Capítulo 4

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- Esse monstro é difícil de matar? - A voz do meu pai me chama a atenção. Vindo do corredor ao meu lado.

- Minhas adagas não perfuram sua pele e eu fugi - Me sinto um maldito caçador de merda no momento.

- Então por isso ontem você chegou somente com o cabelo a mostra, achei que estava vendo coisas, por conta da bebida - Solta uma risada debochada.

- Essas poções inúteis - Digo e ando até o sofá.

- Na hora de burlar as nossas leis e usar para dormir com alguma mulher, sem fazer o contrato. Não parece inútil né - Fala e reviro os olhos.

- Situações diferentes. Poções diferentes.

- Ah claro. Só é útil quando lhe convém ...

- Pai, de que lado está? Meu ou da bruxa que faz as poções? - Pergunto irritado e ele só ri.

- Não lidarei com as TPM's de sua irmã, em compensação, as suas são ...

- Paaai - Esbravejo e ele levanta a mão, se rendendo.

- Tudo bem - Diz derrotado - Desculpa florzinha - Qual é a dele? Tirouo dia para me irritar.

- JÁ CHEGA - Explodo com ele e fico de pé.

- Senta, agora - E meu showzinho vai pelo ar quando sua voz autoritária se faz presente. Sento e cruzo os braços.

- Eu não estou no clima para brincadeiras - Resmungo e ele respira fundo.

- Tudo bem Gabriel. O que vai fazer? - Ele e sua incrível capacidade de brincar e logo após ficar sério, como se nunca tivesse brincado.

- Não sei. Agora terei de caçar o sombra da noite e ainda tem aquela ursa.

- Ursa? Um monstro que se transforma em urso? - Pergunta e assinto - Não se ouve falar deles a pouco mais de duas décadas - Diz admirado.

- A Ally usou os irmãos dessa garota que vira urso. Para ir até o Pan.

- Nossa, isso é ótimo. Imagina só a recompensa que vai ganhar, se matar um urso e o dragão. Seremos honrados no vilarejo - Fala e assinto, ele parece mais empolgado que eu.

- Bom - Fico de pé - Tenho trabalho a fazer e não tenho data prevista para volta. Preciso me preparar - Começo a andar.

- Gabriel - Paro e olho para ele - Cuidado, não quero ter de perder vocês dois. Não quero sentir a mesma sensação que meu amigo está sentindo - Seu olhar fica triste.

- O senhor Irving não parece sofrer - Digo e ele dá um sorriso frouxo.

- Parece que ainda não se acostumou. Nem tudo que parece é o que realmente é - Diz e entendo o que quer falar.

- Tomarei cuidado pai, não se preocupe comigo - Falo e ele assente. Entro no quarto e relaxo o corpo, que se arrasta até o chão. Apoio o cotovelo nos joelhos e seguro a cabeça - Eu tô ferrado.

^^ Mérida ^^

Levanto devagar e coloco uma blusa, apenas uma atadura cobre meu tórax. Visto uma calça e calço uma sandália. Minha mãe me encheu de sopa ontem e tive de ficar deitada o dia toda, mas felizmente o veneno passou e agora só as costas que doem. Abro a porta e vou até a cozinha. Encontro todos sentados e tomando café.

- Bom dia - Falo chamando a atenção de todos e me sento.

- Não devia estar de pé.

- Precisa mais que isso para me derrubar. Já estou bem - Lhe dou um sorriso, que ela faz questão de reprovar.

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora