Capítulo 32

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"A coragem alimenta as guerras, mas é o medo que as faz nascer."
Émile-Auguste Chartier

Por mais que dissesse que não queria trabalhar com aquele homem não havia escolha. Entretanto, não deixarei de desconfiar de sua pessoa, não importa o que aconteça.

Após a reunião fomos direto para a sala de Alana expor alguns detalhes do caso para Lorenzo. Evito passar algumas informações, ainda precisava saber mais sobre ele.

- Fiquei sabendo sobre uma última negociação de Demone. Segundos nossos informantes ele foi visto entrando em um prédio abandonado - Lorenzo diz.

- Como você pode ter tal informação, Lorenzo? - digo desconfiada.

- Ele é do governo, Luna. Tem grandes informações, não tem motivos para desconfiar - Willian diz sério.

- Onde fica o local então? - pergunto.

- Fica do outro lado da cidade. Posso te levar até lá, caso queira - ele diz.

- Sim! Vamos logo, espero que não seja perda de tempo - respondo séria.

- Iremos em outros informantes enquanto isso, Luna - Arthur diz - Tome cuidado!

Arthur sorri em minha direção. Retribuo o sorriso e saio da sala indo em direção ao meu carro logo em seguida. Lorenzo senta ao meu lado no veículo.

- Não sabia que era permitido relação entre os funcionários da agência - Ele diz sem olhar em minha direção.

- Do que você está falando? - digo séria.

- Você e o Arthur. Tem um caso, não é? - Lorenzo diz.

- Óbvio que não! Arthur é meu colega de trabalho, nada além disso. E eu te dei liberdade para tomar conta da minha vida? - digo.

Saio com meu carro por um corredor.

- Só achei que a agência levava as coisas mais a sério, um relacionamento atrapalharia tudo - ele diz com um leve sorriso.

- Vou ter que dizer quantas vezes que não tenho nada com ele? - digo em um tom um pouco mais alto.

- Se você diz. Que bom então - ele diz.

O que aquele cara estava querendo, fazer com que eu perca a minha paciência e o mate ali dentro mesmo? Decido ficar calada para evitar maiores confusões. Quanto mais rápido terminasse isso, menos teria que olhar para esse sujeito.

A CIE além de uma entrada secreta, também tem saídas totalmente misteriosas pela cidade. Um dos pontos mais utilizados era na região Sul na qual saímos em um pequeno campo. Havia câmeras de seguranças em todos os arredores o que evitava surpresas. Após virar em alguns corredores paro em uma rampa.

- Passagem liberada! - uma voz diz.

Em alguns segundos o teto se torna móvel, liberando nossa passagem. Passamos pela rampa, saindo e nos deparando com o enorme campo.

- Vocês utilizam muita tecnologia, não é? - Lorenzo diz.

- Sim - digo séria.

Não queria ficar de conversinha com ele. Após Lorenzo me passar todas as coordenadas sigo pelo caminho e rapidamente estamos em frente ao prédio. O local estava realmente abandonado, não só o prédio em que Demone havia sido visto, mas tudo ao seu redor.

- Temos que tomar cuidado, ainda pode ter alguém escondido nos arredores - Lorenzo diz.

- Vamos logo - digo saindo do carro - Não precisa me dizer o que tenho que fazer.

Lorenzo sai do carro e vamos em direção ao prédio. Pegamos nossas armas e entramos rapidamente. A construção estava totalmente empoeirada e não havia sinal de que alguém esteve ali recentemente.

- Você tem certeza que é esse o local? - digo - E como sabe que foi ele? Pelo o que sabemos ninguém nunca o viu realmente.

- Eu não sei se é exatamente ele. Apenas foi o que um de nossos informantes disse - ele responde - Acho que você devia parar de desconfiar em mim. Eu não entraria na CIE se fosse suspeito. É a melhor agência da Europa, certo?

- Até os melhores as vezes cometem o erro de confiar em quem não devia - digo andando pelo primeiro andar.

- Me dê um voto de confiança, pelo menos? - ele diz sério - Não sou esse tipo de pessoa.

- Vamos vasculhar esse local - digo ignorando sua pergunta.

Subimos pela escada que estava em péssimas condições.

- Fui informado que eles se reuniram no terceiro andar, em um dos apartamentos - Lorenzo diz.

Subimos para o terceiro andar rapidamente e havia apenas um apartamento.

- Vou arrombar a porta - ele diz.

- Eu posso fazer isso sabia? - digo séria.

- Não duvido, você me parece bem forte. Mas deixe isso comigo.

Se ele queria fazer o trabalho duro, por mim tudo bem. Não me atrapalhando na investigação.
Rapidamente ele arromba a porta.

Ao entramos vimos que aquele era o único lugar do prédio que estava organizado, estava totalmente limpo e parecia realmente um escritório.

- Não tem ninguém aqui - digo - Já devem ter ido embora.

No local só havia uma mesa e algumas cadeiras. Tudo estava vazio, porém uma coisa chamava nossa atenção: um pequeno papel próximo ao chão. Lorenzo segue meu olhar e vai até o papel.

Por um momento vejo raiva em seu olhar, mas logo muda sua expressão.

- Não me parece importante - ele diz.

- Deixe-me ver - digo.

- É perda de tempo, não tem nada aí - ele diz sem dar importância.

Pego o papel de sua mão rapidamente. Neste informava uma próxima missão da máfia, conhecia aquele tipo de informação.

- Você entendeu o que está escrito, por acaso? - pergunto.

- Não entendi muito bem. Parece a indicação de uma morte - Ele responde com desdém.

- Na verdade não, informa o planejamento de uma nova morte. Irão matar um informante - digo.

- Como você sabe disso? - pergunta desconfiado.

- Você não precisa saber sobre isto. Vamos logo para o local, podemos chegar antes que o matem - respondo séria.

- Você quem decide - ele diz.

Durante o caminho ele permanece calado. O local não era muito longe de onde estávamos, porém o tempo era uma desvantagem nossa, não sabíamos a quanto tempo teriam recebido a ordem e poderíamos chegar tarde demais.

Manter o informante vivo era importante para a missão, se o queriam morto era porque sabia demais e isso seria útil para nós.

Paramos em uma rua próximo a uma pequena casa. Ao sairmos do carro vimos um homem sair de sua casa conversando pelo telefone. Ele parecia meio atordoado e olhava para os lados como se procurasse algo.

- Será que é ele? - pergunto.

Antes de atravessarmos totalmente a rua o homem à nossa frente olha para o lado e de repente leva um tiro certeiro no meio da testa.

- Nãoo ! - grito - Precisamos correr, o atirador ainda está por aqui!

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Bjs ❤

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