[67] drive the right way

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JIN

O toque estridente do celular soa bem perto do meu ouvido, me fazendo pular na cama.

- Caralho! - grito desorientado.

Jennie, se for você me ligando para falar, pela vigésima quinta vez, como Jungkook é bom de cama, eu vou esfregar tua cara em merda de bebê!

Meus olhos se arregalam e meu coração tropeça quando me deparo com aquele nome na tela.

Namjoon.

- Oi? - atendo tentando não soar nervoso.

- Jin? Ah, graças a deus! Por favor, me diga que você está em casa!

- S-sim, eu estou...

- Me deixa ir para aí, pelo amor de Deus! - ele fala e todo meu ar fica preso na garganta.

- Mas... são 3:30 da manhã. Onde você está?

- Te vejo em 5 minutos! - ele fala encerrando a ligação.

Largo o celular na cama de novo, e levanto da cama. Vou até a janela, e encaro o céu estrelado.

O que ele está fazendo na rua a essas horas?

⚡⚡

- Meu Deus, obrigado! Muito obrigado, eu não sei como agradecer você! - ele fala abraçado a mim.

De repente, ele quebra o abraço lentamente e apenas encara meu peito. Um pequeno sorriso se forma em seus lábios, quando nossos olhares se cruzam.

- Porque seu coração está batendo tão forte? - ele pergunta, me fazendo engolir em seco.

- E-eu... estou apenas preocupado com um amigo. O que aconteceu? - pergunto e seu sorriso se desfaz.

Ele caminha vagarosamente até o sofá e se senta, levando suas mãos até ao rosto e suspirando.

- Lembra da Irene? - ele fala, me fazendo revirar os olhos.

Impossível não lembrar já que você insiste em falar sobre ela o tempo inteiro.

- Sim, lembro.

- Eu pedi ela em namoro. - ele fala e meu olhar chocado cai sobre ele.

Eu não deveria estar surpreso, ele vive falando sobre essa menina, ele só vê ela à frente, ele... ele ama ela.

- Ah... e... e então? Como foi? - falo encarando o chão.

- Não foi. - ele diz, me fazendo o encarar confuso.

- Como assim?

- Ela não aceitou.

Eu me sinto um pouco feliz, tenho que confessar isso. Mas acima de tudo Namjoon é meu amigo e eu quero ver ele feliz. Se ele está feliz com uma garota, eu fico feliz por ele. E se ele está triste por causa de uma garota, eu fico triste por ver ele sofrendo.

- Não se sinta triste, Nam... por favor.

- Eu não estou.

Olho ele um pouco confuso. Ele respira fundo e me olha de novo.

- É verdade, eu passei horas decorando o que iria falar para ela na hora de fazer o pedido, é verdade, ela é a menina mais linda que eu já vi, e também é verdade que eu me sinto extremamente feliz quando ela está por perto. - ele suspira.

- Como você não está triste, então?

- Quando eu finalmente acabei de falar meu discurso para ela... ela sorriu. - ele sorri, provavelmente se lembrando da garota. - Ela pegou o anel, analisou ele, sempre com aquele sorriso lindo no rosto. Mas aí, ela me entregou de volta, ainda sorrindo...

- Eu sinto muito. - falo pensando que talvez ele apenas não queira dar parte fraca ao admitir que está triste.

- Ela me deu o anel de volta e me abraçou. Eu fiquei confuso, mas é claro que retribui o abraço. Aí, ela me olhou bem fundo nos olhos e falou algo.

- O que ela disse? - pergunto um tanto curioso.

- Ela falou... "está na hora de você descobrir quem você é, e investir nas pessoas que realmente te amam, e que você também ama, mesmo sem perceber...".

Eu apenas fico calado, sem reação, encarando ele, que brinca com seus dedos enquanto olha bem os detalhes do meu chão de madeira.

- E... que conclusão você tirou do que ela disse? - pergunto e ele me olha.

- Eu descobri quem eu sou.

Ele me encara intensamente durante algum tempo, fazendo com que um friozinho se manifeste em minha barriga e meu coração salte.

- Ela está certa. Eu não estou dirigindo na estrada certa. Pelo menos, eu não estava. Eu estava contrariando o caminho, tentando a todo o custo arranjar uma saída mais fácil, mesmo sem reparar.

- Você achou a saída?

- Não. Porque não tem saída. - ele fala, se levantando. Eu apenas suspiro e me levanto também. - Ela viu quem eu realmente sou, mesmo antes de eu mesmo conseguir perceber. E ela me guiou na direção certa.

- E que direção é essa?

Ele me encara, dando dois passos à frente. Repito o seu ato, diminuindo cada vez mais os centímetros entre nós.

- A direção para meu verdadeiro amor. - ele fala, dando mais um passo. Sinto sua respiração demasiado próxima de mim, me fazendo fechar os olhos. - A direção para você.

Dito isso, sem que eu possa sequer abrir meus olhos, sinto seus lábios se juntando com os meus. Ele inicia um beijo calmo, carinhoso e sem pressas. Alguns minutos mais tarde, nossos lábios se descolam em um estalinho, e nossos olhos se abrem.

- Você quer guiar comigo pelo caminho certo? - ele pergunta me fazendo sorrir.

- Quero.

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