Capítulo 31

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Thomas narrando:

Durante todo o resto do dia, depois que Mike deixou meu escritório, eu não consegui me concentrar em nenhuma das duas reuniões das quais participei. No fundo eu tinha certeza absoluta de que existia um meio de sair de toda essa confusão onde me afundei, mas por mais que eu tentasse, não conseguia descobrir como.

No caminho para casa na hora do almoço permaneci em silêncio absoluto enquanto Henry dirigia, e quando cheguei, não procurei pelas crianças. Não queria correr o risco de encontrar Angeline... não enquanto eu não soubesse o que fazer com o maldito contrato. O mais prudente era manter distância, então depois de almoçar, entrei em meu escritório e me obriguei a me focar no trabalho até meus sobrinhos decidirem vir me procurar, então eu lhes daria atenção.

No fim da primeira hora que passei sentado na frente do computador, imaginei que a brincadeira deles realmente devia estar legal, já que fui literalmente deixado de escanteio. No fim da segunda hora, me levantei e fui até a cozinha beber um copo de água e estranhei quando não ouvi a voz de Gabriel em nenhum dos cômodos da casa, mas ignorei esse detalhe. No entanto, quando a terceira hora se passou sem que eu tivesse qualquer notícia deles, peguei meu telefone e chamei George.

- Sim, senhor?

- Onde estão meus sobrinhos?

Ele precisou pensar por um segundo antes de responder:

- Pensei que estivessem com o senhor.

- Obviamente eles não estão comigo. Cadê Angeline?

Mais um segundo em silêncio.

- Bem, senhor, talvez... talvez ainda não tenham voltado da floresta.

- Floresta? - Senti meu cérebro gelar.

- Sim, senhor. Eles saíram hoje de manhã, disseram que iriam fazer trilha. Eu não me lembro de vê-los depois disso.

- Merda! - Guinchei desligando o telefone e saindo em disparada pela porta. Desci as escadas sem nem mesmo sentir o chão sob meus pés, e quando cheguei lá embaixo George me esperava segurando uma lanterna.

- Espero que o senhor os encontre antes que precise usar isso.

Conferi o relógio no meu pulso enquanto caminhava rapidamente até George. Seus ponteiros marcavam 15:54, o que indicava que eu tinha cerca de duas horas antes de escuridão noturna tomar conta do ambiente.

- Eu também espero. - Respondi pegando a lanterna.

- Devo avisar à Sarah, senhor?

- Não é necessário, em breve sua filha estará de volta.

Dei a volta na casa e atravessei o raso riacho, ignorando a água que molhava barra da minha calça. Do outro lado, parei por um momento e tentei imaginar para que lado eles decidiram ir.

- Alice! - Gritei me embrenhando entre as árvores.

Droga, eu devia ter desconfiado. Ela não me faria aquelas perguntas a toa, é claro que estava pensando em algo. Mas como podia imaginar que se perder propositalmente em uma floresta de mais de cento e oitenta quilômetros quadrados seria uma boa ideia? Merda, se queria tanto assim fazer a porr* de uma trilha, devia ter me dito o quanto isso seria importante para ela. O que esperava com isso?

- Alice! - Gritei mais alto, seguindo em frente.

A única resposta que obtive foi o farfalhar das copas das árvores e o canto dos pássaros. Chamei Angeline e Gabriel sem mudar minha direção, mas em nenhum momento eles me responderam.

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora