Juliette chega ao hospital

588 67 5
                                    

Chegamos ao hospital, Monika tinha recuperado os batimentos cardíacos, foi levada imediatamente para o centro cirúrgico, Daniel para a emergência neonatal, agora era esperar por notícias de ambos.

As seis horas que se seguiram não liguei para ninguém, simplesmente me joguei naquela cadeira da sala de espera depois de receber atendimento e sete pontos na cabeça, eu não consegui ânimo para conversar e explicar o que estava acontecendo.

- Onde ela está? - Escuto Juliette desesperada a minha frente, chorando.

A olhei, não existia sentimentos corretos que podia descrever naquele momento.

- Em cirurgia. - Respondi.

- O que aconteceu? - Ela se abaixou a minha frente, segurou meus braços. - Pelo amor de Deus!.... Me diz que ela ta bem.

- Não posso te responder a isso... - Voltei a chorar, Juliette me abraçou e nós dois choramos muito.

Foram sete horas de cirurgia, médico e assistente vieram falar comigo e com Juliette, parou a nossa frente, seu semblante era de cansado e nada animadora.

- Eu sinto muito... Mas o estado de Monika é gravíssimo... O inchaço cerebral não para de aumentar, tivemos que deixar aberto para que não venha a ter morte cerebral... Fizemos tudo que estava ao nosso alcance, controlamos a hemorragia abdominal, mas agora é esperar pelas 72 horas, se o inchaço persistir, creio que não poderemos fazer mais nada.

Eu só pude concordar, agradeci ao médico pelas informações, Juliette também agradeceu e nos abraçamos, agora era esperar pela recuperação e o inchaço diminuir, voltamos a nos sentar.

- Papai vai enfartar novamente assim que souber o que aconteceu com a Monika.

- Não conte agora... deixa fazer a cirurgia dele, se recuperar e quando estiver melhor, contamos a ele, mas agora só vai complicar mais ainda.

- Mamãe dessa vez foi muito cruel. - Juliette baixou a cabeça. - Eu não sei como ela pode ser duas pessoas ao mesmo tempo, tão amorosa e tão má.

- Ela foi traída... Não é fácil para alguém como ela, conservadora ao extremo, aceitar um filho de outra mulher, ainda mais do homem que jurou amar e respeitar por toda a vida.

- O bebê? - Juliette me olhou. - Não é seu!

- Não!... Mas eu o amo como se fosse e vou cuidar dele e de sua irmã até os últimos dias da minha vida.

- Você é um homem admirável, sabia! - Juliette sorriu, dei um beijo em sua testa.

- Não quero que conte a ninguém que Daniel não é meu filho, eu prometi que iria cuidar dele como um pai.

- Não se preocupe, não vou contar.

Eu e Juliette fomos ver Daniel na incubadora, ficaria por uns dias no hospital, estava tudo bem com ele, não sofreu nenhuma lesão, mas por ser pequeno e com apenas 2.300Kg, resolveram deixá-lo para pegar um pouco mais de peso.

Não tinha mais o que se fazer no hospital, precisava passar na delegacia, depois mandar rebocar o carro e tratar de comprar tudo para o bebê, já que pelo jeito, iriamos viver por um bom tempo em La Vernése.

Juliette veio comigo para a vinícola, assim me ajudaria a desocupar um quarto e ver o que eu precisaria para um bebê, pior que nós dois éramos dois desorganizados e não entendemos nada de crianças, eu iria precisar demais de Juliette, também sabia que seria por pouco tempo, logo teria que voltar para sua vida de casada e estudos.

SEGREDOSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora