— Ah, Jiminie — rolei os olhos. — Quem vê pensa que eu tô fazendo parkour.

— Faz o que quiser.

Paciência é uma virtude que não possuo.

— Ei — chamei, e ele nem me olhou. — Vai ficar bravo, Park Jimin? — perguntei, e mais uma vez fui ignorado. — Ein… Park Jimin… Parkour Jimin… hm, amor da minha vida.

Foi rápido, mas eu vi um sorrisinho em seus lábios.

— Vou trepar na sacada se não me responder — ameacei e ele deu de ombros. — Ya, dúvida?

Só então me deu sua atenção. — Garoto, eu sou responsável por sua comida agora. Não tem medo não? Que assim… por um descuido eu jogue um rato morto na sua sopa?

— Tudo bem pra mim comer um rato — sorri. — Eu sou um gato mesmo.

Ele reprimiu um sorriso, antes de me dar as costas. Orgulhoso do caralho.

Eu só pude me sentar no sofá, e esperar que ele mudasse de humor. As vezes ele muda de uma hora pra outra, e as vezes demora uns dois dias, e tudo que me resta é aguardar, pois se eu quisesse dizer algo para ajudar, eu faria merda.

— O que está fazendo? — perguntei.

— Comida.

As vezes eu olho pro céu e pergunto ao todo poderoso Deus: onde eu errei?

— Hey — chamei. — Por que está assim?

— Porque você não para quieto.

Eu o olhei por cima do ombro. — Você não fica quietinho na cama comigo. Eu venho atrás, sou grudento. A culpa é sua.

Ele se virou, mirando-me. — Se eu ficar na cama contigo, você vai ficar quieto?

Um tiro pela culatra. Eu não acerto uma, cara!

— Ah… — eu não sabia o que dizer. — Jimin…! Não vale. Isso aí não vale.

— Viu só? Seu falso, e manipulador! — me atirou um tomatinho.

— Só não sou mais falso que seu loiro.
Ele deixou seu queixo cair, antes de vir até mim e fracamente puxar meu cabelo. — O que disse?

— Que eu te amo — choraminguei.

— Víbora — me beliscou e então ficou sério, olhando em meus olhos. — Eu te amo também, Jungkookie… me ajude a te ajudar.

— Você está me ajudando — o puxei para perto de mim. — Mas eu estou me recuperando...

Eu o ouvi suspirar e então voltar para o cozinha, e eu desisti de vez, me levantando pendurado nas muletas e voltando para o quarto. Eu me deitei, e no silêncio esperei.

Naquela noite, eu apenas jantei e dormi, sem falar com Jimin, por estar honestamente chateado. Eu só torcia para que os dias passassem cada vez mais rápido e que meus ossos colassem um no outro o mais depressa possível.

Eu estava completamente cansado da rotina, Jimin era lindo de se observar, mas eu queria observar seu belo rosto em outros lugares.

De manhã, surpreendentemente, Jimin me acordou com seus beijinhos, o que me fez fazer uma careta antes de soltar um suspiro apaixonado. Eu sou um grilo de ponta cabeça em suas patinhas felpudas de gato.

— Me desculpa — pediu, acariciando meu rosto, usando seus dedos para pentear meu cabelo bagunçado.

— Eu desculpo — respondi, olhando em seus olhos. — Mas precisa deixar eu sair…

Sunboy {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora