Implicância de mãe

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A casa dos meus pais não fica longe da minha, apenas um bairro a minha esquerda, que daria mais ou menos 5 quadras. O portão estava aberto, enquanto Christian trava as portas do meu carro, eu aproveitei para ir entrando, o jardim da casa estava lindo, muitas flores e a grama bem verde, dava gosto de ver o jardim da minha mãe.

Empurrei a porta para entrar, Christian apertou o passo para se adiantar e entrar comigo, nos olhamos, apoiei a mão em seu peito fazendo-o parar e o encarei.

- Nenhum pio sobre o que aconteceu entre nós... - Estreitei meus olhos. - Por favor?

- Tá bom! - Ele levantou a mão aceitando, mas seus olhos pareciam denunciar.

- Coloca o bendito óculos escuros. - Ordenei.

Christian riu deixando os ombros caírem, mantive meu olhar fixo nele, não iria deixar passar daquela porta se não colocasse os óculos.

- Está bem! - Puxou os óculos escuros colocando no rosto. - Melhor assim?

Apenas sorri e entrei, todos estavam no jardim dos fundos, a mesa de jantar estava posta no meio dele.

- Finalmente vocês chegaram... O que aconteceu? - Perguntou Juliette sentada, usando óculos escuros, seus cabelos tinham perdido os cachos feios na noite anterior para seu casamento.

Abracei e lhe dei um beijo amoroso, fiz o mesmo com Maurice, meus pais e seu amigo Oliver, me joguei na cadeira, Christian fez a mesma coisa e ao meu lado, todos nos olharam, revirei os olhos, olhei para Christian.

- A mesa é bem grande, poderia se sentar em outro lugar?

- Caramba... Você é muito chata. - Ele apontou para o céu com a mão aberta. - Está um baita sol, se eu me sentar ali, fico com o sol no meu rosto.

- Há, coitado. - Desdenhei dele.

- Deixa o rapaz ficar onde está, Monika, pare de implicância. - Mamãe trouxe uma travessa de arroz a grega, colocou sobre ela, papai também trazia uma outra travessa com um generoso pedaço de carne regado ao molho madeira, e o que já estava sobre a mesa eram o restante do que sobrou do casamento.

- Que horas pegam o avião para Sardenha? - Me recostei mais relaxada, Christian não saiu do meu lado.

- Temos que estar no aeroporto às 17 horas... - Respondeu Maurice que segurava a mão de Juliette.

- O lugar é lindo, não economizem fotos e muito menos passeio.

- Transar é bom, mas tem que se divertir. - Christian soou tão engraçado que fez todos rirem.

-  Vai ficar essa semana aqui? - Juliette me olhou preocupada.

- Sim... Volto na terça para Nova York... O trabalho me chama. - Olhei rapidamente para meu pai, ele torceu a boca.

- Seu lugar é aqui... Deveria ficar no seu país... - Disse mamãe se sentando ao meu lado.

- Não... Meu lugar é onde me chamam para tirar fotos, mostrar a realidade.

- Não é a toa que ganhou o prémio de fotografia em 2004.

- Isso mesmo... - Disse sorrindo.

- Sua irmã está indo para a Inglaterra... Você não nos dá o direito de participar da sua vida, não vem ver seus pais, prefere ficar por aí com pessoas desconhecidas com essa maldita câmera.

- Rêne... Temos convidados... - Disse meu pai se mostrando envergonhado. - Não comece.


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