Capítulo 56

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Lydia

Assim que Lydia chegou até a porta que levava ao corredor, ela se fechou com um estrondo. Losandro se colocou entre ela e a porta, depois de mais alguns segundos, mais seis desconhecidos se postaram atrás dele.

— O que é isso Losandro? — Ela perguntou irritada. 

— Seu treinamento não acabou.

— Losandro, o que está fazendo em nome de Nir? —  Anara interveio com uma voz autoritária.

  — O que me pediu para fazer, Anara, estou treinando-a. — Ele respondeu. — Sei que está louca para ver aquele cavaleiro, e poderá fazer isso se conseguir passar por mim, e é claro, por meus alunos aqui. 

  — Isso não tem sentido Losandro...

— Ela vai enfrentar muito mais, naquela batalha, Anara, quer ganhar ou não? — Ele falou interrompendo-a. — Se prepare. 

— Caldesh! — Os sete homens que bloqueavam o caminho de Lydia falaram ao mesmo tempo.

Sete bolas de fogo voaram em direção a Lydia.  Fazendo-a soltar um suspiro de surpresa antes de deviar delas no último segundo com um pulo para trás. 

  — Está de brincadeira? — Ela disparou para Losandro.

Lydia estava com raiva. Mas tudo que conseguia pensar era que tinha que chegar até Leoric. Ela iria acabar com aquilo rapidamente.

  — Var lament. — Falou sentindo um escudo proteger seu corpo. — Caldesh. 

Lydia não precisava formar bolas de fogo com seu poder. A explosão que ela chamava vinha pura, consumindo o ar exatamente no local que ela imaginava. Os aprendizes de Losandro começaram a se movimentar ao serem encurralados pela parede de chamas que Lydia tinha feito. Eles murmuraram palavras que não conhecia, e finalmente conseguiram vencer o fogo.

Losandro riu e fez um sinal para seus aprendizes. Eles começaram a jogar bolas de fogo aleatoriamente nas pessoas aglomeradas na parte de trás da Academia, que tentavam permanecer longe da confusão.

Ele estava a forçando a usar mais de seu poder, a reagir mais ativamente. E era exatamente o que ela faria.

Lydia se concentrou e ouviu a A canção do Antigo mais uma vez. Ela a acolheu como uma velha amiga, e com seus poderes totalmente despertos e livres, conseguiu sentir uma conexão ainda mais profunda de seu sangue com o Antigo que vinha a ela por aquela melodia. 

— Var Lament. — Ela falou, estendendo a mão em direção as pessoas que tentavam desviar das bolas de fogo que as atingiam sem piedade. 

Um escudo invisível e forte se formou, impedindo que o fogo atingisse qualquer pessoa. Lydia respirou aliviada, quando escutou o barulho alto causado pela colisão das bolas e seu escudo. Estava aguentando. Ela se virou para Losandro, que a encarava com a sobrancelha arqueada, e um sorriso torto. Ele não falou, mas com um movimento de mãos enviou um pulso de energia que fez Lydia voar e cair pesadamente no chão, fazendo-a gemer de dor. Aquilo estava realmente a irritando, ela pensou. Antes mesmo que pudesse se recuperar, mais bolas de fogo voaram em sua direção. Sendo paradas com sucesso pelo escudo que tinha formado em torno de si mesma. Aquilo realmente estava sendo uma provação para a força de seus escudos.

Lydia se levantou, com raiva.

— Tavensh. — Ela falou, fazendo os aprendizes de Losandro se levantarem do chão. Por um momento achou que tinha os pego de surpresa já que pararam de jogar incansavelmente as bolas de fogo em direção as pessoas que agora se encolhiam em um canto da sala, mas logo já tinham se recuperado, e de alguma forma tinham conseguido voltar para o chão.

  — Vai ter que fazer mais do que isso se quiser passar por mim, garota. —  Losandro falou.

Caldesh, e Tavensh, eram tudo o que Leoric tinha lhe ensinado. Nunca precisara de nada além disso. Lydia suspirou frustada, era um poder esmagador para usar em quem não tinha magia. Mas se mostravam ineficazes contra Losandro, ele podia passar pelas colunas de fogo que ela teimava em construir, facilmente, sem se queimar. Podia anular quase totalmente quando ela tentava suspende-lo do chão. Nada que tentava parecia atingi-lo. Se era assim com ele, um d'O Antigo que tinha poder finito em seu sangue, ela se perguntava como seria contra o Tirano.

Precisaria ser criativa se quisesse vencer. Poderia usar uma explosão de energia assim como fizera naquela noite em Rainelle, mas não tinha certeza se seus escudos aguentariam se usasse seu poder daquela forma. Podia matar alguém. 

Ela tentou juntar em sua mente tudo o que sabia sobre a magia de seu sangue, enquanto distraia e cansava seus combatentes com mais paredes de fogo. O Antigo estava em tudo. Era uma energia, que estava em todos os lugares. Lydia teve uma ideia. Losandro tinha de alguma forma a empurrado. Ele devia estar usando pulsos de energia para fazê-lo permanecer no chão quando Lydia tentava suspendê-lo. Ela faria a mesma coisa, mas para prendê-lo no lugar, enquanto empurrava ao mesmo tempo.

Ela fechou os olhos, sabendo que não precisava deles para ver, e se concentrou na canção que ressoava em seus ossos. Levou a sua mente para um estado de torpor e comunhão com a energia que sentia vir de seu sangue. A melodia conhecida a embalou, fazendo sua pele se arrepiar. Seu escudo permanecia ileso e intocado, mesmo com os ataques dos aprendizes de Losandro. Ela não sabia uma palavra Antiga para ajuda-la a canalizar e visualizar a magia que iria fazer, mas não precisaria de tanto poder.

Ela parou de formar as paredes de fogo, e esticou as duas mãos em frente ao seu corpo. Lydia criou um campo de força atrás de cada um de seus atacantes, e ao mesmo tempo, juntou uma quantidade mediana de energia para empurrá-los em direção a esse campo, achatando-os, como uma carne entre dois pedaços de pão. Assim que o poder dela os atingiu com um baque surdo, ela o retraiu, fazendo-os caírem no chão gemendo.

Eles estavam vencidos, ela presumiu retraindo seu escudo. Lydia se virou para verificar que ninguém tinha sido ferido, dando as costas para Losandro que ainda estava ajoelhado no chão. Tudo o que aconteceu depois foi muito rápido para que seu cérebro pudesse assimilar facilmente. 

Lydia ouviu a porta se escancarar e a voz de Ruriel chamar seu nome, enquanto uma bola de fogo se aproximou de suas costas tão rápido que mal teve tempo de desviar. Quando recuperou o equilíbrio o suficiente, se virou e viu Ruriel, segurando uma faca na garganta de Losandro enquanto bufava de raiva. Leoric, apenas observava a cena um pouco mais distante, e não fazia menção alguma de separar os dois.

— Cavaleiro! — Chamou Anara urgentemente, mas Ruriel não se mexeu. 

Lydia andou em direção a cena, e apertou gentilmente o ombro de seu cavaleiro, que relaxou imediatamente com seu toque. Ela sabia o motivo da fúria de Ruriel, eles tinham uma ligação que mesmo ela podia sentir em todo o seu corpo.

— Vamos Ruriel. — Lydia disse com a voz mais calma que pode encontrar. — Eu estou bem. Não foi nada.

Ele soltou Losandro, não sem antes lançar um olhar de aviso. Lydia viu Anara se dirigir ao seu mestre de magia com passos raivosos, cochichar algo urgentemente, e depois se dirigir em direção a porta com um Losandro não muito satisfeito em seu encalço.

— O que aconteceu aqui? — Leoric perguntou a ela.

— Eu vou explicar. Mas antes tenho que te perguntar algo.

 Lydia tentou pensar em como deveria falar aquele tipo de coisa, mas tudo que passa em sua cabeça parecia tosco quando imaginava as palavras saindo de sua boca. Então decidiu ser curta, e clara. Simples, como sempre tinha sido.

  — Sei que vai parecer estranho... Mas... Losandro falou que era amante de minha mãe Leoric. Não vou rodear muito mais. Você é meu pai? 

Lydia viu Leoric empalidecer, arregalar os olhos, e hesitar por momentos que pareciam séculos, antes de sussurrar.

  — Acho melhor conversarmos isso em particular, Lydia. 

Oie gentee desculpem pelo atraso nos capítulos do livro, eu tenho que entregar meu tcc essa semana entao imaginem o caos! Hahahaa prometo que em dezembro as potagens vao se regularizar! Comentem o que acharam do capítulo. E votem! Por favor!

A Canção do Antigo (Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora