the cook

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Louis.


Noite passada Molly estava estranhamente quieta, ela apenas se deitou a depois de um tempo veio me abraçar, deitando sua cabeça em meu peitoral.

Hoje quando descemos, apenas encontramos Harry lá em baixo. Ele estava na cozinha, se preparando pra fazer algo.


- Cozinhando, Harry?

- É, Molly. Vou tentar fazer Ramen.

- Boa sorte. Vou aproveitar que estou de bom humor pra fechar as notas dos meus alunos.


Molly disse, pegando seu notebook e indo pra varanda. Olhei em volta, e sem ter mais nada pra fazer, me encostei na bancada.


- Precisa de ajuda?

- Louis Tomlinson na cozinha? Acho melhor não.

- Ah, qual é, me dá uma chance.

- Talvez outro dia. Ramen é o prato favorito do Gary, preciso fazer direito

- Eu sempre achei que vocês viviam em restaurantes cinco estrelas.

- Duas vezes por semana. Mas mesmo assim eu tento cozinhar quando Gary não está muito bem.

- Molly também não.

- Não sei o que aconteceu ontem, mas voltaram estranhos. Não gostei nada disso.

- Talvez eles resolveram que vão nos deixar.

- Com certeza. - Harry riu.- E então você e eu finalmente poderemos ser felizes juntos.

- Isso mesmo, Styles.


Harry conversava comigo, mas ao mesmo tempo estava muito concentrado em cozinhar. Nesses quatro anos que somos amigos eu não havia o visto cozinhar, sempre vamos a bares, comemos em padarias ao voltar de festas na madrugada e pedimos pizza em casa.

Tratamos a comida apenas como um complemento, coisa rápida pra alimentar e dar um gás pra continuarmos bebendo mais, nunca como um agrado, igual ele está fazendo agora pro seu namorado.

Fiquei com Harry até ele terminar seu ramen, então ele montou um bonito prato pro Gary e me deu o resto em uma tigela qualquer.

Eu andei até a varanda, me sentando ao lado de Molly e a oferecendo um pouco de ramen. Me estiquei um pouco, dando uma olhada na tela de seu notebook. Molly me olhou culpada e então começou a se explicar.


- Só estava vendo o preço das passagens, decidi não ir mais pra Guadalajara, juro.

- Mas, por quê?

- Não quero te deixar por duas semanas, Louie.

- Molly, eu me viro por alguns dias. Se você quer viajar eu acho que realmente tem que ir.

- Mesmo? Achei que fosse ficar bravo.

- Mesmo.

- Você é o melhor namorado do mundo, Louis Tomlinson!


Molly abraçou meu pescoço e então voltou a dar uma olhada no site de viagens. Ficamos nessa até escurecer, e então Molly disse que iria tomar um banho e ir se deitar.

Falei para ela que ficaria aqui mais um pouco e ela entrou. Passei um bom tempo vendo o vento brincar com as folhas das árvores e então entrei.

Harry estava sentado no meio da sala, com um copo de whisky na mão.


-Tá tudo bem, Harry?


Ele levantou a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos.


- É, não tá tudo bem. O que foi?


Me sentei ao seu lado.


- Eu to assustado.

- Com?

- Com o fato que eu gastei o último ano da minha vida.

- Tá falando do seu namoro com o Gary?

- Eu não sinto que é um namoro mais, não me sinto amado, não aguento mais todas as coisas caretas o tempo todo, todas as regras, parece que eu to em um relacionamento com meu pai.

- E eu me sinto o pai com a Molly.

- Daddy kink? - Harry perguntou rindo.

- Quem dera. Molly fica com medo de me contar as coisas, como se eu fosse ficar bravo. Sei lá...

- Só temos uma solução pra isso.

- E qual seria?

- Terminamos com os dois e começamos a namorar.


Harry soltou, admirando seu copo de whisky.


- Não seria uma má ideia.

- O quê?

- Harry, estamos juntos há quatro anos. Quatro anos e nunca tivemos problemas, imagina colocando beijos e sexo? O melhor relacionamento do mundo.


Harry riu e então ficou sério.


- Não é como se eu já não tivesse pensado nisso. Todo mundo fala que somos tão juntos que parecemos irmãos, eu não tenho um irmão, mas se eu tivesse eu com certeza não ia fantasiar em beijá-lo de vez em quando.


Ok. Essa me acertou em cheio. Eu não poderia negar que já quis beijar Harry algumas vezes quando ficamos bêbados, e contando que ficamos bêbados quase todos os dias desde que nos conhecemos, há quatro anos eu quero beijá-lo.

Nunca havia realmente parado pra pensar se isso era uma decisão do Louis bêbado ou do Louis Louis. Temos toda a química do mundo, tudo parece dar certo pra nós e eu sinto que conheço mais do humor dele mais do que o meu próprio.

Harry me encarava, com um ar calmo, esperando que eu dissesse alguma coisa sobre o assunto.


- Hm... Eu tenho um crush em você, Harry Styles.

- E eu em você, Louis Tomlinson.


Harry fechou seus olhos e se aproximou de mim. Eu não posso nem contar quantas vezes durante todos esses anos ele já havia feito isso, mas dessa vez era diferente.

Harry não estava brincando, eu não estava brincando. Eu olhei firmemente para ele, enquanto ele estava ali, a poucos centímetros de mim.


- Harry. Seu namorado está lá em cima, minha namorada está em cima. Não me entenda mal, mas eu não quero ser esse cuzão.


Harry abriu os olhos. Respirou fundo e então tomou impulso para se levantar.


- É, você está certo. Boa noite, Louis.

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