sentidos

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Ana POV
Eu tava admirada com o silencio de Vitoria, mas mais do que isso. Eu tava admirada com o amor que eu via ela trocar com o céu. Seus olhos brilhavam e ela tinha um sorriso no canto da boca, que por sinal eu tava bem querendo dar uns beijos.

Eu nao queria atrapalhar sua conversa sem palavras com o céu entao eu so tava ali a admirando e tentando ver o céu como ela via. Como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, e talvez seja mesmo.

Eu tava com a mão junto a dela na sua perna enquanto ela me fazia carinho, o carinho na mão mais gostoso que ja recebi minha vida todinha.

Olhei para ela e a vi de perfil. Aqueles cabelos esvoaçantes, dourados e muito cheiroso, aquela boca linda, parecia ter sensaçao de comida gostosa, como a lasanha da minha mae que eu sou apaixonada. Olhei para o pescoço dela e nossa como eu queria morder, lamber e sentir o gosto, a clavícula dela poderia ser depósito do meu rosto e do meu ar. Cheguei meus olhos as nossas mãos e elas se juntavam perfeitamente, parecia que uma completava a outra, talvez completasse mesmo.

Passei meu polegar fazendo um carinho na mão dela e ela olhou para mim. Eu levantei o rosto e olhei para ela. Mas ja nao era como antes. Era mais forte. A gente ficou se olhando por alguns segundos até que Vitoria se aproximou bem devagar do meu rosto. Ela olhava para meus olhos e as vezes para minha boca. Eu tava tremendo. Borboletas no estômago era pouco para o que eu tava sentindo. Eu estava sem respirar ja faziam alguns segundos. O olhar de Vitoria me beijava sem ao menos me tocar. Ela passou o polegar no meu rosto fazendo um carinho delicado e selou meus lábios com os dela. Encaixou da forma mais perfeita que poderia ser. Dessa vez o céu que estava nos assistindo.

O beijo dela tinha o leve gosto da cerveja que estavamos tomando, e seus labios estavam gelados e molhados. Meus labios deslizavam naturalmente sobre os dela. Era como se fizessemos isso todos os dias. Nada era tao gostoso como aquilo. Era doce e delicado. Eu podia ficar ali a noite toda sentindo Vitoria em mim.

Bem lentamente Vivi pediu espaço para sua lingua e eu não exitei. Foi um beijo lento, mas quente, eu sentia todo meu corpo queimando, mal conseguia respirar. Todo o clima construido durante a noite so fez as coisas ficarem mais gostosas e eu definitivamente nunca tinha ficado tao excitada com um beijo como o beijo de Vitoria. Eu so queria largar a cerveja ali e naquele momento me entregar a ela por completo.

Ela fez mais um carinho no meu rosto e se afastou ja com um sorriso. O sorriso mais lindo que eu ja vi. Eu sorri junto, nao tinha como nao sorrir.
Nos olhamos, Vitoria deu mais um sorriso e uma piscadinha e eu corei no mesmo segundo. Vitoria nao se conteve, nao tinha nem porque.
- Meu deus você é a coisa mais linda dessa vida. Vem cá Aninha. - Vitoria puxou meu rosto de novo e me deu um selinho seguido varios beijinhos no rosto todo terminando em um no nariz.

Aquilo me conquistou. Eu me senti bem e eu podia sentir o mesmo dela.
Eu me aproximei e deitei no cangote da Vi. Ela entrelaçou mais nossas maos e voltou a olhar para o céu.

Agora eu olhava com ela, e olhava para ela. Eu tava perfeita ali, nada me faltava e pelo que parecia a Vitoria também nao. Entao eu podia tentar ver o céu como a Vi consegue ver. Mas o amor que ela olhava para o céu eu so conseguia dar para ela.

[NOTAS DA AUTORA]
Esse capítulo é dedicado a Rebeca. Uma das pessoas mais lindas que eu ja conheci. Obrigada por me apresentar essas duas mocinhas e por me aguentar surtando por elas todos os dias. Minha cumbuquinha mineirinha. Te amo de um monte que eu queria saber te dizer mas nao é explicável.

De Marte a Jabuticaba Onde as histórias ganham vida. Descobre agora