Revenge [z.m]

Capítulo 67

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CARE's POV

- Eu acho que não percebi bem. – Rio-me em pânico. – Como assim ele já tem a pessoa que eu vou matar? Isso é assim? Comprou-a onde, no chinês? Ele avisa-me hoje e quer que eu mate alguém amanhã, como se fosse um coelho?

Estou totalmente indignada! O John sabe perfeitamente que fazer o que ele me pediu tornar-me-á no que eu tanto desprezei sobre a minha família, tornar-me-á uma assassina e mesmo assim nem tempo tenho para preparar-me psicologicamente, arranjam uma pessoa como se nada fosse.

- Tem calma Caroline. – O Luke levanta-se e segura-me na tentativa de me acalmar.

- Calma? Como é que me podes pedir para ter calma? Vocês estão a falar de uma pessoa! Uma pessoa inocente que terá a sua vida roubada por mim. – Mal acabo de dizer estas palavras a minha ficha cai. – Oh meu Deus, eu vou mesmo matar uma pessoa! Eu sou um monstro! Sou um monstro!!

As lágrimas correm pelo meu rosto como um rio sem fim. No quê que eu me tornei? Uma pessoa que está disposta para fazer tudo a fim de atingir os seus objectivos! Um monstro!

Sinto o meu corpo ser puxado e quando dou por mim estou a ser abraçada pelo Luke, agarro-me à sua camisa e choro, sem me preocupar se a sujarei ou não, neste momento eu só preciso de um apoio para o meu mundo em ruinas. Ele aperta-me com força e faz algumas festas no meu cabelo, murmura um vai ficar tudo bem e embora eu naquele momento, nos seus braços, acredite nele, sei que não ficará.

- Hey. – Ele puxa o meu queixo para cima, a sua respiração bate contra os meus lábios e o meu coração acelera, sinal óbvio que estamos próximos de mais. – Tu não és um monstro Caroline, mesmo depois de fazeres o que o John está a pedir-te continuarás mais pura que qualquer um dos teus amigos ou até mesmo qualquer Legion.

- Tu não percebes! Eu não o quero fazer! Não importa se vocês já o fizeram milhentas vezes, fazê-lo apenas uma vez irá destruir-me por dentro, ficarei tão impura como uma assassina pode ser.

Começo a soluçar e as lágrimas que outrora tinham acabado voltam a correr pelo meu rosto, assusto-me quando a sua mão fria percorre o meu queixo e limpa as lágrimas que estão lá depositadas. Não evito fechar os olhos quando a sua mão vai até à minha bochecha e repete o que fez anteriormente. A sua respiração quente contra os meus lábios contrasta com o frio da sua pele e isso causa-me arrepios por todo o corpo. Isto é errado, muito errada, eu estou só carente e tenho perfeita noção disso.

- Nunca serás igual a nós Care. – Cometo o erro de olhar para ele, diretamente para o seu oceano azul e por um instante deixo-me levar pelo momento.

O Luke aproxima-se de mim, sei perfeitamente quais são as intenções dele e talvez noutra altura eu já teria recuado, mas agora penso, o que tenho eu a perder? O homem que eu amo ainda agora esteve na cama com outra, a minha vida está totalmente do avesso. Então, porque não? Tenho um homem podre de bom a tentar beijar-me, repito, o que tenho eu a perder?

Consigo sentir o seu coração descompensado que combina igualmente com o meu, fecho os olhos quando sinto os seus lábios gelados a roçarem os meus, as suas mãos vão para a minha cintura e as minhas para o seu pescoço.

- Malta ... oh! Desculpem! Eu ... hum ...

Afastamo-nos instantaneamente quando ouvimos a voz do Ashton. Olho para ele totalmente vermelha e embaraçada, será que ele irá contar ao John? Não que eu tenha algo a esconder, porque eu não tenho nada com ele, mas ele tem uma espécie de comportamento de posse sobre mim, então sei que ele não reagiria nada bem se soubesse que eu e o Luke íamo-nos beijando.