Doce Sedução

20

— É, eu sei.

Jake se deitou ao meu lado no tapete felpudo da minha sala na empresa, ele estava sorridente e eu havia reparado os cachos castanhos mais curtos do que da última vez que eu o vira. Seus olhos buscavam os meus e eu sorri, era diferente estar com Rushell porque ele era a única pessoa do meu passado que não havia ido embora com exceção de Linda. Meiridi, Will, Oliver todas as lembranças que os envolviam pareciam um grande borrão na minha mente. Eu sentia falta de todos.

— Você parece perdida. Está cansada?

— Não é isso, é só que, quer beber?

— O que?

— Beber. – Sorri e caminhei até a estante de livros.

— Não me diga que você tem uma espécie de cofre de bebidas ou sei lá.

— Não ou quase. Quer dizer, você me conhecia. – Sorri de lado.

Afastei os livros e puxei a garrafa de vodca do fundo da estante, dei uma golada longa e passei a garrafa para Jake que repetiu o movimento antes de trancar a porta.

— Ficar bêbada em horário de trabalho não é nada legal. – Senti o álcool deslizar pela minha garganta.

— A gente não deveria fazer isso.

— Estamos comemorando, e além do mais, somos amigos. Merecemos estar aqui.

Quando a garrafa já estava na metade decidi devolve-la para o fundo da estante, já sentia meu corpo quente e minha garganta queimar. Não era tão ruim assim estar bêbada em horário de trabalho, quer dizer, era péssimo.

— Jake, eu estou com sono.

Resmunguei e Rushell riu sentindo os efeitos do álcool no seu corpo. Me joguei de volta ao tapete sentindo minha cabeça latejar e a sala inteira parecer girar. Jake avançou para perto de mim com o rosto a alguns centímetros do meu, ele umedeceu os lábios e eu levantei me afastando dele o mais rápido possível recuperando a consciência.

— Jake, eu estou com Aaron. – Afirmei e sai da sala.

Aaron estava caminhando para perto de mim em passos curtos e eu o ouvi cantarolando uma música, seus olhos se estreitaram quando me viu cambalear para perto das poltronas daquele andar. A visão turva me deixou atrapalhada e eu quase não reconheci quando Aaron parou na minha frente me pegando no colo.

— Você bebeu. – Ele suspirou.

— Só um pouquinho.

— Eu acredito, Sum, o que tem de errado?

— Nada, eu só... eu amo você mas eu sinto saudades dos meus amigos, eu sinto saudades de Oliver e ele não vai voltar nunca mais! – Meus olhos marejaram.

— Summer, está tudo bem, as vezes nós precisamos desabafar e não há nada de errado em você admitir isso.

— Já faz tanto tempo mas isso ainda dói, ainda machuca. – Aaron esfregou seu nariz na minha bochecha antes de me beijar.

— Você promete que não vai embora? – Sussurrei.

— Se você deixar, eu não vou embora nunca mais.

Aaron me levou de volta para minha sala e Rushell não estava mais lá, eu não queria voltar a ser aquela mulher frágil e magoada mas era inevitável.

— Amanhã nós temos um jantar. – Aaron sorriu.

— Eu estou animada.

Aaron havia me deixado em casa por volta das cinco e quarenta, eu não sabia explicar o que havia acontecido mas meu corpo ainda respondia ao excesso de álcool. Abri a porta de casa encontrando Jane lendo um livro de criança.