Íris, uma mulher cheia de marcas do passado, mas nada tira a sua sede de viver. Ela cresceu em um orfanato. Nunca conheceu os seus pais. Ao completar seus dezoito anos, conseguiu a sua tão liberdade. A sua mudança foi totalmente drástica. O que ela...
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Íris
Vinícius saiu para buscar o suco e eu fico aqui sentada sem entender esse comportamento dele. Foram quatro anos lutando para esquecê-lo, para arrancar esse sentimento de dentro do meu peito, agora que ele aparece o coração dispara e os sentimentos veem à tona. O que eu vou fazer agora? Lutei tanto para que isso acontecesse mais foi tudo em vão. Lembro de cada festa que deixei de ir, cada aniversário das minhas sobrinhas e afilhado, cada confraternização que deixava de ir para não encontra-lo, para hoje vir tudo por água abaixo. Sabia que um dia isso fosse acontecer e que esse dia ia ser hoje, mas eu tinha uma esperança que ele não viesse.
Passo as mãos no meu rosto em sinal de nervosismo. Nunca fiquei assim perto do Vinícius, sempre fui muito espontânea perto dele e hoje fico envergonhada e nervosa. Vejo ele de longe conversando com alguns convidados, começo analisar ele mesmo de longe. O eu posso dizer é que o tempo lhe fez muito bem. Está muito mais bonitos do que já era, mais forte e o seu sorriso está de tirar o fôlego. Sei que vai ser difícil de resistir ele, mas eu vou fazer de tudo para não cair em tentação.
— Ele está mais gato, não é Íris?
Tomo um susto com a chegada da Cris. Estava tão distraída que nem a vi chegando.
— O tempo fez um bem dando para ele.
Olho para Clarisse de boca aberta. Nunca tinha visto ela elogiado os outros homens.
— Vocês duas andam muito assanhadas. — Digo. — Os maridos de vocês não estão dando conta?
Vejo as duas arrastarem um cadeira e sentarem. Cada uma fica de um lado.
— Para o seu governo, o meu está dando conta até demais.
Olho para Clarisse espantada. Nunca foi de abrir as suas íntimidade.
— As vezes eu tenho que reclamar com o Sérgio, porque se depender dele é todo hora em todos os lugares.
Viro o meu rosto para encarar Cris, a cara nem treme, muito pelo contrário está com um sorriso enorme na boca.
— O que está acontecendo com vocês duas?
— Não aconteceu nada. Por que? — Pergunta Clarisse.
— Pelo simples fatos de estarem falando da intimidade de vocês.
— Foi você quem perguntou. — Diz Cris.
— Cadê Sérgio e Evandro? — Pergunto.
— Deixamos eles no parquinho com as crianças. — Responde Íris.
— Vimos que você ficou sozinha e viemos te fazer companhia. — Conclui Clarisse.
— Íris como você está se sentindo com a presença do Vinícius? — Pergunta Cris.
Eu sabia que não era o fato de me fazer companhia, tinha segunda intenções nisso. Desvio o meu olhar das duas e olho para frente e volto analisar Vinícius que continua conversado. Eu não sei como estou me sentindo com a sua presença, é uma mistura de sentimentos. Raiva, surpresa, lembranças dolorosas, lembranças maravilhosas. Sinceramente eu não tenho uma resposta concreta sobre isso. Respiro fundo e volto olhar para as minhas amigas.
