O Corvo

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               Eu consegui ter uma noite de paz...não consegui parar de pensar na dama Gwenhwyvar, foi graças a ela que uma chama de esperança acendeu em meu corpo. Estou aqui escrevendo mais uma história...a noite fria está fazendo uma leve neblina adentrar o meu quarto enquanto escrevo isto, meus ossos doem. Vou começar pela conversa em que parei, a conversa com Gwenhwyvar que não sai de minha cabeça.

Me levantei do colo da mulher subitamente, logo após me nomear. Eu a olhei feliz, meus olhos se encharcaram de lágrimas e soluçando a disse -Eu te...procurei por tanto tempo...obrigado por existir eu achava..achava que era lou..-Fui interrompido pela moça que sorriu ao ver minha expressão, ela é extremamente bela. Longos cabelos brancos, olhos cor cinza e cheios de vida, um sorriso contagiante e um olhar delicado, confiante ao mesmo tempo astuto.

Gwenhwyvar- Você vai mudar tudo por aqui. Eu sonhei com você, fiquei impressionada com a sua chegada, mas preciso te dizer...não vai ser nada fácil seguir o caminho que está seguindo. 

Abaixei minha cabeça, nunca foi fácil, mas ela tirou minhas esperanças de tudo melhorar. Andei por tanto tempo que esqueci a importância de ter um amigo. 

Gwenhwyvar- Não fique assim.- Ela puxou minha mão direita e segurou entre as dela.- Terá a minha ajuda.- Olhei nos fundos do olhos da mulher e novamente estava feliz, ela mudava as emoções com facilidade.- Estou confiando em você, você é forte  o bastante para seguir essa jornada. Se sente fraco é fato, mas vai ver seu poder.- 

Eu estava carregado de esperança pela primeira vez.- E o que eu tenho que fazer? Como vou mudar esse mundo?- Ela sorriu com minhas perguntas e suavemente respondeu. 

Gwenhwyvar- Só você sabe, o futuro é como um livro em branco... Tem de ser escrito.-Ela olhou para noite profunda e disse.- Vamos sair daqui. Vougan, amanhã terá coisas para fazer.- Se levantou segurando minha mão e me guiou de volta a  Dawenwood.

                Chegando no lugarejo, nos separamos e então voltei para taberna, ela estava mais vazia e Adair me olhava preocupado. Os olhos verdes do homem pareciam pedir uma explicação do que havia acontecido, por isso expliquei a ele o ocorrido. Ele sorriu e começou a me chamar pelo novo nome, eu acho Adair um homem bom diferente dos demais seu jeito é parecido com o de Gwenhwyvar, porém ele é mais impulsivo e brincalhão. Assim eu fui dormir, Adair não me acordou deixando ficar um pouco mais tarde para ir trabalhar depois de almoçar, mas eu acordei rispidamente graças a uma enorme muvuca que se fazia na frente da taberna, me levantei para ver o que acontecia e me impressionei.

               Os moradores enfurecidos atacavam verbalmente Adair, que me defendia. Eu pude escutar as pessoas gritando e xingando, amaldiçoando o andarilho sem nome, então abri a porta não deixando o velho sofrer por minha causa. 

-Meu nome é Vougan!-Todos me olharam surpresos e enfurecidos, rebateram minhas palavras com duras outras.

Multidão- Um andarilho é um doente, por isso não tem nome. Você poderia morrer, não sentiríamos falta.-Ele pegou uma pedra e arremessou contra mim. Adair ficou furioso e perguntou as pessoas.

Adair- E o que Vougan fez?- Ele falou alto e todos se assustaram e se dobraram ao ouvir a voz imponente do homem, uma mulher tomou a frente das pessoas e falou chorando e engasgando. Mulher- Ele matou um bandoleiro e os outros ficaram com raiva! Minha filha foi buscar água de manhã e não voltou, só meu filho voltou e tinha dito que depois de bater neles. Os bandoleiros a sequestraram.- Fiquei boquiaberto com o que ela dizia e então um homem começou a falar de forma irada.

Homem- Você vai ter de buscar nossa filha! Ouviu Vougan?!- Eu concordei balançando a cabeça e me sentindo culpado. Adair me venda naquela posição contra a parede falou para a multidão enraivecida.

Sangue e FerrugemWhere stories live. Discover now