Capítulo 7 - Celestia

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Deixaram o camarote imperial direto para o casarão, para organizarem as malas. Estavam um pouco tensos com a partida imediata, não sabiam o que enfrentariam assim que chegassem lá. O carro oficial veio buscá-los e logo estavam embarcando na bela nave dourada com o emblema das cinco espadas de Celestia. A viagem duraria doze horas e a Imperatriz manteve-se ocupada pela maior parte do tempo enquanto se preparava para refazer o feitiço de proteção do Plano. O Oráculo a ajudava enquanto a Capitã Ana organizava as defesas físicas do lugar juntamente com seus Comandantes. Shiloh parecia agitado e Héricles ficou com ele o tempo inteiro no dormitório que foi designado para ele e Carol. Eles estavam ansiosos e apreensivos. Durante a viagem, Nova aproveitou para contar aos amigos o que tinha acontecido no jardim.

- Então você fala Arkha? – perguntou Zira surpresa.

- Ao que tudo indica, sim – concluiu ele. – Mas acho que deve ser algo inconsciente. A Capitã Ana disse que Nijali falava em Arkha, mas eu entendia perfeitamente o que ela dizia. No começo não, mas depois me parecia que ela falava a mesma língua que eu.

- E o que ela disse no começo? – perguntou Si. – Será que se você se concentrar não consegue entender?

- Litto Tulek – disse Nova. – Filho do Fogo, isso é fácil, mas depois ela disse algo como "Olurie ji osri do venr Kreas". Não sei o que significa.

- Mas a pronuncia me parece boa. – brincou Ambaris.

- Talvez a Imperatriz saiba. – sugeriu Beto. – Ela falava Arkha lá no camarote.

- Vou anotar isso, para perguntar para ela. – Nova pegou um papel e caneta e sussurrava as palavras enquanto as escrevia – "Olurie ji osri do venr Kreas. Le mosme cetze. Uliah rom solse do humet."

- Não gosto disso – comentou Si. – Por que Nijali estava tão interessada em você?

- Ela disse que não estava lá por mim – comentou Nova. – Mas o que mais me preocupa foi o que ela disse no final, sobre Trevare organizar suas tropas.

- Só espero que as Amazonas não resolvam aparecer todas em Celestia – comentou Bruna. – Só temos um Guardião conosco e elas são cinco. Estaremos em severa desvantagem.

- E isso porque você nem levou em consideração o fato delas serem demônios imortais – completou Beto. – Porque eu acho que é um ponto muito relevante.

- Temos a Capitã Ana do nosso lado – brincou Zira. – Ela é das minhas, espantou Nijali à base de tiros de laser.

- Laser mágico, segundo ela. Ela é maluca – comentou Nova. – Definitivamente. Se Nijali tivesse encrencado com ela, nem quero imaginar o que poderia ter acontecido.

- Mas ela tem coragem – comentou Zira. – Admirável.

Quando eles enfim cruzaram a fronteira entre os Planos, puderam ver pela primeira vez o território celeste. O planeta parecia um bloco de terra flutuando no meio do espaço. Quando eles entraram no espaço aéreo de Celestia, o encanto do lugar pareceu maior ainda. O céu era de um azul esplendoroso e eles logo avistaram a bela cidade de Vega, a capital de Celestia.

As construções eram todas claras e peroladas e a cidade reluzia com o sol do fim da tarde. Havia poucos prédios e a maior parte das construções não era muito alta. Pássaros voavam lado a lado com a nave enquanto eles seguiam para o Palácio da Luz. Campos verdes estendiam-se pelas colinas mais ao longe e um grande rio de águas muito claras corria pelo centro da cidade. O Palácio surgiu no horizonte assim que eles cruzaram uma grande represa. Cercado por campos gramados e bosques, longe da cidade. Era uma construção magnífica com entalhes em mármore e ouro. Tinha três torres centrais e uma delas era mais alta. Grandes janelas com vitrais coloridos preenchiam as paredes do Palácio e havia uma cachoeira enorme na lateral dele, tão alta quanto à torre central, por onde vinha o rio que abastecia a represa.

As Espadas de Cristal - A Saga da Legião Branca - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora