tinha 19 anos. Só encontrei traços de lágrimas em ambos.

— Papai bateu sem querer a porta na minha cara. — Disse Martina.

— Ele chegou agora pouco. — Completou logo depois Vinícius.

Dentro de mim eu estava preparado para ela me dizer que aquele m.erda tinha batido no rosto dela. Escutar dela em sua voz chorosa que ele tinha gritado como se estivesse gritando com a mamãe, sendo que ela não conheceu a tal "mamãe" pessoalmente. Mas ela imitava as feições, os cabelos. Todos nós imitávamos alguma coisa dela.

Puxando Martina para o meu colo e Vinícius para o meu lado. Meu corpo caiu para trás, encostando na parede de madeira que reclamou do peso.

Boa tarde, Zeus ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora