Capítulo 23 - Crippled

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“O quê?” As sobrancelhas dele franziram.

“O que é que queres de mim? Queres estar comigo?” As palavras saíram da minha boca antes que eu as pudesse filtrar.

“Lia, é complicado porque-“

“Eu sou uma Baby Doll.” Eu completei a frase dele. Os meus olhos repletos de desilusão, um mecanismo incontrolável.

“Não digas isso.” O polegar dele acariciou o meu lábio inferior.

“Porque eu fui forçada a tornar-me numa prostituta.” Não conseguia conter mais as minhas emoções. As lágrimas jorravam.

“Pára com isso, Thalia.” O Harry disse firmemente. “Tu não és.”

“Mas eu sou. Eu sou uma puta a ser forçada a dar-te todo o prazer que precisas.” A dor excruciante dentro de mim fez a minha voz subir e descer o volume. “Estou só a fazer isso, não é? Eu tenho respondido aos teus desejos-“

“Pára!” A voz dele era alta, aterrorizante. A frustração era aparente nas suas feições, os seus olhos a escurecerem enquanto me observava. As nossas respirações eram irregulares, a minha a ir e vir mais rápido que a dele.

Eu lutei para me afastar da nossa grande proximidade mas ele segurou-me no lugar, em baixo dele. As minhas mãos tremiam no aperto do Harry. Eu fechei os meus olhos com força, empurrando o resto das lagrimas para onde elas pertencem. Lamurias e gritos enchiam o quarto. Medo, raiva e uma sensação de desespero dominaram-me. Eu senti o meu coração bater contra a minha caixa torácica enquanto a minha cabeça rebeldemente se movia de um lado para outro. Os dedos do Harry estavam em toda a minha cara, acariciando em todo o lado onde ele tocava para me acalmar. “Lia, pára.” Ele ordenou, mas eu ignorei-o.

“Lia.” O Harry disse outra vez, segurando a minha cara nas suas mãos. Eu concordei pois estava a ficar cansada. A minha respiração tropeçava na minha garganta seca, o meu peito a subir e descer rapidamente. Eu senti-o beijar as minhas pálpebras fechadas, a dor dentro de mim a suavizar um pouco à medida que ele o fazia. “Olha para mim.” Ele sussurrou. “Por favor olha para mim.”

“Thalia.” Ele chamou em volume baixo, metendo mechas do meu cabelo atrás das minhas orelhas. Eu olhei para cima e reparei o quão desesperados os olhos dele estavam enquanto procuravam os meus.

“E-eu consigo vê-lo.” Ele murmurou. “Eu consigo ver o quão…triste tu estás.” O polegar dele acariciou a minha bochecha em círculos suaves, secando a humidade presente nelas.

“E-eu quero ajudar-te, Lia.” Era tão o contrario do Harry dizer estas coisas mas ele parecia sincero.

“A minha mãe está doente.” A minha voz tremeu enquanto eu falava. “Eu preciso de vê-la.”

“Acho que podemos fazer algo em relação a isso. Mas ninguém pode saber…por agora.” Ele disse. “Eu nunca te iria magoar, Lia. Quero que saibas isso.”

Eu assenti em resposta. Eu não podia acreditar no que tinha acabado de acontecer. Eu baixei a minha guarda, eu fui-me abaixo. O Harry tinha-me visto no meu estado mais vulnerável e as coisas entre nós nunca mais seriam as mesmas. Mas eu precisava de uma saída. Eu precisava que alguém visse o quão mal eu estava, alguém que percebesse o quão ferida e magoada eu estava por dentro.

“E não faz mal chorar.” Levei um tempo para perceber que o Harry tinha rolado de cima de mim. Ele tinha as costas pressionadas contra a cabeça da cama. Eu sentei-me, limpando os olhos. Ele observou-me enquanto eu o fazia antes de estender a mão. “Anda cá.”

Eu dei-lhe a minha mão e ele lentamente guiou-me para deitar a minha cabeça no peito dele. Era errado e eu sabia que iria trazer sofrimento depois mas isto era o que eu mais necessitava. Eu tentei empurrar os pensamentos conflituosos para o fundo da minha mente.

“Eu não quero que faças nada estupido como… o que fizeste na ultima vez.” Ele disse, acariciando gentilmente o meu cabelo.

“Não irei.” Eu funguei. “Então tu… vais-me deixar ver a minha mãe.” Eu trouxe o assunto ao de cima novamente.

“Claro.” Eu senti-o sussurrar no meu cabelo. Ele trouxe a sua mão até à minha, esfregando suavemente os meus nós dos dedos.

Eu pergunto-me porque é que ele estava a fazer-me isto. Não fazia sentido, as peças não encaixavam. Mas eu gostava. Surpreendia-me como o Harry me fazia sentir tão calma e segura em tão pouco tempo. Mas magoava saber que estes sentimentos não eram iguais. Ele não sentia o mesmo em relação a mim e nada podia magoar mais.

Eu não tinha nocao de nada quando se tratava de coisas como esta. Eu não sabia como tudo isto funcionava mas eu cheguei à conclusão que o Harry tinha pena de mim. Ele oferece-me conforto simplesmente porque tem pena de pena de mim. Pensar que um rapaz como ele poderia ter sentimentos por uma rapariga como eu era estupido.

“Falando em mães, queres saber sobre a minha?”

Eu percebo que a mãe dele significava o mundo para ele mas eu achei estranho a forma como ele queria falar-me dela num momento destes. Sinceramente, eu não queria ouvir sobre o quão glamorosa era a vida dela enquanto eu estou preocupada com o quão mal a minha mãe estava.

 Mas eu respondi-lhe com um simples aceno. Eu preferia passar o resto do dia a ouvir uma história inocente do que ser deixada sozinha com pensamentos deprimentes. E eu estava contente por ele não querer continuar a conversa que estávamos a ter antes de eu desabar em lágrimas. Não seria capaz de a aguentar.

“Bem, a minha mãe casou com o meu pai quando tinha apenas dezoito.” Ele começou. Eu decidi que iria só ouvir a voz dele e adormecer nos seus braços.

“Não acho que eles estivessem apaixonados porque eu nunca ouvi nenhum deles a confirmá-lo. Eles divorciaram-se pouco depois de eu nascer e eu fui viver com a minha mãe. Sabias disso, certo?” Ele disse e eu assenti. Eu movi-me mais para cima, arrastando a minha mão ao longo do seu tronco enquanto ficava mais confortável.

“Bem ela saía muito, principalmente por causa de trabalho. Mas o engraçado era que, ela saía de noite e só chegava a casa pela manhã. Os meus amigos de escola achavam isso estranho. Eles diziam que as mamãs e os papás deles nunca os deixariam sozinhos em casa, especialmente à noite.”

“Ficavas sozinho em casa? Que idade tinhas?” A história do Harry captou o meu interesse e dei por mim a ouvir atentamente as próximas palavras dele.

“Tinha cerca de 8 ou 9. Não podíamos pagar a uma babysitter ou assim.” Ele respondeu. “De qualquer forma, assim sempre que eu lhe perguntava sobre isso, ela dizia que tinha de trabalhar muito arduamente para que eu pudesse continuar na escola. E o meu pai não nos ajudou nem uma vez. Mas ela nunca o atacou, ela apenas dizia que ele tinha as suas próprias coisas para fazer.” Eu estava curiosa para saber onde ele queria chegar.

“Então a vida continuou mas um dia, um gajo vem bater à nossa porta e a minha mãe diz-me para ir para o meu carro. Eu fingi ir mas escondi-me mesmo atrás do sofá. Eu queria saber o que se passava. Então ela abre a porta e esse gajo enorme começa a gritar com ela. Eu lembro-me dele dizer coisas como ‘eu paguei por mais do que isto’ e ‘não estou satisfeito’. Mas ela livrou-se dele ao sair com ele.” Ele fez uma pausa e eu sentei-me na cama, dando-lhe um olhar interrogativo.

“A tua mãe…” Eu interrompi-me.

Ele assentiu. “A minha mãe era uma Baby Doll, Lia.”

“Mas elas não eram chamadas de Baby Dolls nem lhes era dado nenhum nome estupido. Elas eram simplesmente… prostitutas.” A cara dele contorceu-se em desgosto com as suas próprias palavras.

Ups ups ups! Parece que descobrimos o porquê do Harry ter este carinho pela Lia… Coitadinho do Harry e da mãe dele, só me fez odiar mais o Damian ugh!
P.S: Leiam a fic da @
BiaaStyless a fic é do Harry tbm! (http://www.wattpad.com/story/15906789-my-villain)

Baby Doll (Harry Styles) PTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora