Capítulo 49 -Emboscada gelada

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P.O.V. Frank

No inicio, tudo deu certo. Nossa companhia marchou em direção dos inimigos, enquanto o restante de nosso exército desviava para o oeste, buscando uma rota alternativa para o castelo de Isfet. Pelo que podíamos sentir, o castelo ficava no norte, para onde íamos, até essas criaturas aparecerem.

Sabíamos que o castelo estaria guardado, mas eu não imaginava um exército tão grande como aquele, já que o grosso das forças do caos estavam agora na terra. Essas criaturas eram estranhas demais. Tinham em torno de dois metros, pele azulada como um gigante hiperbóreo, mas exalavam uma maldade intensa, e a presença da morte fluia de seus corpos.

Quando estávamos a uns cem metros deles, o líder, que estava bem a frente de suas tropas, ergueu um cajado de gelo. Nesse momento o ar tremeluziu e milhões de guerreiros mortos apareceram. Para qualquer lugar que olhássemos guerreiros mortos nos cercavam.

- Parem! Dei a ordem.

Nós paramos, e a situação era trágica. Ao longe pude ver nossos amigos se dirigindo para nosso objetivo. Encontrei os olhos de Hazel e havia lagrimas neles.

- Formação circular - bradei. - Manipuladores do fogo para a barreira externa!

Nos posicionamos em círculo, com todos os magos e dominadores do fogo formando a primeira linha de defesa. Os mortos não atacavam, não se mexiam. Apenas nos olhavam com suas órbitas vazias.

- O que estamos esperando? Vamos atacar!

Olhei para o lado e vi Ares, meu pai, só que na versão grega. Ele montava um javali de uns dois metros de altura e o fogo dos seus olhos era incontrolável. Ele era o único animado por ali.

Talvez não fosse o único.

- Sim, demorou! Vamos detonar esses cupcakes.

Arregalei os olhos e olhei para trás. Ao lado de uma Hazel pasma, estava o treinador Hedge.

- Treinador... o que você está fazendo aqui?

Ele riu como um sátiro louco, ou seja, riu em seu estado normal.

- Acha que eu deixaria toda a diversão para vocês? Bah! Que mané guardar o Olimpo que nada!

- Isso ae, pai! Vamos detonar esses brownies!

Nico passou a mão no rosto.

- Quem deixou o sátiro vir e ainda por cima trazer o Chuck?

- Sai pra lá fedor de morte - disse Chuck, o filho do treinador Hedge. - Vamos fazer raspadinha desses caras de gelo.

- Chuck - disse Hazel -, tem muitos caras de gelo e muitos caras mortos para lidar. Vocês não deviam estar aqui.

- Ela tem razão - eu disse. - Vocês não são deuses do fogo nem da morte.

- Eles não são deuses - ralhou Nico.

Treinador Hedge lançou seu melhor olhar de bode assassino em Nico.

- Escuta aqui, Gasparzinho. Não é porque você virou uma divindade que não vou te por pra fazer polichinelos, entendeu.

Nico abriu a boca para responder, mas Hades interrompeu.

- Vai começar.

Olhamos para os mortos e caras de gelo - Léo os chamou de Picolés de Mirtilo (sim, coisas do Léo). O líder, que agora tinha recuado para uma elevação de onde via todo o seu exército ergueu sua lança. Sem emitirem nenhum som, os guerreiros mortos avançaram.

Olhei para Hazel e Nico.

- Vocês podem controlá-los?

Nico balançou a cabeça, descrente.

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde as histórias ganham vida. Descobre agora