PARTE QUARTA: Das esperanças e consolações (Com dois capítulos: Das penas e gozos terrenos; Das penas e gozos futuros).
Conforme se pode observar, a divisão das matérias não foi feita de modo arbitrário, mas, ao contrário, denota correspondência lógica, sequencia de pensamento. As matérias aí contidas, distribuídas em ordem metodológica, partem das questões mais gerais para as especiais e, de igual modo, começam por especulações na ordem transcendental, indo até aos problemas práticos, próprios da natureza humana.
· Conclusão, composta de nove itens, na qual o Codificador mostra as consequências futuras dos atos da nossa vida presente e, retomando os conceitos básicos da Doutrina Espírita, dá harmonioso arremate à obra.
Quanto a autoria de O Livro dos Espíritos, Kardec a atribui aos Espíritos. Eis o que nos afirma nos Prolegômenos: “Este livro é o repositório de seus ensinos. Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isentas dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação, constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar. Por outro lado, afirma Hermínio Miranda, não é intenção dos mensageiros espirituais – ao que parece – ditar um trabalho pronto e acabado, como um <<flash>> divino, de cima para baixo. Deixam a Kardec, naturalmente inspirado por eles, a iniciativa de elaborar as perguntas e conceber não a essência do trabalho, mas o plano geral da sua apresentação aos homens. A obra[...] é um diálogo no qual o homem encarnado busca aprender com irmãos mais experimentados, novas dimensões da verdade. É preciso, pois, que as questões e as dúvidas sejam levantadas do ponto de vista humano, para que o mundo espiritual as esclareça na linguagem simples da palestra[...].
Em suma, O Livro dos Espíritos é um repositório de princípios fundamentais de onde emergem inúmeras “tomadas” para outras especulações, conquistas e realizações. Nele estão os germes de todas as grandes ideias que a humanidade sonhou pelos tempos afora, mas os Espíritos não realizam por nós o nosso trabalho. Em nenhum outro cometimento humano vê-se tão claramente os sinais de uma inteligente, consciente e preestabelecida coordenação de esforços entre as duas faces da vida – a encarnada e a desencarnada.
O Livro dos Médiuns, ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, segunda obra da codificação, veio a lume – em janeiro de 1861 – para [...] fazer sequencia a O Livro dos Espíritos. Tendo englobado a Instrução Prática sobre as Manifestações Espíritas, obra publicada em 1858, O Livro dos Médiuns, muito mais completo, contém, de acordo com a sua folha de rosto, o ensino [...] especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo. As matérias aí estão organizadas em duas partes, constituindo-se a primeira das noções preliminares, em quatro capítulos, enquanto que a segunda enfeixa, em trinta e dois capítulos, as manifestações espíritas.
Esses temas acham-se expostos através das seguintes partes:
PRIMEIRA PARTE: Noções preliminares(Com quatro capítulos: Há Espíritos?; Do maravilhoso e do sobrenatural; Do método; Dos sistemas).
SEGUNDA PARTE: Das manifestações espíritas(Com trinta e dois capítulos: Da ação dos Espíritos sobre a matéria; Das manifestações físicas; Das manifestações inteligentes; Da teoria das manifestações físicas; Das manifestações físicas espontâneas; Das manifestações visuais; Da bicorporeidade e da transfiguração; Do laboratório do mundo invisível; Dos lugares assombrados; Da natureza das comunicações; Da sematologia e da tiptologia; Da pneumatografia ou escrita direta e da pneumatofonia; Da psicografia; Dos médiuns; Dos médiuns escreventes ou psicógrafos: Dos médiuns especiais; Da formação do médiuns; Dos inconvenientes e perigos da mediunidade; Do papel dos médiuns nas comunicações espíritas; Da influência moral do médium; Da influência do meio; Da mediunidade nos animais; Da obsessão; Da identidade dos Espíritos; Da evocações; Das perguntas que se podem fazer aos Espíritos; Das contradições e das mistificações; Do charlatanismo e do embuste; Das reuniões e das Sociedades Espíritas Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas; Dissertações espíritas; Vocabulário espírita).
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Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume I
SpiritualTodos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da...
8. A Codificação Espírita
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