PRÓLOGO

3.7K 121 51
                                    

EM TEMPO bom de chuva constante, nascera Francisca Santana Laurie num povoado do interior da Bahia. Perdera sua mãe Maria Cecília para uma doença que não em recordo o nome, só sei dizer que matava as mães na hora do parto. Naquela época não existia hospital perto, vinha parteiras da vizinhança ou até de outras cidades para fazer a mãe dar a luz. Como chovia muito, Cecília viajou 2 km num caminhão de boi junto com treze pessoas para parir a menina. Só que não resistiu e morreu no meio do caminho e Francisca nasceu ali mesmo no caminhão.

Por três anos de sua vida foi criado pelo seu pai Seu Zé, que ficava muito aflito quando ela perguntava de onde tinha vindo e quem era sua mãe, depois disso foi para a casa de sua tia Petúnia no interior de Sergipe.

Criada junto com suas primas Perpetua e Perséfone, mas tratada como uma filha, nem uma delas teve inveja de Francisca, pelo contrario, gostavam, ela ocupava a pobre tia enquanto ia fazer picuinhas com as vizinhas. Francisca quando era pequena, não era feia, mas era como as primas falavam: ‘’Não é boa de enxergar, mas tem bom coração’’.

Francisca, como todo ser humano, cresceu, ficou bonita viçosa, teve poucos amores e estes únicos se apaixonavam por sua aparência o que a deixava mais triste. Na hora que ficou cansada disse ao seu ultimo namorado ‘’Namore com a minha face enquanto eu procuro um cego que saiba enxergar’’.

FrancisquinhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora