Capítulo 17 + especial de natal

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Já era fim de dezembro. Changkyun havia, afinal, melhorado, e com ajuda do hospital, estava fazendo seu tratamento hormonal e checkups constantes em seu fígado. Como Kihyun bem sabia, uma vez que o tratamento começasse, era possível que o efeito da poção acabasse, mas ele estaria louco se caso preferisse o contrário. Como disse a Wonho, "prefiro ele bem e sem me dar a mínima do que doente e apaixonado". Eles não tinham mais se falado desde então, e Changkyun não entendia ao certo por que. Kihyun parecia estar evitando-o desde que saiu do hospital, e agora que haviam se formado, não tinha mesmo mais notícias alguma dele, que sequer respondia suas mensagens.

Todo ano era sempre a mesma coisa na família de Kihyun: seus pais o mandavam um cartão pedindo desculpas e desejando feliz natal, sua avó fazia um jantar simples e sempre dormia antes de 00h, na metade de algum filme especial que passava na TV. No entanto, esse ano ele tinha Hyungwon mais próximo do que nunca, e este fez questão de levar todos os amigos para sua casa em uma ceia especial de família. E que família, Kihyun pensou, quando conheceu todos os milhões de primos e tios que Hyungwon tinha.

Mas foi uma pequena saia justa, pois mesmo que coisas parecessem estar entrando no eixo aos poucos, não estavam, e Kihyun soube disso quando Changkyun chegou à casa de Hyungwon e cumprimentou a todos menos ele. Os dois estavam muito estranhos. E todo mundo ao redor deles também já sabia disso.

Perto de 00h, a mãe de Hyungwon decidiu começar o amigo oculto que tinham organizado. Depois de todos os incontáveis parentes jogarem, foi a vez do grupo. Wonho era o único que não estava presente, pois tinha ido novamente tirar um pedacinho do panetone.

— Shin Hoseok! Se você não largar esse panetone, eu vou aí fazer você largar! — Kihyun gritou.

Wonho preferiu não desafiar os limites do espírito natalino de Kihyun e foi se juntar na roda.

— Por Wonho ter sido o último, ele vai começar. — Jooheon disse e todos concordaram.

— Tá, tá. Eu vou. — Wonho se levantou novamente, segurando seu presente. Um embrulho médio envelopado em papel presente azul. — A pessoa que eu tirei é muito, muito chata.

Todos olharam para Changkyun, e o mesmo deu língua.

— Muito convencido e só faz besteira. — Wonho deu uma risada ao ouvir Jooheon gritar o nome de Chanhkyun. — Mas mesmo assim se mostrou um ótimo amigo esse ano. — Ele andou até Changkyun, jogando seu presente na cara dele. — Toma essa coisa logo.

— Você como sempre um amor. — Changkyun brincou com ele.

O resto se desenrolou até que bem. Por sorte, Kihyun havia tirado Jooheon e Changkyun havia tirado Hyungwon, então nenhum dos dois precisou realmente trocar qualquer tipo de interação. Uma vez que acabado, eles sentaram-se junto da família enorme de Hyungwon e zoaram da cara dele conforme a mãe do próprio contava as histórias mais vergonhosas da época em que ele ainda era um bebê.

— Já são quase meia noite! — Jooheon disse, olhando o relógio de parede.

— Por acaso é ano novo pra ficar fazendo contagem? — Wonho perguntou, recebendo um peteleco de Jooheon.

— Feliz natal! — Ele gritou quando os dois ponteiros se juntaram.

Após todo mundo se cumprimentar e ceiarem juntos, os amigos ainda enrolaram algum tempo na casa de Hyungwon até decidirem ir embora pois, ao contrário de Kihyun, as respectivas famílias de todos ainda os esperavam em casa. Na volta, só sobrou ele e Changkyun, e pela primeira vez o silêncio entre os dois foi constrangedor, tão pesado quanto a neve acumulada nos telhados das casas.

— Kihyun, quer ir ver o festival de natal?

O pedido surpreendeu Kihyun.

— A-Agora?

— É, eu... Minhyuk deve estar com o namorado e meus pais provavelmente estão enchendo a cara de vinho na sala de estar. Queria esperar um pouco mais. Se você puder, é claro, porque a sua avó...

— Ela nunca passa das 23h. Quero ir. — Kihyun sorriu. Changkyun também.

À luz das milhões de luzinhas piscantes na grande árvore natalina bem no centro de Seoul, Kihyun e Changkyun se beijaram de verdade, de tal modo que nem toda aquela neve conseguiria mais esfriar seus corações de novo, e eles não estavam nem aí para quem estivesse os julgando.

— Eu senti a sua falta. — Changkyun sussurrou para ele quando separaram os lábios, juntando então as mãos. — Por que estava me evitando?

— Você também estava.

— Só porque você estava.

— Eu achei que estivesse com raiva de mim...

— Por ter me salvado duas vezes?

— Me desculpa? — Kihyun perguntou, acariciando o rosto de Changkyun como gostava de fazer.

— Só se você me beijar de novo.

Kihyun soltou uma risadinha, beijando-o novamente, aproveitando o calor dos braços dele e querendo eternizar aquele momento para sempre.

— Feliz natal, Changkyun.

— Feliz natal.

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