16° Capítulo

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- Meu Deus o que é Isso? – perguntou o “ninguemzinho” ao chegar na cozinha com uma Liza de olhos arregalados, vendo eu, a Nanda e o Lipe tentando apagar o fogo a todo custo.

E só para deixar claro, sem muito sucesso.

Peguei um pano de prato que estava em uma das gavetas que ficavam ao lado do balcão, tentando aliviar mais o caos batendo o pano no fogo. Já vi isso em um filme umas vez. E deu certo.

-SÉRIO QUE VOCÊ ESTÁ QUERENDO APAGAR O FOGO ASSIM? VOCÊ VAI ACABAR SE QUEIMANDO GAROTA - Gritou Augusto vindo em minha direção e me empurrando pro lado contrário ao fogo.

-Mais essa técnica dá certo!- retruquei cruzando os braços emburrada.

-Ahh, e você viu isso onde? Em um filme? - resmunga irônico.

Não gosto desse garoto, as vezes  parece que ele sabe de tudo.

-Claro, que não. - rolei os olhos me fazendo de esperta.

Chega à ser um tanto inusitado explicar a situação que estava se desenrolando ali. Só que parece que a super Fernanda, colocou o amendoim para torrar e não percebeu que algum idiota deixou uma garrafa plástica de ácido em cima da prateleirinha que fica perto do fogão.

Automaticamente atraindo o fogo.

Ou seja. Temos fogo ácido QUEIMANDO a nossa cozinha.

O “ninguemzinho” corre pra a pia e enche um balde de água, logo após joga toda a água do balde em cima do fogo.

- Santo Jesus, misericórdia – fala Michelle exasperada ao entrar na cozinha. -O que vocês fizeram aqui rebanho de otário?

-QUEEEE MERDAAA VÉI, ESSA PORRA NÃO APAGA.- Lipe diz desesperado colocando as mãos na cabeça. Começando a andar de um lado pro outro que nem doido.

Meu irmão o que tem de forte e bonito, tem de cagão. Nunca vi. Ele que não me ouça. Mas o caso é sério.

-Galera, aquele negócio no teto é um bicho?- pergunta Nanda apontando para o teto.

-NÃOO TROUXA, AQUELA PORRA É PRA INCÊNDIO. – grita Lipe já subindo no balcão para poder acionar o chuveirinho.

- Isso não deveria ser automático? – pergunta Nanda toda confusa, ao mesmo tempo que Lipe aciona e a água começa a jorrar para todos os lados, molhando tudo.
Inclusive, nós!

Depois de um tempo, e com todo o fogo apagado. A água para de cair sozinha e podemos ver o estrago que nos restou.

- Meu Deus o Tio Rick vai me matar, ele vai arrancar o meu pescoço fora quando vê essa cozinha nessa situação.

- Relaxa Nadinha, nós vamos te ajudar a limpar isso tudo?- disse Liza com um sorriso doce.

-Vamos é? – Guto diz meio confuso se fazendo de desentendido.

-Vamos.- responde sua irmã lhe dando uma cotovelada na barriga.

(...)

Depois dos últimos acontecimentos e da faxina que fizemos  na cozinha, decidimos nos manter parados e quietos, observando uns aos  outros para não rolar mais merdas por hoje.
Então acabamos por ficar na sala mesmo, assistindo e jogando conversa fora.

- Eu não tô nem acreditando que só temos mais duas semanas de férias.-resmunga Michelle que estava deitada no tapete ao meu lado.

-Nem eu, não sei para que inventaram a escola. -diz Lucas indignado fazendo a galera rir.

-Vocês pelo menos já estão para acabar. E a gente? Que Deus nos ajude.-  Disse Amandinha fazendo cara de tédio.

-Verdade, só de imaginar ter que pegar aquele ônibus fedido, toda manhã, já dá um desespero. - Michelle diz.

-Vocês pegam ônibus por que querem. Eu vou de carro todos os dias. - Felipe fala se achando e a Chell faz uma careta.

-Eu prefiro pegar mil vezes aquele ônibus fedendo a bosta , do que entrar naquele seu carro nojento. - Ela fala e Felipe manda o dedo do meio pra ela que ignora.

-EPAAAA!! Não fala assim da Nessa.

-Nessa? Quem é Nessa? - pergunta Guto.

