AS CARTAS NA MESA (PARTE 1)

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Orion foi para casa à noite esperando ter a pior conversa de sua vida com Boone, mas o rapaz não estava em casa, apenas Aries a recepcionou.

– Aries, o que você acha de voltarmos para casa na Inglaterra? – Perguntou ela pegando o gato (que era enorme, peludo e pesado por sinal agora) no colo.

Aries soltou um ronronado de aprovação.

– É, eu só acho que o Boone não vai concordar tão bem assim – disse Orion colocando o pesado gato no chão (seus braços doíam de segurar ele muito tempo).

Ela tentou se preparar de todas as formas para essa conversa, inventou e imaginou diálogos em sua cabeça, andou de um lado para o outro da casa, ficou pensando em vários cenários possíveis da reação do rapaz, mas finalmente ela parou, parou em frente ao quadro em cima do seu sofá, das duas casas, a dela e a dele e ficou imaginando o quão horrível seria o pior cenário. Será que seria tão horrível assim? Será que o que ela tinha com o Boone não era algo que vinha se prolongando mais do que devia e ela não devei ter cuidado e tomar coragem? Será que essa não seria a prova que ele precisava para saber se o amor deles era verdadeiro ou não? Era tudo isso que ela pensava enquanto encarava os dois quadros.

Orion ouviu o barulho da porta abrindo, era Boone chegando com aparente bom humor.

– Boa noite, como foi a volta ao trabalho? – Perguntou ele dando um beijo em Orion.

– Foi boa, várias novidades no departamento... – Disse ela sem jeito.

– Tipo quais? – Perguntou ele enquanto fazia seu casaco flutuar até o armário da sala.

– Tipo... Algumas que precisamos conversar seriamente sobre – disse Orion tentando disfarçar o seu nervosismo, mas Boone "amarrou a cara" em uma expressão de descontentamento.

– O que houve Orion? Fala logo por favor, o que vão te obrigar a fazer agora? Ficar no meio de um fogo cruzado entre um duelo de varinhas? – Pergunto ele, agora andando de um lado para o outro da sala.

– Não, não é isso, não é nada muito perigoso, isso eu prometo! – Afirmou Orion.

– Então... O que é? – Perguntou Boone a olhando impaciente.

– Eu hoje, aliás, nós hoje recebemos a visita dos chefes dos departamentos de aurores de outros países e...

– Quais países Orion? – Perguntou Boone, parecendo adivinhar o que vinha a seguir.

– Holanda e...

– Inglaterra? – Perguntou Boone parecendo irritado.

– Sim e Inglaterra, Reino Unido na verdade...

– E deixa eu adivinhar, eles te chamaram para você ir trabalhar lá, ou pior, você se voluntariou? – Perguntou ele, parecendo vermelho e raivoso de verdade.

– Não é isso, eles precisam fazer essa troca de aurores e eles pediram meu nome por eu já ser de lá e ter minha mãe e tudo mais... Mas eu ainda não aceitei, eu disse que iria falar com você, eles disseram que podem fazer de tudo para ser o mais confortável possível para nós, ou você viajar para lá por portal todo dia, ou conseguir um emprego lá, o que você quiser...

– E você ficar do lado do Tiago, é isso? – Perguntou Boone quase gritando de tanta raiva.

– E quem falou em Tiago aqui, Boone? – Perguntou Orion, agora levantando a voz e se sentindo ofendida.

– Você sabe que isso envolve ele, morar perto dele, reviver todas aquelas lembranças que você quer apagar, ou pelo menos diz querer apagar... – Disse Boone em fúria.

O Assassino da rosa branca (segunda geração) - Livro 8 (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora