Capítulo 80 [Alice]

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Após o café da manhã eu fui com minha mãe para o seu quarto, já que ela insistiu em pegar algumas coisas para o nosso passeio.

Não me dei conta do quanto estava perdida em meus pensamentos até minha mãe estalar seus dedos em frente ao meu rosto.

Eu: Ahn... o que disse? - pergunto atrapalhada.

Ela me olha preocupada.

Mãe: Não dormiu muito bem né filha?!

Eu encolho os ombros.

Eu: Não muito. Acho que... tô cansada.

Mãe: Então, fique aqui. Não precisa me acompanhar.

Eu a encarei por um tempo, mas notei um fio de decepção em sua voz. Minha mãe e eu não conversamos sozinhas desde que cheguei aqui e eu devia isso a ela. Não era apenas as férias de Beck e eu, mas também da minha mãe e eu.

Eu: Talvez se eu andar um pouco ajude a afastar esse cansaço. - volto atrás forçando um sorriso.

O rosto dela se ilumina.

Mãe: Então vamos antes que você desista! - ela pega sua carteira sobre a cômoda e me oferece o braço. - Vamos parceira?

Eu solto uma gargalhada e aceito o braço dela, entrelaçando-os.

Eu: Mãe isso é muitoooo brega! - digo.

Mãe: Então prefere que eu te chame de miga?!

Eu volto a rir. Imagino ela me chamando de miga no meio das outras pessoas e na minha cabeça não soa muito bem.

Eu: Tá. Pode continuar com o "parceira"!

Nós rimos e saímos do quarto ainda com os braços dados. Chegamos no pequeno elevador e descemos para a recepção.

Talvez essa tarde com minha mãe me distraia.

{...}

Passamos em várias lojas. Em todas elas minha mãe insistia que tinha encontrado o objeto que tanto queria. Foram tantas lojas de roupas que pela primeira vez na vida eu me arrependi de fazer compras.

Acabou que foram muitas sacolas. E eu é que tinha que carregar elas, porque minha mãe estava ocupada demais olhando um vestido de fenda.

Eu: Pelo amor de Deus, não!!! - quase grito.

Mãe: Por quê? - faz um beicinho e eu forço uma careta exagerada.

Eu: Você é uma mãe de família Anna Dakars. Quer sair por aí mostrando as pernas?

Ela solta um sorriso malicioso.

Mãe: Quero impressionar o seu pai. - diz sedutora.

Eu: Meu Deus não me faça imaginar vocês realizando fantasias... Meu estômago não aguenta.

Ela revira os olhos.

Eu: Me respeite! Eu e o seu pai não realizamos tantas fantasias assim. - então ri.

Eu: Menos mãe! Por favor... bem menos!

Eu tento arrastá-la de frente da vitrine e ela quase faz birra feito criança. Por um instante eu estava sendo a mãe e ela a filha.

Minha mãe era bonita pra idade dela. Juntas pareciámos irmãs, e ela atraia mais olhares que eu com aquela saia justa e uma blusa de alcinha um pouco dentro da saia. Seus olhos eram azuis, feito os meus, e seu cabelo era castanho mel.

Às vezes eu parava para admirar ela e pedia secretamente para chegar na idade dela com aquela forma.

Mãe: Olha Lice! - ela exclama chamando minha atenção. - Você sempre quis um desses.

Quando eu encontro o que ela está mostrando um sorriso se forma em meu rosto. Era um colar com as iniciais A em ouro e uma pequena pedra.

Eu: Isso foi a muito tempo mãe! - digo tentando desconversar mas no fundo eu estava babando por aquele colar.

Mãe: Vamos comprar dois. Um pra mim e outro pra você!

Eu: Você não acha que já chega de coisas por hoje não?! - questiono erguendo uma sobrancelha.

Ela sorri. Hoje minha mãe estava muito feliz, começo a formular a hipótese de que ela e meu pai fizeram mais coisas que apenas jogar na noite passada.

Mãe: O mundo não vai acabar se eu comprar dois colarzinhos.

Eu suspiro e depois sorrio para os olhos de súplica dela.

Eu: Tá. Vamos lá.

Entramos na loja, averiguamos o preço e mesmo depois de eu implorar para ela não levar os dois porque ficaria caro, minha mãe comprou os dois e saiu parecendo uma criança que acaba de comprar um saco de balas.

Eu: Você tá impossível hoje mocinha. Agora eu entendo os chiliques de papai.

Mãe: Foram só umas comprinhas. Nada demais!

Ela se aproxima de mim e coloca um dos colares no meu pescoço. Eu vibro por dentro e toco na letra tão perfeita sobre minha clavícula.

Pego o dela e também o ponho em seu pescoço. Os olhos dela brilham e eu esqueço de tudo o que houve por uns breves segundos.

Mas quando me lembro de Shawn e da aposta meu peito se aperta. Meu rosto se fecha e meu corpo se endireita numa tentativa de rejeitar aquilo.

Mãe: É hora de pararmos então. Que tal uma água de coco na beira da praia?! - ela pergunta depois de notar minha mudança de estado.

Eu: Tudo bem. - digo.

Começamos a andar pra praia de novo. Lá perto havia um quiosque onde vendia água de coco e também tinha umas mesas a beira mar.

Podíamos nos sentar lá e apenas receber a brisa, sentir aquela sensação refrescante e calma que as ondas causavam.

Mas aquilo me lembrava Shawn. O mar me lembrava Shawn. A areia me lembrava Shawn. Até mesmo o coco que eu recebi do atendente me lembrava o Shawn. E aí em minha garganta estava formando-se um bolo e eu tinha quase certeza de que iria chorar.

Mãe: Vamos sentar ali filha... É um bom lugar. Não acha?!

Andamos até a mesa e nos sentamos. Primeiro tomo um curto gole da água.

Eu: Sim. Acho. - digo sem muito ânimo.

Ficamos em silêncio por um tempo que eu considerava eterno entre minha mãe e eu. Dei uma olhada nas diversas sacolas que trouxemos com um medo de que pudessem roubá-las e ainda mentalizei o fracasso que seria se uma pessoa estivesse interessada em roubar roupas femininas tamanho 38 e peças íntimas.

Mãe: Alice... Eu já sei de tudo! - solta sem mais nem menos.

Arregalo meus olhos pra ela.

Eu: Sabe do... quê??? - minha voz sai esganiçada.

Mãe: Sei sobre você e Shawn!









Capítulo de hoje meio amorzinho haha
Espero que tenham gostado e sinto muito se não teve nada "TCHAN", mas inspiração me falta ultimamente. MUITOS ACONTECIMENTOS MARCANTES PARA NÓS MEDESARMES ❤❤❤

Obrigada pelas leituras, votos e comentários meus leitores mais perfeitos de todo o mundo ❤❤❤
Amo vocês um tantão! Hahahah 😚

O Idiota Da Casa Ao Lado | Shawn MendesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora