Capítulo 23 (antepenúltimo cap.)

48 11 2
                                    

21 de março – Sexta-feira...


— O que acha de jantarmos fora hoje?

Ela bateu rapidamente nas teclas de seu computador e salvou o que estava fazendo, antes de levantar os olhos para ele.

— Acho que não vai dar. Tenho meio mundo de coisas para fazer... Como foi lá no fórum?

— Tudo bem. Mas quase morri de saudade. Tive a impressão que as horas não passavam... — Ele se aproximou e puxou-a para seus braços. — Às vezes, tenho a impressão que os dias ficaram cada vez mais longos, principalmente quando estou longe de você.

— Pois eu tenho a impressão que os dias estão voando.

— Talvez você pense assim porque não sente tanto a minha falta, quanto eu sinto a sua.

— Oh, por que diz isso? — protestou ela. — Claro que eu sinto.

— Desculpe, meu anjo, se, às vezes, pareço inseguro. Mas é que eu a amo tanto que me dói o peito só de pensar que...

Ela interrompeu-o com um beijo terno.

— Eu também amo você, Wil. Nunca duvide disso.

Ele a apertou em seus braços e a desafiou:

— Então prova.

Com um sorriso suave, ela levou as mãos ao pescoço dele e as cruzou por trás de sua nuca.

— O que quer? Um juramento de sangue?

— Essa não é uma má ideia, mas eu estava pensando em outra coisa... — disse, com um sorrisinho maroto. — Que tal aceitar meu convite para jantar?

— Eu havia pensado em ficar até mais tarde para adiantar algumas coisas. Afinal, sairemos de férias daqui a um mês e... — Ela suspirou quando ele roçou os lábios por seu rosto — tenho que adiantar o serviço e... — Ele então mordiscou-lhe o seu lábio inferior e a ponta do queixo. — Mas eu aceito.

Os lábios sedosos de William continuaram passeando por seu rosto, antes de arrancar-lhe um beijo apaixonado e dizer:

— Sabia que não recusaria meu convite.

Margarida descobriu-se excitada quando ele a soltou. Mas resolveu deixar a paixão para depois do jantar.

E depois do jantar, eles foram direto para o apartamento dela, pois já era quase meia-noite e Fred e Andréia raramente estavam acordados àquela hora.

Entraram no apartamento como duas crianças sorrateiras, rindo baixinho, enquanto espreitavam em meio ao escuro se o caminho estava livre.

Margarida esbarrou no mais novo xodozinho de Fred: um gato siamês que o menino a obrigara a comprar, há um pouco mais de dois meses. O bichano fez um escândalo danado, logo depois a luz do quarto de Andréia se acendeu.

— Guida? É você?

Ela puxou William rapidamente para seu quarto. Em seguida, respondeu:

— Sim. Sou eu mesma, querida. Pode voltar a dormir.

Eles ainda sorriam baixinho quando trancaram a porta. E continuaram rindo por um longo tempo, sobretudo enquanto faziam amor.

— Eu adoro você. — Montada agora em cima dele, ela o enchia de beijos no rosto. — Não, eu amo você!

Por um instante, o sorriso de William oscilou entre a mais pura perplexidade e a mais intensa alegria, afinal, era a primeira vez que Margarida montava sobre ele daquela forma: tão tranquila e natural.

Impossível esquecerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora