Capítulo 07: Stephan Van Helsing (Series Finale)

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Florianópolis

1995

As palavras trocadas entre ela e seu mestre ainda estavam em sua cabeça enquanto voava de volta ao início de sua missão. Seus planos iam muito além do que imaginava, e apenas de saber que ela era uma pequena parte dele, Emery estava grata.

A cidade surgiu pela janela do avião tempos depois. Ela não fitou o horizonte por mais de um segundo, e fechou a janela. Não estava nem um pouco a fim de ser lembrada que estava em um avião a milhares de quilômetros de altura. Prendeu o cinto e, se pudesse, prenderia um segundo, caso houvesse um. O homem que estava sentado ao seu lado parecia calmo. Ela invejou-o por um segundo.

Quando sentiu a pressão do avião descendo, seu coração acelerou. Como seu mestre havia instruído, ela tirou do bolso um amuleto. Era um hieróglifo, como os muitos que ela tinha no corpo. Apertou-o dentro de sua palma e sentiu perfurações em vários pontos. Nenhuma gota de sangue caiu no banco, nem seu companheiro de viagem notou; o amuleto sugava seu sangue para dentro dele. Sentiu certa fraqueza quando ele encheu-se, mas assim que o colocou em volta de seu pescoço, sentiu uma poderosa energia entrando em seu corpo. Até mesmo as perfurações em sua mão curaram-se me segundos.

Assim que o avião tocou o chão, uma chuva torrencial passou a assolar a cidade. Mesmo estando protegida dela, podia sentir a magia nela. Toda aquela água era especial para Emery. Uma tempestade para indicar que ela havia chegado, no mínimo. Com certeza tinha mais propriedades que ela não queria descobrir.

Desembarcou e deixou o aeroporto em seguida. Não tinha qualquer mala com a qual se preocupar – ela não tinha ideia de como isso não chamava atenção da segurança ou da polícia, mas não se importou realmente. Do lado de fora, quase podia ver a magia na água torrencial.

Cortou sua palma esquerda com Eathcyn e deixou que o sangue molhasse o hieróglifo. Ao mesmo tempo, sentia o amuleto entre seus seios aumentar a intensidade do feitiço que conjurava. Deu um passo para chuva e não percebeu qualquer feitiço que ela poderia conter.

Entrou em um táxi e acelerou em direção ao hotel em que, semanas antes, tentou assassinar Kimmo pela primeira vez. Viu o membro da Ordem da Rosa Cruz esperando por ela do lado de fora. Trajava camisa e calças jeans, quase como se estivesse indo a um encontro casual. Ao lado dele havia outro homem. Este era mais alto e suas feições muito mais firmes e fortes do que o primeiro; seu cabelo era preto como o de seu mestre, mas eram mais cumpridos e bagunçados. Seus olhos eram de um azul muito, muito claro, quase como gelo.

Os traços característicos de todas as pessoas de sua ascendência.

Emery pagou o motorista e desceu. Esperou o carro acelerar para longe antes de caminhar na direção do seu inimigo com Eathcyn pronta para atacar.

– Você demorou para me encontrar, não? – Kimmo disse, sarcasticamente. – Mas antes de engajarmos nesse combate, preciso te apresentar meu amigo aqui...

– Stephan Van Helsing. – Emery interrompeu. – Já cruzei com muitos de sua família, senhor Van Helsing. E confie em mim quando digo que você estará indo contra seus próprios interesses se intrometer-se nessa luta.

– Ele não irá te ouvir, assassina. – Kimmo retrucou. – Ele está com ordens do próprio Heckel para me ajudar nessa luta.

Stephan deu um passo a frente, o que deixou Emery em extremo alerta. Conhecia a reputação dele. Nunca tinha o visto lutando, mas ouvira falar de suas táticas espertas e do fogo negro que usava. Muitos dos melhores magos do mundo já caíram diante de Stephan, alguns que até mesmo Emery tinha receio de enfrentar.

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