A República

29° Capítulo

Clarie

Já havia se passado uma semana desde o dia em que eu e o Augusto nos beijamos. Para muitos pode parecer pouco tempo, porém para mim era como se tivesse acontecido a anos atrás. Até porque, aquele episódio nunca mais voltou a se repetir. O que eu não conseguia entender. Não que eu quisesse beija-lo novamente. Mas que era estranho, era.

Pois não era como se tivéssemos brigado ou algo do tipo. Pelo contrário, ele continuava o mesmo comigo. 
Olho para os rabiscos de Geografia em meu caderno, e suspiro cansada.

Eu odeio geografia! Simplesmente odeio.

Com todas as minhas forças, se tem uma coisa que não entendo o porquê da existência essa é a; geografia.

-Então gente, por hoje é isso. Não se esqueçam de responder o estudo dirigido que passei para vocês na semana passada. – Diz a Insuportável da professora Débora, de forma anasalada.

Ela é aquele tipo ser gente que vive doente. Não lembro de uma só  vez que não a tenho visto com uma caixinha de lenços na mão. E para completar ela era um pouco fonha. Ou seja, o pior tipo de professora possível.

O sinal toca. Finalmente a aula se encerra e começo a arrumar as minhas coisas para poder ir pra cantina comer.

-Ate quem fim essa aula insuportável acabou. – diz Nandinha vindo até a minha mesa com a Michelle em seu encalço.

Volto o meu olhar para as minhas duas melhores amigas, que estão com suas mochilas nas costas e com o cansaço estampado em seus rostos. Acho que o dia não está sendo maçante só para mim. Se pelo menos os treinos de vôlei já tivessem começado. Que saudades sinto do vôlei, e algo que ja faz parte da minha vida.

-Se pelo menos fosse a aula do professor gatão. Mas não, ele tinha que ter ficado doente logo na segunda semana de aula. - ela diz fazendo um bico engraçado.

-Sabe que eu nem percebi que não tivemos aula dele essa semana.- falei e ela me respondeu com uma cara de indignação.

-Você é louca. Como não sentir a falta de um homem daqueles. - Ela diz suspirando, fingindo uma cara de apaixonada.

-Falando em um homem daqueles. Quando você vai dizer para gente com quem você tem saído os últimos dias?- Fernanda pergunta e na mesma hora a Chell ficou vermelha.
Solto uma pequena risadinha ao ver sua expressão encabulado. O que não era do seu feitio.

-Eu não estou saindo com ninguém. – fala demonstrando um falso desinteresse.

Se ela soubesse o quanto menti mal, é isso que acontece quando você é verdadeira o tempo todo. As pessoas para de acreditar quando você mente.
Termino de organizar minhas coisas e levanto da cadeira indo para a porta.

-Não mente para gente que é feio.- digo enquanto nos três saímos da sala.

-Gente sério, não tem ninguém. Vocês sabem muito bem que eu não sou um tipo ser garota “amorzinho”. Para mim é, pegou e deixou lá.

-Em momento algum falamos o contrário. - Respondi erguendo uma das minhas sobrancelhas.

Ela rola os olhos e abafamos o assunto quando vemos os meninos se aproximarem.

-Hello girls.- diz Lucas, ele vem até mim e coloca uma de suas mãos em minha cintura me dando um tipo estranho de abraço.

Olho para ele retribuindo abraço, quando percebo que ele tem em uma das mãos uma arma de brinquedo.

-Então, vão dizer ou não qual é a das armazinhas de brinquedo? - perguntou Chell rolando os olhos.

Ela diz me fazendo passar os olhos pelos outros e perceber que eles também têm brinquedos semelhantes nas mãos. Quando eu penso que já vi de tudo me aparece mais essa.