-Vanessa. Aquela que sobe e desce com a bunda seca.- fala Lucas e todos rimos.

-Vanessa é meu carro Guto, ela é velhinha mais dá um caldo. Como diz a música, panela velha é que faz comida boa.- disse Felipe rindo ainda de Lucas.

Mesmo a Chelly falando isso para provocar o Lipe, eu sou obrigada a concordar com ela. O carro dele fede mais que ovo podre, parece que morreu alguem ali dentro e esqueceram de enterrar. E não é por falta de limpeza, porque ele está sempre lavando aquela porra.

-E você Liza, é quieta assim mesmo ou é só ceninha?- pergunta Igor chamando a atenção da garota que estava com a cabeça deitada no colo do irmão e não abriu a boca em nenhum minuto. Ela ri e diz.

- Acho que a segunda opção.

Lucas levanta do sofá, pega os chinelos e diz:

- Galera, eu vou subir pra tomar um banho. Daqui a pouco desço. Lipe olha pra cara dele e diz:

-Tomar banho? Virou mulherzinha agora Lucas?

-Homem, não toma banho. - diz Augusto. Felipe e Igor se balançam concordando com o amigo.

-Ahhta, por isso que você fede então Lipe. Eu sempre achei estranho esse cheiro de chorume pela casa. Tá explicado agora. - Eu digo rindo alto com os outros e o imbecil ruma uma almofada na minha cara.

- Aiiii, miserável.

-Não idiota, homem USA o banho. É diferente.

Fala Felipe, e Michelle começa a gritar rindo que nem louca pela sala.

-MEUUUUU DEUSSSSS, QUEEE CONVERSAAA MAISSS ESCROTAAAA...

-Enquanto vocês discutem ai, que eu vou subir. - Lucas diz e sobe correndo as escadas.

Observo, ele  sumir pelo corredor do andar de cima e decido ir falar com ele. Acho que já passou da hora de conversar sobre o que aconteceu entre a gente. Afinal, eu quero meu melhor amigo de volta. To com saudade até de perder dinheiro em apostas para ele. Me levanto devagar, sem que os outros percebam, pois estão muito entretidos na conversa deles e subo divagarinho.

Chego na porta do quarto do Lucas e acabo exitando um pouco, mas bato por fim.
Não demora muito, e a porta se abre revelando  um Lucas sem camisa na minha frente.

-Clarie?

-Será que podemos conversar?- pergunto meio exitante.

-Claro, entra aí. - ele diz calmo e relaxado. Bem diferente da última vez que conversamos para valer.

Eu entro e fecho a porta atrás de mim,  vou na direção da cama e sento. Ele cruzas os braços e fica na minha frente, totalmente sério. Meus olhos vão de encontro aos seus, então respiro fundo e decido falar logo tudo de uma vez, e esclarecer essa situação de uma vez por todas.

-Olha Lucas, eu sei que você deve tá muito chateado comigo pela forma como eu falei com você aquele dia. Então primeiramente quero te pedir desculpas. - digo totalmente sincera olhando para ele.
Assim que olho pra ele novamente, me bate uma puta vontade de chorar. Tudo que eu menos quero é perder a amizade do Lucas. Ele respira fundo e começa.

-Olha Clarie, eu não vou mentir. Fiquei muito chateado com você. Mas também errei, você não é obrigada a corresponder às minhas expectativas. - ele diz com um olhar receoso.

- Não se trata só disso Lucas, tem tanta coisa envolvida. Coisas importantes para mim.

-Como o quê?

-A nossa amizade, a minha amizade com a Fernanda. Não podemos estragar nada disso.

-E eu já lhe disse que eu e a Nandinha somos apenas amigos, só amigos. Mas enfim eu não quero mais ficar nesse clima ruim com você
.
Ele diz e eu mando um sorriso meigo para ele.

-Eu também não, volta a ser meu Bff? -pergunto fazendo carinha de fofa e ele ri.

-E por acaso eu deixei de ser algum dia? – ele diz e eu sorrio indo pros seus braços abraçá-lo.

Ele me recebe em um abraço bem forte e sincero, e acabamos nos desequilibrado e caímos rindo em sua cama.
E é exatamente nesse momento que a porta se abre.

-Lucas ser a que você pode me emprestar o seu..- começa Nanda que trava assim que nos vê juntos...

Continua...

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